Síria na mira do imperialismo

Terrorismo vitima civis

Três aten­tados nas duas mai­ores ci­dades sí­rias e um ataque in­dis­cri­mi­nado na pro­víncia de Homs ma­taram e fe­riram de­zenas de civis. A vi­o­lência ocorre quando as au­to­ri­dades des­man­telam grupos ar­mados acu­sados de serem os res­pon­sá­veis pela vi­o­lência no país.

43 pes­soas mor­reram nos ata­ques em Da­masco, Aleppo e Homs

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De acordo com os úl­timos dados di­vul­gados pelas au­to­ri­dades, o duplo aten­tado per­pe­trado sá­bado em Da­masco matou 27 pes­soas e feriu pelo menos 140. A estes junta-se um ter­ceiro ataque com um carro ar­ma­di­lhado, re­a­li­zado do­mingo, em Aleppo, no qual pe­re­ceram pelo menos três civis e ou­tros 25 re­sul­taram fe­ridos.

As duas ci­dades são tidas como bas­tiões de apoio ao re­gime li­de­rado por Bashar Al Assad e foram re­cen­te­mente alvo de aten­tados.

Em Fe­ve­reiro, pelo menos 28 civis mor­reram numa acção ter­ro­rista em Aleppo. Já em Da­masco, o saldo de ví­timas mor­tais em con­sequência de actos se­me­lhantes, re­gis­tados em De­zembro de 2011 e Ja­neiro deste ano, as­cende às seis de­zenas.

Quer a ca­pital quer a se­gunda ci­dade síria foram, na pas­sada quinta-feira, 15, palco de gi­gan­tescas ma­ni­fes­ta­ções em de­fesa da in­te­gri­dade ter­ri­to­rial e da so­be­rania, e contra a in­ge­rência es­tran­geira no país.

Se­gundo notas de meios de co­mu­ni­cação so­cial sí­rios e agên­cias in­ter­na­ci­o­nais, as ac­ções jun­taram cen­tenas de mi­lhares de pes­soas em Da­masco, Aleppo, Deir Ezzor, La­takia, Raqqa, Tar­tous, Has­sakeh, Homs ou Deraa.

 

Mer­ce­ná­rios de­ses­pe­rados

 

Pa­ra­le­la­mente, as forças ar­madas sí­rias pros­se­guem as ope­ra­ções de des­man­te­la­mento dos grupos de mer­ce­ná­rios que, acusam, são res­pon­sá­veis pela vi­o­lência de­sen­ca­deada no ter­ri­tório desde Abril de 2011.

Na pro­víncia de Il­dleb, enormes ar­se­nais de armas li­geiras e pe­sadas, mu­ni­ções e ex­plo­sivos foram en­con­trados em duas po­vo­a­ções junto à fron­teira com a Tur­quia, país onde o cha­mado Exér­cito Sírio Livre ins­talou o seu quartel ge­neral (Prensa La­tina).

No mesmo sen­tido, na pro­víncia de Deir Ezzor, o exér­cito des­man­telou um grupo ar­mado e con­fiscou todo o ma­te­rial em sua posse, in­cluindo ar­ma­mento pe­sado de fa­brico is­ra­e­lita e uni­formes (Cham Press).

De­ses­pe­rados pela fuga for­çada, os bandos de mer­ce­ná­rios pro­curam res­ponder com ini­ci­a­tivas de grande im­pacto. Em Deraa, um vi­a­duto da auto-es­trada foi di­na­mi­tado. Em Il­dleb as au­to­ri­dades im­pe­diram o blo­que­a­mento de uma es­trada e apre­endeu grande quan­ti­dade de armas, mu­ni­ções, ex­plo­sivos e de­to­na­dores. Na pro­víncia de Homs, pelo menos 13 civis mor­reram ba­le­ados por um grupo ar­mado que atacou in­dis­cri­mi­na­da­mente a po­pu­lação (Prensa La­tina).

Fi­nal­mente, na ca­pital síria, um co­mando ter­ro­rista foi des­man­te­lado quando, su­pos­ta­mente, pre­pa­rava o se­questro de um ofi­cial de alta pa­tente das forças ar­madas sí­rias.

Os meios de co­mu­ni­cação so­cial do­mi­nante afir­maram que o in­ci­dente na área re­si­den­cial de Mezzeh ilustra que a con­tes­tação ao re­gime também já se faz sentir em Da­masco, mas o re­pórter da Prensa La­tina, Martin Hacthoun, des­mente esta versão.

Con­forme apurou no ter­reno, nem o edi­fico foi des­truído pelo exér­cito nem tam­pouco foram feitas de­zenas de mortos e fe­ridos civis na ope­ração. Entre os mortos estão três dos cinco mem­bros do grupo ter­ro­rista. Os ou­tros dois mem­bros do grupo foram de­tidos pelas au­to­ri­dades.

Os mo­ra­dores no edi­fício ou­vidos por Hacthoun afirmam que al­guns eram es­tran­geiros.

 



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