Malta diz sim ao divórcio

O povo da ilha de Malta pro­nun­ciou-se em re­fe­rendo pela le­ga­li­zação do di­vórcio no país, que per­ma­nece o único Es­tado da União Eu­ro­peia em que a se­pa­ração de ca­sais não é re­co­nhe­cida pela lei.

A vi­tória do «sim» foi anun­ciada pelo pri­meiro-mi­nistro, La­wrence Gonzi, ele pró­prio um opo­sitor à me­dida. «Não é o re­sul­tado que de­se­jaria, mas a von­tade do povo deve ser res­pei­tada», afirmou, no do­mingo à noite, re­co­nhe­cendo a der­rota e in­di­cando que, apesar de o re­fe­rendo ter um ca­rácter con­sul­tivo, o par­la­mento de­verá ela­borar uma lei «es­pe­cí­fica au­to­ri­zando o di­vórcio».

Aliás, não res­tava outra al­ter­na­tiva ao Par­tido Na­ci­o­na­lista (cristão-de­mo­crata e con­ser­vador), no go­verno, dado que dispõe de uma curta mai­oria de um só de­pu­tado e um dos seus par­la­men­tares co­locou-se pu­bli­ca­mente ao lado do «sim».

Na con­sulta, re­a­li­zada no sá­bado, 28, par­ti­ci­param cerca de 72 por cento dos mal­teses, dos quais perto de 54 por cento terão vo­tado fa­vo­ra­vel­mente, se­gundo pro­jec­ções di­vul­gadas pela AFP.

Em­bora ofi­ci­al­mente a Igreja não tenha par­ti­ci­pado na cam­panha, o ar­ce­bis­pado da Va­leta, a ca­pital, ad­vertiu em carta os elei­tores de que de­viam «es­co­lher entre cons­truir e des­truir os va­lores fa­mi­li­ares». A res­posta da po­pu­lação, cons­ti­tuída por 95 por cento de ca­tó­licos, foi deste modo também uma der­rota para a Igreja.

A opo­sição, tra­ba­lhistas e verdes, con­gra­tulou-se com o re­sul­tado. O líder dos tra­ba­lhistas, Jo­seph Muscat, afirmou que «nasceu uma nova Malta» a partir da de­cisão das urnas.



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