Haiti
A contestação popular à Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah, na sigla inglesa) fez-se ouvir, a meio da semana passada, na capital, Porto Príncipe. Os haitianos voltaram a acusar a força multinacional de ser responsável pela propagação da cólera, epidemia que já matou cerca de 6600 pessoas e infectou meio milhão no espaço de um ano.
A Médicos Sem Fronteiras alertou recentemente que a Cólera permanece incontrolável no país, onde se registaram mais de ¾ dos casos identificados no mundo em 2011.
Os manifestantes exigiram ainda indemnizações para os contaminados e familiares das vítimas, e repudiaram a renovação do mandato da Minustah por parte do Conselho de Segurança da ONU, aprovado dia 14 de Outubro.
Desde Agosto que diversas organizações sociais e políticas haitianas realizam marchas contra a presença dos militares estrangeiros no território. No passado dia 14, centenas de haitianos exigiram a retirada imediata da Missão. Na ocasião, o rastilho da revolta popular foi a alegada violação de uma jovem por um militar uruguaio. O protesto, frente ao palácio presidencial ainda em ruínas, foi reprimido pelas autoridades com recurso a gás lacrimogéneo.