Pode-se ir à Festa do Avante e não visitar a Festa do Livro?

Um «mar» de oportunidades

Du­rante os dias 2, 3 e 4 de Se­tembro, até pode passar ao lado da Festa do Livro, mas, se o fizer, per­derá a opor­tu­ni­dade de vi­sitar uma das mai­ores li­vra­rias do País, onde está à sua dis­po­sição um «mar» de opor­tu­ni­dades, com mi­lhares de tí­tulos de de­zenas de edi­toras (muitos a preços de saldo), lan­ça­mentos e ses­sões de au­tó­grafos.

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A Festa do Livro é, tra­di­ci­o­nal­mente, um local pri­vi­le­giado para o lan­ça­mento de no­vi­dades edi­to­riais e, este ano, assim vol­tará a acon­tecer.

 

Em des­taque es­tará por exemplo o livro «12 Fugas das Pri­sões de Sa­lazar», tí­tulo co­li­gido e ano­tado por Jaime Serra, onde se reúnem re­latos emo­ci­o­nantes, quase sempre feitos pelos in­ter­ve­ni­entes, de fugas das pri­sões sa­la­za­ristas. Nesta obra, des­creve-se o tipo de or­ga­ni­zação que estas fugas exi­giam, quer dentro das ca­deias quer no seu ex­te­rior, e o in­subs­ti­tuível papel da or­ga­ni­zação po­lí­tica clan­des­tina que só o PCP con­se­guia criar e manter.

 

Outro livro que pro­mete ser um su­cesso edi­to­rial é o vo­lume in­ti­tu­lado «No Per­curso de Guerras Co­lo­niais» (1961-1969), da au­toria de Mário Mou­tinho de Pádua. O autor foi o pri­meiro ofi­cial por­tu­guês a de­sertar em An­gola, em 1961. Neste seu livro, narra-se a sua im­pres­si­nante ex­pe­ri­ência a se­guir à sua de­serção, no­me­a­da­mente as pri­sões e tor­turas de que foi alvo no Congo, a sua pas­sagem pela Che­cos­lo­vá­quia, a sua par­ti­ci­pação na cons­trução de uma Ar­gélia recém-li­ber­tada do co­lo­ni­a­lismo, e por fim, a sua con­tri­buição como mé­dico na luta tra­vada pelo PAIGC na Guiné. Como as­si­nala Pe­pe­tela sobre Mário Pádua no pre­fácio a este livro: «toda a sua vida foi um cons­tante de­safio pe­rante as ad­ver­si­dades, para de­fender as suas ideias. Nunca ab­dicou delas e nunca as traiu.»

Rui Na­mo­rado Rosa lança um in­te­res­sante en­saio que dá pelo nome de «Crise e Tran­sição Po­lí­tica: Me­ta­bo­lismo So­cial e Ma­te­rial». Este tra­balho é uma re­acção, e pre­tende ser uma con­tri­buição, à om­ni­pre­sença do pen­sa­mento do­mi­nante que ofende e ex­plora a con­dição hu­mana dos que sim­ples­mente vivem do seu tra­balho. É também uma re­flexão que pro­cura iden­ti­ficar o sen­tido de um fu­turo ainda in­certo mas capaz de negar e su­perar este es­tágio con­tem­po­râneo, rumo a um tempo novo.

«Dé­cadas de Abril. A talhe de foice» é o nome do livro do jor­na­lista Hen­rique Cus­tódio, que reúne al­gumas das suas me­lhores cró­nicas pu­bli­cadas no Avante!. Através delas po­demos re­cons­ti­tuir o per­curso de dé­cadas de re­sis­tência e luta dos tra­ba­lha­dores contra as in­jus­tiças e quem as pro­ta­go­niza e, em si­mul­tâneo, con­ti­nuar a ali­mentar o pro­jecto de cons­trução de uma so­ci­e­dade mais justa, o pro­jecto de Abril.


«Por­tugal a Pro­duzir»
Um rumo in­verso à po­lí­tica de di­reita

Quando se ce­le­bram os 90 anos do PCP, a Festa do Livro pre­parou ainda in­te­res­santes pro­mo­ções em torno de li­vros que per­mitem co­nhecer a his­tória do Par­tido. Mas o PCP não vive só da his­tória, vive no pre­sente e tem ideias bem claras quanto ao fu­turo que quer para o País. Um dos acon­te­ci­mentos edi­to­riais da Festa deste ano é o lan­ça­mento do vo­lume «Por­tugal a Pro­duzir», no qual se mostra que Por­tugal não é um país pobre, antes um país em­po­bre­cido pelas op­ções de classe de su­ces­sivos go­vernos. Esta justa e sus­ten­tada afir­mação do PCP foi con­fir­mada ao longo da cam­panha «Por­tugal a Pro­duzir» que se des­tinou a afirmar o valor es­tra­té­gico da pro­dução na­ci­onal e do apro­vei­ta­mento das po­ten­ci­a­li­dades do País, para a cri­ação de em­prego, o com­bate à de­pen­dência ex­terna e a afir­mação de uma via so­be­rana de de­sen­vol­vi­mento.

«Por­tugal a Pro­duzir» é, assim, a de­fi­nição de um rumo in­verso ao da po­lí­tica de di­reita, de­fi­nição que, cor­res­pon­dendo às le­gí­timas as­pi­ra­ções dos tra­ba­lha­dores e do Povo por­tu­guês a uma vida me­lhor, se afirma como uma grande pro­posta do PCP para o pre­sente e o fu­turo de Por­tugal.



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