Interesse público relegado para segundo plano

Vergar ao poder do dinheiro

O País ca­minha a «duas ve­lo­ci­dades», fruto da «po­lí­tica do pacto de agressão le­vada a cabo por este Go­verno», de­nun­ciou na AR o líder par­la­mentar do PCP, para quem esta re­a­li­dade é «ina­cei­tável e não pode con­ti­nuar».

«Para os ricos, os que têm poder eco­nó­mico, con­ti­nuam as be­nesses; para aqueles que cada vez mais so­frem as con­sequên­cias desta po­lí­tica, que conta no fun­da­mental com o apoio do PS, con­ti­nuam os sa­cri­fí­cios», afirmou Ber­nar­dino So­ares.

O pre­si­dente da ban­cada co­mu­nista teceu estas con­si­de­ra­ções a pro­pó­sito de vá­rios casos a partir dos quais de­mons­trou a exis­tência de uma clara sub­ju­gação do in­te­resse pú­blico ao in­te­resse pri­vado na acção po­lí­tica dos go­vernos.

In­ter­pe­lando o de­pu­tado do BE Pedro Fi­lipe So­ares, que sus­ci­tara o tema em de­cla­ração po­lí­tica, Ber­nar­dino So­ares re­feriu, por exemplo, o caso Eu­ro­parque (esse ne­gócio do tempo dos go­vernos de Ca­vaco Silva que agora o Es­tado está a pagar) ou o da Lu­so­ponte, em­presa que «está sempre a ga­nhar com o con­trato que as­sinou e com as be­nesses e fa­ci­li­dades que cada go­verno lhe dá, in­cluindo o ac­tual» (ver pág. 11)

Tra­zido à co­lação foi também o pro­blema do BPN, tendo re­cor­dado esse facto da­noso que foi a de­cisão do go­verno PS, com o apoio de ou­tras ban­cadas, ter aca­bado por não na­ci­o­na­lizar a SLN e assim deixar de fora os ac­tivos que po­de­riam com­pensar o bu­raco na­quele banco.

Outro pro­blema é o da Fer­tagus, que teve um forte in­ves­ti­mento do Es­tado, mas onde os lu­cros estão sempre ga­ran­tidos para a em­presa que ex­plora esta linha fer­ro­viária, com ta­ri­fário ele­va­dís­simo para os utentes.

Ber­nar­dino So­ares as­si­nalou, por fim, as par­ce­rias pú­blico-pri­vadas no plano da Saúde es­ta­be­le­cidas com o Grupo Melo, re­cor­dando que de­pois da ex­pe­ri­ência de «gestão de­sas­trada e rui­nosa para o Es­tado no Hos­pital Ama­dora Sintra», aquele grupo voltou a ser re­com­pen­sado com «hos­pi­tais em par­ceria pú­blico-pri­vada no valor de cen­tenas de mi­lhões de euros», mais uma vez «à custa do erário pú­blico».



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