PSA e Lactogal

PCP apela à unidade e à luta

O ar­gu­mento evo­cado pela PSA Peu­geot/​Ci­tröen para des­pedir 350 tra­ba­ba­lha­dores – uma su­posta baixa de vendas – é falso, de­nuncia a cé­lula do PCP na em­presa.

Os tra­ba­lha­dores devem unir-se em torno do sin­di­cato e da CT

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Estes des­pe­di­mentos re­sul­ta­riam da ex­tinção do ter­ceiro turno da em­presa e o prazo adi­an­tado pela PSA para os con­cre­tizar é 28 de Março. Se­gundo a cé­lula do PCP, num co­mu­ni­cado de 22 de Fe­ve­reiro, os tra­ba­lha­dores terão até lá a opor­tu­ni­dade de «mos­trar o seu pro­testo» nas di­versas ac­ções de luta que estão pre­vistas, no­me­a­da­mente a jor­nada eu­ro­peia de ontem, no Porto, e a greve geral con­vo­cada para 22 de Março. Para os co­mu­nistas, «esta é a hora de lutar, antes que seja tarde».

No co­mu­ni­cado, os co­mu­nistas re­jeitam os ar­gu­mentos avan­çados pela ad­mi­nis­tração da fá­brica de Man­gualde para des­pedir, lem­brando que em 21 de Se­tembro do ano pas­sado, no dia em que re­tomou a la­bo­ração de­pois da fa­mi­ge­rada crise da falta de pa­ra­fusos, que re­teve os tra­ba­lha­dores cinco dias em casa a contar para a «bolsa de horas», o di­rector Elísio Oli­veira de­clarou à co­mu­ni­cação so­cial que se pers­pec­ti­vava um «li­geiro au­mento, tanto no nú­mero de veí­culos pro­du­zidos como no vo­lume de ne­gó­cios». Este foi, re­corda o PCP, de 57 mi­lhões de euros, ou seja, muito mais do que o valor al­can­çado no ano an­te­rior, tanto em veí­culos pro­du­zidos como em lu­cros ob­tidos.

Mas o mesmo res­pon­sável afir­maria, já no início de Ja­neiro deste ano, que a fá­brica «re­tomou a sua vi­ta­li­dade e ul­tra­passou a crise». Ou seja, des­taca o PCP, «bastou um mês para a ad­mi­nis­tração da PSA mudar o ce­nário e tirar da ga­veta a «crise» para acabar com 350 postos de tra­balho».

Os co­mu­nistas re­cordam ainda que, em Ou­tubro de 2010, o go­verno do PS e o pre­si­dente da Câ­mara de Man­gualde «ga­ran­tiam a pés juntos aos tra­ba­lha­dores e à po­pu­lação, que ti­nham “criado na Ci­tröen mais 350 postos de tra­balho”, jus­ti­fi­cando com isso um novo apoio do go­verno de 21 mi­lhões de euros à PSA Man­gualde». Como o PCP de­nun­ciou, tratou-se de uma mera «acção pro­pa­gan­dís­tica para cre­di­bi­lizar o go­verno Só­crates». Hoje é o Go­verno do PSD/​CDS que nada faz para obrigar a PSA a res­peitar a «ma­nu­tenção dos postos de tra­balho e os acordos fir­mados».

O PCP de­nuncia ainda a in­tenção da em­presa de des­contar nos «sa­lá­rios de mi­séria» que paga aos tra­ba­lha­dores o tempo da «bolsa de horas» por cum­prir. Para os co­mu­nistas, os tra­ba­lha­dores não devem nada à PSA, pelo con­trário esta deve-lhes con­di­ções de tra­balho e sa­lá­rios con­dignos.

 

Lac­togal quer trans­ferir tra­ba­lha­dores

 

No dis­trito de Coimbra, mais exac­ta­mente na Tocha, con­celho de Can­ta­nhede, a ad­mi­nis­tração da Lac­togal quer trans­ferir tra­ba­lha­dores para a uni­dade de Oli­veira de Aze­méis, no dis­trito de Aveiro, com al­te­ração de fun­ções. Para já, de­nuncia o Par­tido, «está a em­purrar para a trans­fe­rência os tra­ba­lha­dores com menos de 10 anos de ser­viço como forma de pressão, para que estes se re­signem e aceitem, ou se des­peçam por a sua vida não per­mitir a trans­fe­rência».

Num co­mu­ni­cado di­ri­gido aos tra­ba­lha­dores da em­presa, a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Coimbra do PCP alerta para que os mais an­tigos «não criem a ilusão de que isto não é com eles, de que é apenas com os ou­tros». Ao mesmo tempo apela a que os que não estão abran­gidos pela trans­fe­rência ma­ni­festem a sua so­li­da­ri­e­dade com os que agora «querem obrigar a partir». Con­si­de­rando in­justa a de­cisão da ad­mi­nis­tração, os co­mu­nistas lem­bram que, a con­sumar-se a trans­fe­rência, os tra­ba­lha­dores terão de fazer di­a­ri­a­mente cerca de 80 qui­ló­me­tros e uma hora de ca­minho, o que é di­fícil para quem tem «fa­mília, fi­lhos para cuidar ou acom­pa­nhar ao in­fan­tário ou à es­cola, ma­rido ou mu­lher, pais ou ou­tras pes­soas a cargo».

Re­a­fir­mando a sua so­li­da­ri­e­dade com os tra­ba­lha­dores da uni­dade da Tocha da Lac­togal, o PCP «apela à uni­dade e luta em torno das suas or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas e de classe contra estas ar­bi­tra­ri­e­dades até à sua der­rota e re­po­sição da le­ga­li­dade».

 



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