Franceses ricos querem contribuir

Depois do magnata norte-americano Warren Buffett ter defendido a contribuição dos mais ricos para equilibrar as contas do Estado, 16 grandes empresários franceses, encabeçados por Liliane Bettencourt, a mulher mais rica do país, subscreveram um apelo no qual afirmam estar «conscientes de ter beneficiado plenamente do modelo francês e de um ambiente europeu ao qual estamos ligados e para cuja preservação desejamos contribuir».

O texto, publicado, dia 25, na revista Le Nouvel Observateur, propõe a criação de uma «contribuição excepcional» para os contribuintes franceses mais favorecidos, notando que, «num momento em que o défice das finanças públicas e as perspectivas de agravamento da dívida do Estado ameaçam o futuro da França e da Europa, num momento em que o governo pede a todos um esforço de solidariedade, consideramos que é necessário contribuir».

O governo não tardou a reagir anunciando uma taxa suplementar de três por cento sobre os rendimentos superiores a 500 mil euros anuais. Deste modo, a contribuição dos ricos terá um significado simbólico, totalizando cerca de 200 milhões de euros, ou seja, uma gota no oceano de austeridade que se abate sobre a maioria da população.