Solidário com os trabalhadores vítimas do desemprego e do agravamento da exploração e das injustiças, o PCP não se limita a dirigir a estes trabalhadores palavras de conforto. Faz bem mais do que isso: denuncia responsabilidades, aponta caminhos, dá confiança, mobiliza e organiza para a necessária resistência.
Confrontada com a notícia do pedido de insolvência anunciado no dia 11 pelo grupo FDO – Construções, a Direcção da Organização Regional de Braga do PCP emitiu um comunicado onde se chama a atenção para a gravidade da situação, já que esta empresa tem cerca de 700 trabalhadores com quatro salários em atraso. Estes trabalhadores, salienta o PCP, «nunca deixaram de trabalhar, cumprindo com as suas obrigações com a empresa, e encontram-se agora numa difícil situação, sem condições para assumir os compromissos pessoais e financeiros». Os comunistas lembram que a maioria destes trabalhadores são do distrito de Braga, onde o encerramento de empresas é «recorrente» e o desemprego «galopante».
Sucede que a empresa anunciou, ainda em Agosto passado, que detinha uma «invejável carteira de encomendas», no valor de 180 milhões de euros, e mesmo resultados no primeiro semestre de 2011 acima do período homólogo de 2010. Assim, para o PCP, tal decisão só pode ser entendida como uma «manobra para se livrar dos trabalhadores, como o movimento sindical já denunciou, num total aproveitamento da crise para justificar as suas opções». Este pedido de insolvência só se entende, acrescenta o PCP, num quadro em que o Governo elegeu como «política de Estado o ataque aos trabalhadores e aos seus direitos» e retira capacidade à Autoridade para as Condições do Trabalho para intervir nos inúmeros casos de atropelo às leis e aos direitos.
O PCP reclama a imediata intervenção do Governo (apresentou mesmo um requerimento na Assembleia da República) e apela aos trabalhadores para que se mantenham unidos em torno do seu sindicato de classe, o Sindicato da Construção a Norte do Rio Douro, na defesa dos postos de trabalho e dos seus direitos. Os trabalhadores da FDO estiveram em greve na segunda-feira exigindo o pagamento dos salários e a defesa dos postos de trabalho.
No Parlamento Europeu, o PCP colocou uma pergunta relacionada com os despedimentos encapotados que estão a ter lugar na Cabelte, em Vila Nova de Gaia. Os comunistas informam que esta empresa, que tem unidades industriais no Norte do País, e que vai despedir 25 trabalhadores com contratos a prazo na unidade de Arcozelo, recebeu mais de 2,8 milhões de euros em apoios comunitários, no âmbito do QREN. O PCP exige que a Comissão Europeia tome medidas que impeçam estes despedimentos.
Num comunicado dirigido aos trabalhadores do complexo fabril da Portucel, em Setúbal, o PCP saúda os trabalhadores por terem repudiado, em plenário, as pretensões da administração de denúncia do Acordo de Empresa (AE) em vigor. Os comunistas consideram que a proposta da empresa de revisão do AE uma «afronta aos trabalhadores», ao propor medidas como o banco de horas e a adaptabilidade do horário de trabalho; a redução de 25 para 22 dias de férias e do valor do trabalho suplementar; a restrição do que é considerado «trabalho nocturno» para o que é prestado entre as 24 e as 5 horas da manhã. É ainda intenção da administração da Portucel limitar os direitos de delegados e dirigentes sindicais, no que constitui uma «tentativa de enfraquecer a resposta dos trabalhadores a esta ofensiva».
Para os comunistas, «é com a luta que os trabalhadores da Portucel vão manter o seus direitos conquistados pela luta e consignados no AE e que administração agora quer por em causa» e é também com a luta que se conseguirá alargar a sua aplicação a todos os trabalhadores das empresas do Grupo Portucel/Soporcel.