Paraísos fiscais

A manigância do capital

A eli­mi­nação dos pa­raísos fis­cais voltou a ser de­fen­dida no Par­la­mento como uma me­dida de im­por­tância ca­pital no com­bate não só à evasão fiscal como ao bran­que­a­mento de ca­pi­tais oriundos de ac­ti­vi­dades ile­gais.

Esta po­sição foi as­su­mida pelo de­pu­tado co­mu­nista Paulo Sá no de­curso de um re­cente de­bate sus­ci­tado por uma pe­tição di­na­mi­zada pela CGTP-IN, com mais de cinco mil as­si­na­turas, re­cla­mando o fim ur­gente dos pa­raísos fis­cais.

Para estes ter­ri­tó­rios, que têm vindo a mul­ti­plicar-se, con­ti­nuam a ser trans­fe­ridas gi­gan­tescas massas mo­ne­tá­rias a um ritmo avas­sa­lador, não obs­tante as «bom­bás­ticas de­cla­ra­ções» pro­fe­ridas desde o eclodir da mais re­cente crise do ca­pi­ta­lismo, acom­pa­nhadas de anún­cios e pi­e­dosas in­ten­ções quanto à adopção de «me­didas para di­mi­nuir a des­re­gu­la­men­tação do sis­tema fi­nan­ceiro e para de­sar­ti­cular a imensa rede de pa­raísos fis­cais».

No nosso País, além de privar o Es­tado de avul­tadas re­ceitas fis­cais, a fuga de ca­pi­tais para pa­raísos fis­cais priva também a eco­nomia de im­por­tantes re­cursos fi­nan­ceiros de que tanto ca­rece, as­si­nalou Paulo Sá, que fez no en­tanto notar não ser isso que co­move os sec­tores li­gados ao grande ca­pital, aos quais con­tinua a faltar von­tade po­lí­tica para al­terar este quadro, nem mesmo para sim­ples­mente impor novas re­gras de su­per­visão e re­gu­lação.

Prova disso foi a in­vi­a­bi­li­zação ainda há re­la­ti­va­mente pouco tempo de pro­postas do PCP neste ca­pí­tulo, como é o caso por exemplo da que previa uma taxa es­pe­cial de 25% sobre a trans­fe­rência de ca­pi­tais para pa­raísos fis­cais ou da que pre­co­ni­zava o re­forço da tri­bu­tação sobre os ren­di­mentos dis­tri­buídos por en­ti­dades com sede em pa­raísos fis­cais.



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