ArcelorMittal em risco de encerrar

Bloqueio operário

Um grupo de ope­rá­rios da si­de­rurgia do grupo Ar­ce­lor­Mittal, na lo­ca­li­dade de Flo­range, de­par­ta­mento francês de Mo­sele, blo­queou, na terça-feira, 28, os edi­fí­cios ad­mi­nis­tra­tivos da fá­brica, exi­gindo a re­ac­ti­vação dos altos-fornos.

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Esta foi a quarta acção de pro­testo numa se­mana dos me­ta­lúr­gicos fran­ceses desta uni­dade si­de­rúr­gica do Nor­deste da França. Na se­mana pas­sada cerca de 300 ope­rá­rios ocu­param o andar da ad­mi­nis­tração, gri­tando «Mittal, nós que­remos tra­balho». Na quinta-feira, 23, blo­que­aram a secção de ex­pe­dição, im­pe­dindo a saída de pro­dutos aca­bados.

Ou­tras ac­ções es­tavam pre­vistas para ontem, quarta-feira, dia em que de­correu uma jor­nada na­ci­onal pelo em­prego e jus­tiça so­cial, in­se­rida numa ini­ci­a­tiva con­vo­cada pela Con­fe­de­ração Eu­ro­peia de Sin­di­catos contra as me­didas de aus­te­ri­dade.

Os cerca de cinco mil tra­ba­lha­dores do com­plexo si­de­rúr­gico de Flo­range temem pelos seus em­pregos de­pois de a di­recção do grupo ter de­sac­ti­vado os altos-fornos, em Ou­tubro pas­sado, jus­ti­fi­cando-se com uma quebra da pro­cura.

A Ar­ce­lor­Mittal, o maior grupo si­de­rúr­gico mun­dial, sur­gido da fusão, em 2006, da fran­cesa Ar­celor com a Mittal Steel, de origem in­diana, está pre­sente em mais de 25 países, onde em­prega cerca de 280 mil pes­soas.

Com a ac­ti­vi­dade em de­clínio na Eu­ropa, o grupo de­cidiu re­cen­te­mente de­sac­tivar de­fi­ni­ti­va­mente os altos-fornos em Liége, na Bél­gica, e em Ma­drid, Es­panha. Quanto à uni­dade de Flo­range, as­se­gura que se trata de um en­cer­ra­mento tem­po­rário, pro­messa que os ope­rá­rios re­la­ci­onam com a cam­panha pre­si­den­cial em curso.

De facto, na se­mana pas­sada, o pre­si­dente Sar­kozy pro­meteu fazer tudo para manter a fun­ci­onar aquela uni­dade in­dus­trial, onde cerca de 2600 tra­ba­lha­dores já estão no de­sem­prego téc­nico.

Pa­la­vras que os ope­rá­rios des­va­lo­rizam, lem­brando-se de que também na cam­panha pre­si­den­cial de 2007 o então can­di­dato ga­rantiu que não per­mi­tiria o en­cer­ra­mento da uni­dade vi­zinha de Gan­drange, pro­pri­e­dade do mesmo grupo. No ano se­guinte, a fá­brica fe­chou. Os tra­ba­lha­dores que per­deram os seus em­pregos co­lo­caram ali uma lá­pide fú­nebre com a ins­crição: «Aqui jazem as pro­messas de Ni­colas Sar­kozy».



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