UE aplica novas sanções ao Irão

PCP alerta para escalada agressiva

O PCP con­dena a apli­cação de san­ções por parte da UE ao Irão, que qua­li­fica de hi­pó­critas, ma­ni­festa «a sua pro­funda pre­o­cu­pação face à es­ca­lada do con­flito» e rei­tera as suas po­si­ções de sempre em de­fesa da so­be­rania dos povos e da cri­ação de uma zona livre de armas nu­cle­ares no Médio Ori­ente.

A de­cisão da UE segue a agenda dos EUA e é hi­pó­crita

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Em co­mu­ni­cado di­vul­gado sexta-feira, dia 27, pelo Ga­bi­nete de Im­prensa, o Par­tido ma­ni­festou-se pro­fun­da­mente pre­o­cu­pado «face à es­ca­lada de con­flito que EUA, União Eu­ro­peia e vá­rias po­tên­cias da NATO de­sen­volvem contra o Irão», no­tando que «neste quadro, as­sume par­ti­cular gra­vi­dade a des­lo­cação de vul­tu­osos meios mi­li­tares para o Golfo Pér­sico e es­treito de Ormuz, as rei­te­radas vi­o­la­ções do es­paço aéreo ira­niano e ou­tras ac­ções pro­vo­ca­tó­rias atri­buídas pelas au­to­ri­dades ira­ni­anas a países como Is­rael e EUA».

Para o PCP, «qual­quer pro­vo­cação mi­litar contra o Irão» teria «ter­rí­veis con­sequên­cias na re­gião do Médio Ori­ente e Ásia Cen­tral, es­pe­ci­al­mente num quadro em que a ins­ta­bi­li­dade e in­se­gu­rança de­cor­rentes do apro­fun­da­mento da crise do ca­pi­ta­lismo marcam de forma cres­cente a si­tu­ação in­ter­na­ci­onal».

Neste con­texto, «o PCP con­dena a re­cente de­cisão da União Eu­ro­peia de apli­cação de novas san­ções uni­la­te­rais contra o Irão, apro­vada no Con­selho de Mi­nis­tros dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros», e sa­li­enta que esta de­cisão re­vela uma «po­sição de se­gui­dismo da UE face à agenda mi­li­ta­rista dos EUA na re­gião», de­mons­tra­tiva, acres­centa-se no texto, «da já in­dis­far­çável na­tu­reza im­pe­ri­a­lista da UE e que terá con­sequên­cias eco­nó­micas ex­tre­ma­mente ne­ga­tivas para vá­rios países eu­ro­peus já mer­gu­lhados numa pro­funda crise eco­nó­mica, in­cluindo Por­tugal».

 

Hi­po­crisia

 

«Con­tra­ri­a­mente aos dis­cursos dos res­pon­sá­veis eu­ro­peus e do mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros de Por­tugal», con­tinua o co­mu­ni­cado, a apli­cação de san­ções ao Irão por parte da UE «não visa abrir campo algum à so­lução po­lí­tica do con­flito», mas, «pelo con­trário, é de­mons­tra­tiva da opção de não dar es­paço ao diá­logo e à ne­go­ci­ação di­plo­má­tica. Opção, aliás, já so­be­ja­mente de­mons­trada pelos EUA e pela União Eu­ro­peia em Maio de 2010 quando estes países boi­co­taram o acordo sobre troca de com­bus­tível nu­clear al­can­çado entre o Irão, Brasil e Tur­quia».

«O PCP de­nuncia a pro­funda hi­po­crisia da União Eu­ro­peia ao jus­ti­ficar a sua de­cisão com o ale­gado pe­rigo de de­sen­vol­vi­mento da arma nu­clear pelo Irão. Uma hi­po­crisia bem de­mons­trada pelo facto de as san­ções uni­la­te­rais serem im­postas pelas mai­ores po­tên­cias nu­cle­ares mun­diais, como os EUA – maior po­tência nu­clear do Mundo – e como a França e a Grã Bre­tanha – países cujo ar­senal nu­clear ronda as 500 ogivas nu­cle­ares».

«Hi­po­crisia e ci­nismo», con­si­deram igual­mente os co­mu­nistas por­tu­gueses, que fica «bem pa­tente no facto de a União Eu­ro­peia de­sen­volver re­la­ções de es­treita co­o­pe­ração eco­nó­mica e mi­litar com Is­rael, país não sig­na­tário do Tra­tado de Não Pro­li­fe­ração, única po­tência nu­clear na re­gião, que ocupa ile­gal­mente ter­ri­tó­rios da Pa­les­tina, do Lí­bano e Síria e que, rei­te­ra­da­mente, age à margem e contra os mais ele­men­tares prin­cí­pios do Di­reito In­ter­na­ci­onal».

No co­mu­ni­cado, o Par­tido «re­lembra a sua po­sição de sempre de de­fesa da cri­ação no Médio Ori­ente de uma zona livre de armas nu­cle­ares. De­cisão cuja im­ple­men­tação passa obri­ga­to­ri­a­mente, e em pri­meiro lugar, pelo des­man­te­la­mento do ilegal ar­senal nu­clear is­ra­e­lita», e rei­tera «a sua po­sição de prin­cípio de de­fesa da au­to­de­ter­mi­nação e so­be­rania dos povos, e em par­ti­cular do di­reito à ga­rantia da so­be­rania ener­gé­tica».



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