No bom caminho...

O pre­si­dente da Co­missão Eu­ro­peia, Durão Bar­roso, con­si­dera que Por­tugal está no «bom ca­minho», em­bora as de­ci­sões que estão a ser to­madas pelo Go­verno sejam «di­fí­ceis» e os custos a curto prazo sejam «muito sen­tidos» pela po­pu­lação. Estas afir­ma­ções foram feitas an­te­ontem, 13, jus­ta­mente um dia de­pois de serem co­nhe­cidos os in­di­ca­dores com­pó­sitos da Or­ga­ni­zação para a Co­o­pe­ração e De­sen­vol­vi­mento Eco­nó­mico (OCDE), mos­trando que a eco­nomia por­tu­guesa de­verá con­ti­nuar a con­trair-se nos pró­ximos seis meses.

Os re­fe­ridos in­di­ca­dores, que apontam a ten­dência de cres­ci­mento ou queda das eco­no­mias, vol­taram a cair em Ja­neiro, con­fir­mando uma ten­dência que já dura há mais de um ano. Sig­ni­fica isto que se apro­funda a pers­pec­tiva de con­tração da eco­nomia, que é como quem diz o agra­va­mento da re­cessão. De re­ferir, ainda, que Por­tugal con­tinua em sen­tido oposto ao dos res­tantes países da zona euro, para a qual os in­di­ca­dores apontam para o ter­ceiro cres­ci­mento mensal con­se­cu­tivo.

Se a ló­gica não é uma ba­tata, daqui se deduz, face às pa­la­vras de Durão Bar­roso, que os que crescem estão no mau ca­minho e que só Por­tugal se safa. Por al­guma razão o homem foi para Bru­xelas...

 

e a ace­lerar

 

O em­penho do Go­verno em fazer de Por­tugal um «bom aluno» das po­lí­ticas das troikas não se ma­ni­festa apenas no «bom ca­minho» mas também na forma ace­le­rada do passo. É o que re­velam os dados agora di­vul­gados pelo Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Es­ta­tís­tica (INE), se­gundo os quais só no úl­timo tri­mestre do ano o PIB di­mi­nuiu 1,6 por cento.

O prin­cipal mo­tivo para tal re­dução foi a quebra sig­ni­fi­ca­tiva re­gis­tada na pro­cura in­terna: menos 5,7 por cento, com o con­sumo das fa­mí­lias e das ins­ti­tui­ções par­ti­cu­lares a re­pre­sentar a maior fatia da con­tracção – menos 3,9 por cento.

Trata-se da maior quebra no con­sumo de par­ti­cu­lares dos úl­timos 15 anos.

O tal «bom ca­minho» se­guido por Por­tugal ace­lerou no final do ano, al­tura em que a re­dução do con­sumo foi muito mais abrupta: nos úl­timos três meses de 2011, o con­sumo pri­vado re­duziu-se 6,5 por cento.

É caso para dizer que ca­mi­nhamos ra­pi­da­mente e em força... para o abismo.

 

A voz da ex­pe­ri­ência

 

«A minha ex­pe­ri­ência é que, sejam quais forem as me­didas que tomem, se não for uma so­lução eu­ro­peia, os por­tu­gueses vão se­guir o mesmo ca­minho da Grécia». As pa­la­vras são de Pa­pan­dreou, ex-pri­meiro-mi­nistro grego pelo PASOK, que, fa­lando aos jor­na­listas em Atenas, lem­brou que «no início também se dizia muito bem da exe­cução do pro­grama grego, mas de­pois co­me­çaram os pro­blemas».
«Uma versão era que os gregos não ti­nham feito nada. Mas eu penso que a prin­cipal razão foi o que acon­teceu em De­au­ville [o en­contro Merkel Sar­kozy]. Aí, di­vidiu-se a Eu­ropa em duas partes: os que têm risco baixo e os que têm risco alto, como Por­tugal e a Grécia».

Pa­pan­dreou, que aban­donou o go­verno em De­zembro, deve saber do que fala. Pelo andar da car­ru­agem, já não será pre­ciso muito para fi­carmos todos gregos, o que é uma razão de sobra para no dia 22 aderir em força à greve geral.



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