No rumo errado

Também os sin­di­catos re­a­giram pron­ta­mente ao anúncio de mais esta fase da pri­va­ti­zação da EDP. Numa nota de dia 23, a Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN con­si­derou esta ope­ração não só um «erro po­lí­tico» do Go­verno como um «mau ne­gócio para a eco­nomia na­ci­onal e o de­sen­vol­vi­mento do País».

A EDP, re­alça a fe­de­ração sin­dical, é uma «em­presa-chave num sector es­tra­té­gico» pelo que o Es­tado, «a bem da so­be­rania e mesmo da se­gu­rança na­ci­onal», deve ter um «papel de­ci­sivo na de­fi­nição e na exe­cução da po­lí­tica ener­gé­tica». Pelo ca­minho que o Go­verno es­co­lheu, em pri­meiro lugar «vão ficar, cada vez mais, os in­te­resses de quem vê na EDP uma fonte de lucro ga­ran­tido e rá­pido», ar­gu­menta a Fi­e­qui­metal.

A es­tru­tura sin­dical re­jeita os ar­gu­mentos da­queles que, afir­mando que esta pri­va­ti­zação es­tava pre­vista no me­mo­rando da troika dos cre­dores (FMI, UE e BCE), que ob­teve as as­si­na­turas do go­verno de José Só­crates, mas também do PSD e do CDS-PP, tentam es­ca­mo­tear as res­pon­sa­bi­li­dades pela con­cre­ti­zação da ali­e­nação, e aceitam que o Go­verno ac­tual «se com­porte como se es­ti­vesse à frente de um País ocu­pado por po­tên­cias es­tran­geiras». Também a quem co­loca o en­foque no re­sul­tado fi­nan­ceiro para os co­fres do Es­tado, com um «en­caixe» de 2690 mi­lhões de euros, a Fi­e­qui­metal con­trapõe com os di­vi­dendos dis­tri­buídos pela em­presa só entre 2007 e 2010 – quase 2160 mi­lhões de euros. Se destes o Es­tado en­caixou «apenas» 25 por cento, no fu­turo «já não re­ce­berá nada».

Já quem afirma que se está pe­rante uma ac­ti­vi­dade «re­gu­lada» está, para a es­tru­tura sin­dical, «de­li­be­ra­da­mente a mentir». A EDP pri­va­ti­zada tem 19 em­presas em Por­tugal e mais uma dúzia nou­tros países e apenas duas, que operam no País, estão hoje «sob re­gu­lação»: a EDP Dis­tri­buição e a EDP Ser­viço Uni­versal. A partir de Junho de 2013 está pre­vista a li­be­ra­li­zação total do ta­ri­fário, ini­ci­ando-se em Junho de 2012 uma pri­meira fase dessa li­be­ra­li­zação. Para a Fi­e­qui­metal, a questão é sim­ples: «se a en­ti­dade re­gu­la­dora não exerceu o seu papel até agora, como se pode es­perar que o passe a exercer daqui em di­ante?»



Mais artigos de: PCP

Golpe na soberania nacional

A en­trega dos 21,35 por cento que o Es­tado de­tinha no ca­pital so­cial da EDP à chi­nesa Three Gorges cons­titui, para o PCP, um acto de «gestão da­nosa» con­trário aos in­te­resses na­ci­o­nais.

PCP quer hospital pediátrico em Lisboa

A vi­sita de Je­ró­nimo de Sousa ao Hos­pital Dona Es­te­fânia foi um sinal de apoio aos «bons exem­plos» exis­tentes no Ser­viço Na­ci­onal de Saúde. A exis­tência de um hos­pital pe­diá­trico em Lisboa está ame­a­çada.

Tripla penalização

A Carta de Com­pro­missos acor­dada entre o Go­verno da Re­pú­blica e o go­verno re­gi­onal da Ma­deira, co­nhe­cida an­te­ontem, cons­titui para o PCP uma «tripla pe­na­li­zação para o povo e para a re­gião».

Conquistar pela luta um futuro melhor

O PCP acusou, domingo, o primeiro-ministro de ter proferido uma mensagem de Natal «repleta de palavras falsas». Em declarações à imprensa, Jorge Cordeiro, do Secretariado e da Comissão Política do Comité Central, realçou que aquilo que foi prometido a pretexto...

<i>Caderno Vermelho</i>

Estão ainda à venda os últimos exemplares do Caderno Vermelho n.º 19 (revista do Sector Intelectual da ORL do PCP), lançado na Festa do Avante!. Com este número, a revista completa 15 anos de publicação ininterrupta. Esta...