Contra o encerramento das estações dos CTT

Populações em luta

Os CTT estão a con­cre­tizar um plano de re­es­tru­tu­ração que im­plica o en­cer­ra­mento e agen­ci­a­mento de es­ta­ções por todo o País, com con­sequên­cias ne­ga­tivas para as po­pu­la­ções afec­tadas e para os seus tra­ba­lha­dores. Só no dis­trito do Porto vão en­cerrar nove postos dos Cor­reios de Por­tugal.

O ob­jec­tivo é a pri­va­ti­zação dos CTT

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Esta é uma si­tu­ação que tem con­tado com a opo­sição da po­pu­lação e dos eleitos co­mu­nistas na As­sem­bleia da Re­pú­blica e em di­versos ór­gãos mu­ni­ci­pais.

No dia 30 de Junho, cerca de uma cen­tena de pes­soas ma­ni­festou-se, no Porto, contra o en­cer­ra­mento da Es­tação dos Cor­reios da Rua de Campo Lindo, cor­tando par­ci­al­mente o trân­sito du­rante quase uma hora. «Que­remos os Cor­reios» gri­taram os ma­ni­fes­tantes, a maior parte idosos que ali iam le­vantar, por exemplo, re­formas e pen­sões. Agora os utentes terão de se des­locar à Es­tação na Praça do Marquês de Pombal, a cerca de um qui­ló­metro de dis­tância, ou no Car­va­lhinho, no lado oposto. Esta acção de pro­testo, que voltou a acon­tecer na sexta-feira, contou com a pre­sença de Bel­miro Ma­ga­lhães, de­pu­tado do PCP na As­sem­bleia Mu­ni­cipal do Porto.

Os pro­testos, desta vez da Es­tação de Monte Burgos, es­ten­deram-se a Ma­to­si­nhos, tendo os utentes par­ti­ci­pado na As­sem­bleia Mu­ni­cipal de dia 1 de Julho, onde a CDU apre­sentou uma moção dando conta de que a al­ter­na­tiva àquele posto dos CTT, que serve quatro fre­gue­sias do con­celho, fica a mais de quatro qui­ló­me­tros de dis­tância (ida e volta), nos Car­va­lhi­nhos e no Nor­tesho­ping. Para ontem, quarta-feira, de­pois do fecho da edição do Avante!, es­tava pre­vista uma acção de pro­testo junto à Câ­mara do Porto, que coin­cide com uma reu­nião da Ad­mi­nis­tração dos CTT com os par­tidos po­lí­ticos re­pre­sen­tados na As­sem­bleia Mu­ni­cipal.

Na úl­tima As­sem­bleia Me­tro­po­li­tana do Porto, os co­mu­nistas re­cla­maram a sus­pensão do en­cer­ra­mento das es­ta­ções dos CTT, e na As­sem­bleia da Re­pú­blica, numa per­gunta di­ri­gida ao Go­verno, con­de­naram o «ca­minho de li­qui­dação de ser­viços pú­blicos de que re­sulta uma di­mi­nuição da qua­li­dade de vida das po­pu­la­ções abran­gidas e o agra­va­mento do fla­gelo do de­sem­prego, que as­sume pro­por­ções ver­da­dei­ra­mente pre­o­cu­pantes na re­gião».

Num outro do­cu­mento, mais es­pe­cí­fico, sobre a Es­tação da Fre­guesia da Afu­rada, os de­pu­tados do PCP sa­li­en­taram que o seu en­cer­ra­mento vai obrigar a po­pu­lação a des­locar-se de forma sig­ni­fi­ca­tiva «para poder uti­lizar al­guns dos ser­viços pos­tais que só é pos­sível serem pres­tados nou­tros postos ou es­ta­ções dos CTT, assim como vai passar a usar os prés­timos que pas­sarão a ser par­ci­al­mente de­sem­pe­nhados numa loja por pes­soas que, na­tu­ral­mente, não são fun­ci­o­ná­rios dos CTT, o que po­derá pôr em causa a efi­cácia do ser­viço, no­me­a­da­mente no que se re­fere ao pa­ga­mento de pen­sões e re­formas a pen­si­o­nistas».

«O en­cer­ra­mento desta es­tação não é um acto iso­lado e cor­res­ponde a uma es­tra­tégia de pri­va­ti­zação do sector, di­mi­nuindo custos e en­cargos, pro­mo­vendo o des­pe­di­mento de ainda mais tra­ba­lha­dores, e eli­mi­nando ser­viços pú­blicos de pro­xi­mi­dade es­sen­ciais para as po­pu­la­ções, e de forma muito es­pe­cial para mi­lhares de re­for­mados e pen­si­o­nistas», alertam os co­mu­nistas.

No dis­trito de Coimbra, os CTTpre­param-se para en­cerrar os postos junto ao Mer­cado D. Pedro V, junto à Uni­ver­si­dade, e de Santa Clara.



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