Congresso de luta das freguesias
Com 1300 delegados e cerca de 500 observadores eleitos, o 13.º Congresso da Associação Nacional de Freguesias, que decorreu em Portimão nos dias 2 e 3, rejeitou «claramente» a reforma da administração local, proposta pelo Governo no «Documento Verde». A posição consta da resolução, aprovada praticamente por unanimidade (a excepção, por abstenção, veio de dois delegados que são deputados do PSD na AR), e perpassou pela esmagadora maioria das intervenções feitas da tribuna do congresso. Ficou ainda expressa nas moções aprovadas, em duas das quais se aponta para a realização de uma manifestação nacional contra a extinção de freguesias e em defesa do poder local democrático. A rejeição do «Documento Verde» e das posições de confrontação tomadas pelo Governo nesta matéria foi particularmente visível na sessão de encerramento: quando a palavra foi dada ao ministro Miguel Relvas, centenas de delegados levantaram-se, apuparam o governante, levantaram faixas com inscrições como «as freguesias são do povo, extinga-se a troika» e abandonaram o recinto. Dos que permaneceram, muitos foram interrompendo a intervenção do ministro com persistentes protestos.