Mobilização prossegue nas empresas e serviços

Sucesso do trabalho

Nestes últimos dias que antecedem a greve geral, vários dirigentes e organizações expressam confiança numa adesão muito forte. O sucesso da luta garante-se com trabalho intenso que continua.

É justo protestar e fazer greve amanhã

Na segunda-feira, a CGTP-IN contabilizava mais de nove mil plenários e contactos com trabalhadores, desde a marcação da greve geral. Arménio Carlos, da Comissão Executiva da central, adiantou ainda à agência Lusa que estavam já formados mais de mil piquetes de greve e estimou que nas iniciativas de preparação da luta tenham participado mais de 15 mil dirigentes e activistas do movimento sindical unitário e de comissões de trabalhadores.

A Fiequimetal/CGTP-IN divulgou, também anteontem, um balanço em que, de entre centenas de empresas onde os trabalhadores aprovaram o compromisso de adesão à greve, destaca algumas dezenas, como a Autoeuropa (e empresas do parque industrial), a Lisnave e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, a INCM, vários locais da EDP e da REN, a Lisboa Gás, a Valorsul, a EPAL, as Águas do Algarve, a Amarsul, a Motometer, a Preh, a Sakthi, a Cel-Cat, a Exide, a Visteon, a Delphi, o Diário do Minho, a Europac Embalagens, a Dyrup, a Fima, a Lever e a Iglo-Olá, a Continental Mabor e a CNB/Camac, a Bosch (Braga)...

Um vasto calendário de plenários e visitas de dirigentes sindicais a locais de trabalho da Câmara Municipal de Lisboa foi divulgado pelo STML/CGTP-IN, desde dia 14 e até hoje. Francisco Brás, dirigente do STAL e da CGTP-IN, admitiu à Lusa que amanhã poderá ocorrer o maior encerramento de serviços da administração local. O sindicato repudiou, no dia 17, a marcação apressada de um simulacro de sismo para o dia da greve geral, por parte da Autoridade Nacional de Protecção Civil.

As comissões de trabalhadores do Grupo Caixa Geral de Depósitos (banca e seguros) apelaram segunda-feira à adesão à greve geral, também como forma de contestar os cortes salariais previstos no Orçamento do Estado e que a administração já admitiu que serão para aplicar imediatamente e de forma imperativa.

Ontem de manhã, a União dos Sindicatos de Lisboa realizou uma «mega distribuição» de folhetos nos principais interfaces de transportes.

Para esta tarde, em Coimbra, vários sindicatos da Administração Pública e de sectores privados marcaram um protesto que começa no Largo da Portagem (à entrada da Ponte), às 15 horas, contra o roubo no subsídio de Natal. Tal como o Sindicato dos Professores da Região Centro, também a nota dos sindicatos de Coimbra alerta que o corte não ficará pela diminuição que já agora é visível nos recibos de vencimento, uma vez que haverá ainda um «acerto de contas» depois de ser apresentada a declaração de rendimentos de 2011, o que vai fazer subir a redução para mais do que os 50 por cento do 13.º mês que geralmente são referidos.

Em conferência de imprensa, na segunda-feira, a União dos Sindicatos de Braga lembrou que a luta pela semana de 40 horas mobilizou no distrito milhares de trabalhadores, em 1995, que durante um ano fizeram greve às duas horas e meia que ultrapassavam o máximo exigido e que veio a ser consagrado em lei. Agora, a oferta do Governo ao patronato nesta matéria, a concretizar-se, colocaria mais 250 mil trabalhadores no desemprego e faria cair os salários em oito por cento, avisou a USB, que deu conta de «uma ampla compreensão» dos motivos da greve geral, prevendo que ela «irá ter um enorme êxito».



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