AOFA responde ao PM

Estranhando que o primeiro-ministro «não tenha dedicado alguma da sua atenção ao conjunto de preocupações que exaustiva e insistentemente têm vindo a ser manifestadas pelos militares», a Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) avisou, a 25 de Novembro, num comunicado que as suas preocupações «advêm de medidas cujas consequências levam à descaracterização das Forças Armadas (FA), concorrendo para a criação de condições que poderão conduzir à sua desarticulação».

A associação profissional de militares criticou a primeira intervenção sobre Forças Armadas proferida pelo chefe do Governo, com a qual o primeiro-ministro «pretendeu apelar aos militares para que assistam, impávidos e serenos, às consequências das medidas passadas e futuras que afectam a sua condição de militares e a própria instituição militar».

«O que vem acontecendo aos militares nada tem a ver com o proclamado objectivo de racionalização e modernização» das FA, esclareceu a AOFA, lembrando que aos militares, que como o Governo juram cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, cabe a missão de garantir «a defesa militar da República», sendo esta instituição um «pilar fundamental na defesa da soberania nacional».

A associação receia a concretização de «um projecto de redução das FA a um exíguo corpo militar». O programa eleitoral do PSD previa uma redução de dez mil efectivos, numa primeira fase, dados que foram alterados no acordo da troika, tendo o Orçamento do Estado de 2012 prevista uma redução de «pelo menos 10 por cento de efectivos até 2014», «sem que se conheça qualquer sustentação para aquele número», salientou a AOFA. Concretizando-se, a diminuição comprometerá ainda mais a capacidade de cumprimento das missões das FA, avisou a associação, para quem as medidas do Governo «levam objectivamente à sua paralisia, corroem a coesão, a autoridade e a disciplina».



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