Bahrein
36 manifestantes foram condenados a pesadas penas pelo tribunal especial instalado pelo regime para julgar os participantes nos protestos populares no país, ocorridos em Fevereiro e Março. 14 homens foram condenados a pena perpétua, 21 outros opositores sentenciados a 15 anos de prisão, e o mais jovem contestatário deverá cumprir 18 anos.
As condenações foram conhecidas dias depois de um outro tribunal especial ter aplicado a mesma «justiça» a um grupo de 20 profissionais de Saúde, acusados de prestarem assistência aos manifestantes feridos pela polícia.
Um dos médicos sentenciados denunciou ter sido interrogado sob tortura, facto confirmado pelo testemunho de uma médica, entretanto libertada, mas igualmente alvo de choques eléctricos durante o cativeiro.
Simultaneamente às represálias judiciais contra os manifestantes e à repressão dos protestos que ameaçam recrudescer (nas últimas semanas eclodiram focos reivindicativos em Abu Saiba, Sitra e Manama), o regime procura encenar a sua legitimação formal através de um arremedo eleitoral.
A segunda volta do «sufrágio» parcial realizado para substituir um grupo de deputados opositores ao regime, ficou, tal como a primeira volta, marcada pela fraca afluência às urnas (cerca de 17 por cento) e pelo medo dos que foram votar, receio testemunhado pelos repórteres da AFP.
Recorde-se que, a 14 de Março, tropas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos acorreram ao Bahrein para esmagar a constestação ao regime.
Entretanto, na Arábia Saudita, estalam igualmente os protestos. A última manifestação ocorreu segunda-feira na cidade de Qatif, de acordo com informações de última hora difundidas pela Press TV.