Greve geral pára Bélgica

A jor­nada con­vo­cada pelas três cen­trais sin­di­cais belgas para pro­testar contra as me­didas de aus­te­ri­dade pro­postas pelo go­verno re­gistou uma adesão mas­siva dos tra­ba­lha­dores em todos os sec­tores. De acordo com in­for­ma­ções di­vul­gadas por agên­cias no­ti­ci­osas, a greve pa­ra­lisou o país.

Tal como nou­tras ci­dades, na ca­pital, Bru­xelas, não cir­cu­laram com­boios (in­cluindo as li­ga­ções in­ter­na­ci­o­nais), me­tros, au­to­carros ou eléc­tricos, e o ae­ro­porto de Za­ventem so­freu fortes per­tur­ba­ções, obri­gando o exe­cu­tivo li­de­rado por Elio Di Rupo a trans­ferir para um ae­ro­porto mi­litar os voos dos go­ver­nantes eu­ro­peus que che­garam se­gunda-feira para uma Ci­meira da UE.

O ae­ro­porto de Char­leroi e o Porto de An­tuérpia também es­ti­veram to­tal­mente inac­tivos, tal como a es­ma­ga­dora mai­oria dos ser­viços pú­blicos – es­colas, ser­viço postal, mu­ni­cí­pios, hos­pi­tais, etc. –, os bancos ou o co­mércio, in­cluindo grandes su­per­fí­cies.

Nas pri­sões, a adesão dos guardas pri­si­o­nais obrigou à mo­bi­li­zação de con­tin­gentes po­li­ciais de emer­gência.

Grandes uni­dades in­dus­triais es­ti­veram igual­mente pa­radas, ser­vindo de exemplo a in­ter­rupção da pro­dução em em­presas como a Coca-Cola, Agfa, Audi ou Volvo. Em vá­rias es­tradas e auto-es­tradas, os tra­ba­lha­dores cons­ti­tuíram pi­quetes e blo­que­aram a cir­cu­lação ro­do­viária.

Uma greve geral di­na­mi­zada pelas três cen­trais sin­di­cais não acon­tecia na Bél­gica desde 1993. Os sin­di­catos con­testam o pro­grama an­ti­po­pular e an­ti­la­boral que o pri­meiro-mi­nistro pre­tende impor.

Se­guindo a car­tilha do di­rec­tório da UE, Di Rupo propõe-se cortar quase 12 mil mi­lhões de euros em des­pesa es­tatal, au­mentar os im­postos sobre quem tra­balha e cortar be­ne­fí­cios so­ciais. Entre as me­didas pre­vistas estão o des­pe­di­mento de fun­ci­o­ná­rios pú­blicos, o au­mento da idade da re­forma e o en­du­re­ci­mento dos cri­té­rios para a atri­buição da re­forma an­te­ci­pada.

O go­verno pla­neia ainda di­mi­nuir o valor e o pe­ríodo de usu­fruto do sub­sídio de de­sem­prego, al­terar os cri­té­rios de acesso a esta pres­tação so­cial e res­tringir a pos­si­bi­li­dade de re­jeição de uma pro­posta de tra­balho. A tí­tulo de exemplo, um tra­ba­lhador não pode re­cusar uma oferta de em­prego que fique a menos de 60 qui­ló­me­tros de dis­tância da sua re­si­dência.



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