NÃO HÁ FESTA COMO ESTA

«A Festa do Avante! é fonte de força e ponto de pas­sagem para as lutas do fu­turo ime­diato»

Se dela dis­sermos, ne­ces­sa­ri­a­mente re­pe­tindo-nos, que não há festa como esta, di­remos o es­sen­cial do que há a dizer sobre a Festa do Avante!.

Com efeito, bastam essas cinco pa­la­vras para de­finir aquela que é, in­con­tes­ta­vel­mente, a maior, a mais bela, a mais par­ti­ci­pada ini­ci­a­tiva po­lí­tica, cul­tural, ar­tís­tica, des­por­tiva, con­vi­vial le­vada a cabo no nosso País.

Sabem-no me­lhor do que nin­guém os cons­tru­tores da Festa: os muitos mi­lhares de ca­ma­radas e amigos que, no ter­reno, er­guem os edi­fí­cios, cons­tróem as infra-es­tru­turas, criam a de­co­ração desta ci­dade do fu­turo; os que, nas or­ga­ni­za­ções lo­cais, di­vulgam a Festa, vendem as EP’s e or­ga­nizam as ex­cur­sões, pre­param o re­cheio dos múl­ti­plos pa­vi­lhões, mo­bi­lizam os ca­ma­radas ne­ces­sá­rios para as­se­gurar o fun­ci­o­na­mento de todos os ser­viços du­rante os três dias de du­ração da Festa; os que, de­fi­nido o con­teúdo po­lí­tico da Festa, pre­param e or­ga­nizam as ex­po­si­ções, os es­pec­tá­culos, os de­bates.

Sabem-no, igual­mente, os mi­lhares e mi­lhares de vi­si­tantes – ho­mens, mu­lheres e jo­vens; mi­li­tantes e sim­pa­ti­zantes co­mu­nistas, mem­bros de ou­tros par­tidos ou sem fi­li­ação par­ti­dária – que, du­rante o pri­meiro fim-de-se­mana de Se­tembro, irão en­cher de ale­gria e de con­vívio amigo as ruas e praças da ci­dade da Quinta da Ata­laia.

Sabem-no, também, as de­le­ga­ções dos par­tidos co­mu­nistas e de ou­tras or­ga­ni­za­ções pro­gres­sistas que, vindas de todo o mundo, têm en­contro mar­cado, todos os anos, nesta ex­pres­siva ma­ni­fes­tação de so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista.

Sabem-no, até, os res­pon­sá­veis dos media do­mi­nantes, que só não con­denam a Festa a um total e ab­so­luto si­len­ci­a­mento porque ela não deixa: porque ela, com a sua di­mensão e com a sua re­le­vância, com o lugar que já con­quistou na so­ci­e­dade por­tu­guesa, impõe a sua exis­tência de Norte a Sul do País.

 

A ideia de que os par­tidos são todos iguais – in­ten­sa­mente di­vul­gada pelos que, assim, pre­tendem ocultar a sin­gu­la­ri­dade do PCP no quadro par­ti­dário na­ci­onal – tem na Festa do Avante! um claro e inequí­voco des­men­tido: sabe toda a gente, in­cluindo os que, por con­ve­ni­ência pró­pria, es­pa­lham essa ideia, que também nesta ma­téria o PCP é di­fe­rente dos que são todos iguais: nin­guém tem dú­vidas de que ne­nhum outro par­tido na­ci­onal tem con­di­ções para levar por di­ante uma re­a­li­zação como a Festa do Avante!.

Por ra­zões vá­rias e cla­ra­mente de­tec­tá­veis: porque a Festa do Avante! é a festa da mi­li­tância re­vo­lu­ci­o­nária, é a festa do tra­balho vo­lun­tário e do tra­balho co­lec­tivo, ca­rac­te­rís­ticas que, no pa­no­rama par­ti­dário na­ci­onal, só existem no PCP.

Aliás, é nos con­teúdos dessa mi­li­tância e dessa forma de tra­ba­lhar que se en­con­tram as raízes do am­bi­ente de fra­ter­ni­dade, de ca­ma­ra­dagem, de ami­zade, de so­li­da­ri­e­dade – o am­bi­ente de agra­dável con­vívio, re­co­nhe­cido até pelos ini­migos da Festa – que ali se vive no tempo de cons­trução da ci­dade do fu­turo e que, de­pois, é trans­mi­tido aos três dias da sua du­ração.

Na ver­dade, o êxito da Festa do Avante! não é coisa que caia do céu, nem fruto de ou­tros acasos mais ou menos mi­la­grosos: ele é o re­sul­tado da mi­li­tância, da de­di­cação, da in­te­li­gência, da cri­a­ti­vi­dade dos mi­li­tantes e sim­pa­ti­zantes co­mu­nistas que, no tempo ac­tual, se afirmam como dignos her­deiros das su­ces­sivas ge­ra­ções de co­mu­nistas que, ao longo de no­venta anos, cons­truíram o PCP.

Por tudo isso, a Festa do Avante! é a me­nina-dos-olhos não apenas do co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista, aí in­cluídos os sim­pa­ti­zantes e amigos do Par­tido, mas também de muitos e muitos mi­lhares de ci­da­dãos de ou­tras áreas po­lí­ticas que sentem a Festa como coisa sua e que ali se sentem como nas suas pró­prias casas.

 

O co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista cons­trói a 35.ª edição da Festa do Avante! num quadro po­lí­tico ex­tre­ma­mente com­plexo e exi­gente, fruto de trinta e cinco anos de po­lí­tica de di­reita pra­ti­cada pelo PS, o PSD e o CDS e cul­mi­nando, agora, com a ocu­pação do País pela troika do grande ca­pital fi­nan­ceiro e com a prá­tica co­la­bo­ra­ci­o­nista da troika na­ci­onal e do Pre­si­dente da Re­pú­blica.

O roubo aos tra­ba­lha­dores e aos re­for­mados nos seus sub­sí­dios de Natal; o roubo de 3,5 por cento nos ren­di­mentos do tra­balho sem di­reito àquele sub­sídio; o roubo ao povo do que ao povo per­tence, através de mais uma vaga de pri­va­ti­za­ções que de­vasta a eco­nomia na­ci­onal e enche os co­fres do grande ca­pital; o roubo de di­reitos aos tra­ba­lha­dores, através de um Có­digo do Tra­balho feito à me­dida dos in­te­resses dos ex­plo­ra­dores – são al­gumas das me­didas de­ci­didas pelo ac­tual Go­verno, todas elas for­te­mente pe­na­li­za­doras dos in­te­resses e di­reitos dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País, e às quais há que res­ponder com a luta or­ga­ni­zada das massas tra­ba­lha­doras.

E para que a luta acon­teça há que su­perar os muitos obs­tá­culos que lhe são er­guidos, quer através da po­de­rosa ofen­siva ide­o­ló­gica que, todos os dias em todos os media do­mi­nantes, prega a re­sig­nação, o con­for­mismo, o não-vale-a-pena, quer através das ame­aças e da re­pressão exer­cidas nas em­presas pelo grande pa­tro­nato.

Uma luta que co­meça a crescer e que na úl­tima se­mana trouxe para as ruas mi­lhares de tra­ba­lha­dores – que, de­sig­na­da­mente em Lisboa, Porto, Évora, Braga e Faro, fi­zeram ouvir o seu pro­testo contra a po­lí­tica de roubo na­ci­onal e afir­maram a sua con­fi­ança no fu­turo, ex­plí­citas nos gritos de «o ca­pital a roubar e quem tra­balha a pagar» e «temos so­lução: au­mentar a pro­dução».

Luta que a Festa do Avante! in­tegra ple­na­mente e de que é fonte de força e ponto de pas­sagem para as lutas do fu­turo ime­diato – o que faz da sua cons­trução a grande ta­refa de mo­mento para o co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista.