Decisões antidemocráticas
Em reunião da Comissão de Toponímia, na qual participaram o presidente da Câmara de Beja, Pulido Valente, os presidentes das juntas de freguesia de S. João Batista e Salvador, respectivamente Ana Rosa Soeiro e Ricardo Martins, e a técnica do Sector da Cultura do município, Maria João Macedo, foi aprovado, por unanimidade, apresentar à autarquia PS a proposta de ser efectuado um levantamento de todas as individualidades que tiveram cargo de presidente da Câmara de Beja, para futura atribuição de topónimos.
Dias depois, em reunião de Câmara, realizada em S. Matias, questionado se seriam todos os presidentes ou apenas os eleitos democraticamente, após a instituição do Poder Local democrático, Pulido Valente referiu tratar-se de «todos». Para os eleitos do PCP, esta deliberação visa objectivamente e exclusivamente os presidentes da Câmara antes do 25 de Abril, uma vez que o regulamento da autarquia, no seu artigo 5.º, estipula que «só em casos excepcionais, devidamente fundamentados e por decisão da Câmara Municipal de Beja, poderão ser atribuídas designações antroponímicas de pessoas vivas». Repudiando a decisão do executivo PS, os comunistas dizem mesmo que esta será uma «homenagem a indivíduos que contribuíram para a sustentação de um regime que condenou o País a um profundo atraso, promovendo políticas de perseguição, tortura e mesmo morte a quem a ele se opunha».