FARC querem diálogo aberto e sincero

O novo co­man­dante das Forças Re­vo­lu­ci­o­ná­rias da Colômbia (FARC), Ti­mo­león Ji­ménez «Ti­mo­chenko», de­sa­fiou o pre­si­dente do país a in­te­grar um diá­logo sem men­tiras e aberto ao es­cru­tínio da nação.

Em carta di­ri­gida a Juan Ma­nuel Santos, pu­bli­cada na pá­gina da In­ternet das FARC, «Ti­mo­chenko» rei­tera, em nome da or­ga­ni­zação, o in­te­resse em pro­mover um de­bate sin­cero sobre temas que di­videm o re­gime e a guer­rilha, tais como «as pri­va­ti­za­ções, a des­re­gu­lação [la­boral], a li­ber­dade de co­mércio e in­ves­ti­mento, a de­pre­dação dos re­cursos e do meio am­bi­ente, a de­mo­cracia e a dou­trina mi­litar».

«Estes e ou­tros as­suntos in­te­ressa-nos abordar numa hi­po­té­tica mesa de con­ver­sa­ções», in­sistiu.

Na men­sagem di­vul­gada se­gunda-feira, o má­ximo res­pon­sável das FARC pede ainda a Santos que re­tome a agenda ne­go­cial de­sen­ro­lada du­rante o go­verno de An­drés Pas­trana, entre 1998 e 2002. Mas, acres­centa, as FARC nunca acei­tarão «a im­po­sição de ver­dades ab­so­lutas», con­si­de­rando que «este con­flito não terá so­lução en­quanto não for tida em conta a nossa opi­nião».

Um dia antes do texto subs­crito por «Ti­mo­chenko», o Se­cre­ta­riado do Es­tado Maior Cen­tral das FARC saudou fra­ter­nal­mente «os povos do mundo, as suas or­ga­ni­za­ções de luta pela dig­ni­dade hu­mana» e todos os «amigos que an­seiam por uma so­lução po­lí­tica» para o con­flito na Colômbia.

Agra­de­cendo a so­li­da­ri­e­dade re­ce­bida para com a justa luta «de um povo que re­siste às im­po­si­ções das trans­na­ci­o­nais e de um go­verno apá­trida», luta que, frisam, «faz parte da in­dig­nação mun­dial contra a vo­ra­ci­dade do ca­pital fi­nan­ceiro» e o «ca­pi­ta­lismo de­cré­pito» que «nau­fraga na sua pró­pria crise», as FARC instam à ge­ne­ra­li­zação das «ma­ni­fes­ta­ções contra a ti­rania fi­nan­ceira».

«Os go­vernos re­vo­lu­ci­o­ná­rios e or­ga­ni­za­ções po­lí­ticas e so­ciais dos povos têm tra­balho a fazer. Contem com as FARC nesta luta justa por uma al­ter­na­tiva an­ti­ca­pi­ta­lista», con­cluem.



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