As vantagens dos motociclos no aniversário do diploma do PCP sobre as «125»

Poupança, rapidez e comodidade

As cha­madas sco­o­ters são uma boa so­lução para vencer o cal­vário que é o mo­vi­mento pen­dular diário de quem se des­loca de au­to­móvel entre a casa e o tra­balho, so­bre­tudo nas áreas me­tro­po­li­tanas de Lisboa e Porto.

Mo­to­ci­clos são uma boa opção nas des­lo­ca­ções diá­rias

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As in­ter­mi­ná­veis filas que des­gastam o nosso quo­ti­diano, num ver­da­deiro teste à pa­ci­ência – quase sempre si­nó­nimo de mais tempo per­dido, acrés­cimos de con­sumo de com­bus­tível, maior de­gra­dação am­bi­ental – podem assim deixar de ser um pro­blema com o re­curso a al­ter­na­tivas que são mais ver­sá­teis e ra­ci­o­nais, bem mais amigas do am­bi­ente, ofe­re­cendo li­ber­dade de mo­vi­mentos, ga­nhos no tempo de vi­agem, eco­nomia nos con­sumos e fa­ci­li­dade de es­ta­ci­o­na­mento

Não fa­lando dos trans­portes pú­blicos co­lec­tivos – que esses são por ex­ce­lência o meio mais eficaz, eco­nó­mico e sus­ten­tável, aos quais na­tu­ral­mente devia ser dada pri­mazia –, a so­lução que se afi­gura mais in­te­res­sante e con­vi­da­tiva, se não mesmo im­ba­tível, é a do veí­culo de duas rodas.

A de­mons­tração de que assim é, sem margem para dú­vida, foi de novo efec­tuada no início da pas­sada se­mana numa ini­ci­a­tiva pro­mo­vida con­jun­ta­mente pelo Grupo Par­la­mentar do PCP e pelo «Fórum 125 cc» (http://​www.fo­rum125cc.com).

 

Vencer o trân­sito

 

O teste foi re­a­li­zado por dois grupos, cons­ti­tuídos cada um por um carro e uma moto de «125 cc», que par­tiram de dois lo­cais di­fe­rentes da pe­ri­feria de Lisboa em di­recção ao Campo Pe­queno, com me­di­ções de tempo de vi­agem, con­sumos de com­bus­tível, gastos em por­ta­gens e custos de es­ta­ci­o­na­mento, contou ao Avante! o de­pu­tado co­mu­nista Mi­guel Tiago, prin­cipal mentor e ani­mador da ideia.

Ele foi, aliás, um dos de­pu­tados co­mu­nistas que há cerca de dois anos es­teve na base da apre­sen­tação do pro­jecto de lei do PCP que viria a ser apro­vado pelo Par­la­mento e que per­mitiu que os con­du­tores ha­bi­li­tados com a carta de con­dução de li­geiros ('B') pas­sassem a poder con­duzir mo­to­ci­clos com 125 cen­tí­me­tros cú­bicos (cc).

As­si­nalar a pas­sagem do ani­ver­sário da le­gis­lação, di­vul­gando si­mul­ta­ne­a­mente este meio de trans­porte, foi pois a razão deste novo de­safio agora re­a­li­zado, vi­sando per­mitir uma com­pa­ração exacta entre os dois meios de trans­porte e tirar con­clu­sões.

Se­gundo o re­lato que nos fez Mi­guel Tiago, o pri­meiro grupo partiu assim às 8h25 do Fo­gue­teiro: uma sco­oter 125 e um au­to­móvel li­geiro a ga­so­lina. A moto chegou à ponte 25 de Abril às 8h37, pa­gando de por­tagem 1.05 € (com via verde), che­gando o carro às por­ta­gens às 8h50, onde pagou 1.45 €.

No Campo Pe­queno, etapa final do tra­jecto, onde chegou às 8h50, o con­dutor da moto es­ta­ci­onou gra­tui­ta­mente em es­paço pró­prio, de­pois de ter re­a­li­zado o tra­jecto Fo­gue­teiro – Campo Pe­queno (23,3 km via En­tre­campos) em 25 mi­nutos, com um con­sumo de 0.62 li­tros de com­bus­tível (ga­so­lina).

O au­to­móvel li­geiro, por seu lado, foi es­ta­ci­o­nado às 9h10 em parque sub­ter­râneo pelo valor de 1,20 €/​hora e apre­sentou um con­sumo de 1,2 li­tros de com­bus­tível (ga­so­lina). O con­dutor apre­sentou-se no ponto de en­contro final às 9h15, de­pois de per­correr os 50 me­tros que o dis­tavam do veí­culo.

 

Ga­nhos evi­dentes

 

O se­gundo grupo, igual­mente com­posto por um au­to­móvel li­geiro (mas a di­esel) e uma moto 125 com caixa ma­nual, partiu de Rio de Mouro às 8h35. O con­dutor da moto es­ta­ci­onou gra­tui­ta­mente em es­paço pró­prio e apre­sentou-se no ponto final do per­curso às 8h58, tendo cum­prido a dis­tância de 21,4 Km em 23 mi­nutos, com um con­sumo de 0,58 li­tros de com­bus­tível (ga­so­lina).

O au­to­móvel li­geiro per­correu pre­ci­sa­mente o mesmo tra­jecto, tendo sido es­ta­ci­o­nado às 9h14 por 0,80 €/​hora em es­ta­ci­o­na­mento de su­per­fície. O seu con­dutor apre­sentou-se no ponto de en­contro final às 9h20, de­pois de ter gasto 45 mi­nutos – pra­ti­ca­mente o dobro do tempo da moto – para fazer o mesmo per­curso, com um con­sumo es­ti­mado de 0,9 li­tros de com­bus­tível (ga­sóleo).

Se aten­dermos a que esta ini­ci­a­tiva de­correu ainda por cima no pe­ríodo do ano onde se re­gistam me­nores pres­sões de trá­fego – e por con­se­guinte com me­lhores con­di­ções de cir­cu­lação ro­do­viária, tendo em conta as fé­rias das ac­ti­vi­dades es­co­lares e as boas con­di­ções me­te­o­ro­ló­gicas, como ob­servou Mi­guel Tiago –, fácil é con­cluir, pois, mesmo em con­di­ções mais fa­vo­rá­veis para ao carros, que a «Lei das 125 veio per­mitir ao con­dutor de au­to­móvel uma outra forma de mo­bi­li­dade».

Em­bora de­fen­dendo que «o ideal con­tinua a ser sempre a uti­li­zação do trans­porte co­lec­tivo», o de­pu­tado do PCP con­si­dera que a nova opção em «duas rodas» é uma  al­ter­na­tiva capaz de ofe­recer claras van­ta­gens a quem tem de se des­locar di­a­ri­a­mente entre casa–tra­balho–casa.

«Numa al­tura em que a qua­li­dade de vida dos tra­ba­lha­dores e da ge­ne­ra­li­dade da po­pu­lação se de­grada por força da carga ho­rária, do custo de vida e da des­va­lo­ri­zação sa­la­rial, a mo­bi­li­dade ba­rata e rá­pida torna-se uma mais-valia para todos», sus­tenta Mi­guel Tiago.

 

Ini­ci­a­tiva do PCP abre portas

Po­ten­ciar novos há­bitos

 

 Foi da au­toria do PCP o di­ploma que, há cerca de dois anos, viria a ser apro­vado pela As­sem­bleia da Re­pú­blica, ga­nhando forma de lei em 14 de Agosto de 2009.

Desde então o acrés­cimo de mo­to­ci­clos de «125 cc» nas nossas es­tradas dis­parou, com as vendas a atingir mais 422 por cento em 2010, se­gundo dados da As­so­ci­ação Au­to­móvel de Por­tugal.

A troca do au­to­móvel pela sco­oter tem vá­rios con­ve­ni­entes, um dos quais, nada des­pi­ci­ente, é não só a pou­pança de com­bus­tível como também a re­dução das emis­sões de dió­xido de car­bono.

Exem­pli­fi­cando, em de­cla­ra­ções ao Avante!, Mi­guel Tiago citou um au­to­móvel li­geiro com um con­sumo de seis li­tros aos cem, en­quanto um mo­to­ciclo de «125 cc» gasta à volta dos dois li­tros, o que mostra bem a pou­pança que à par­tida está ga­ran­tida.

Por si re­fe­rido foi, ainda, um es­tudo do Ins­ti­tuto Su­pe­rior Téc­nico em 2005 que mostra que se dez por cento das pes­soas que tra­ba­lham em Lisboa op­tassem pela mota tal equi­va­leria a uma pou­pança em es­paço de es­ta­ci­o­na­mento de 96 hec­tares, bem como a uma re­dução de 174 mil to­ne­ladas de emis­sões de dió­xido de car­bono por ano.

«Es­tamos ainda longe dessas metas, mas esse é o ca­minho que temos de per­correr», afirmou con­victo.

 



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