- Nº 2000 (2012/03/29)
Centenas de empresas afectadas na indústria

Mensagem clara aos patrões

Em Foco

A «clara rejeição das medidas de austeridade e do pacote de alterações gravosas à legislação laboral, que o Governo e o grande patronato pretendem implementar», foi afirmada por «muitos milhares de trabalhadores dos sectores da indústria transformadora e da energia», que «deram um grande contributo para o êxito da greve geral, paralisando o trabalho e afectando a produção, total ou parcialmente, em centenas de empresas». Numa saudação que divulgou na tarde de 22 de Março, a Fiequimetal/CGTP-IN remeteu para «os órgãos de soberania, a começar pela Assembleia da República, a responsabilidade de interpretarem este descontentamento e tomarem medidas para impedir que se concretizem as propostas de alteração da legislação laboral e para pôr fim às políticas de austeridade que estão a empobrecer os trabalhadores, o povo e o País».

A federação destaca que «esta tomada de posição firme e corajosa dos trabalhadores» tem ainda mais valor porque eles «tiveram de enfrentar pressões e chantagens sem precedentes». Especifica que, «desde a convocação da greve geral, ocorreram, designadamente, ameaças de deslocalização de empresas, de despedimento de pessoal e de corte de salários e regalias sociais; inquéritos para identificação antecipada de quem pretendia fazer greve; pressão directa de chefias; imposição de gozo de férias neste dia; e substituição de trabalhadores em greve». São casos que «vão ter adequado tratamento sindical e legal», mas que «vieram agravar as limitações criadas por situações de lay-off, pelo desemprego, pela precariedade e pelos baixos salários, com que grande parte dos trabalhadores destes sectores estão a ser confrontados, para além dos grandes sacrifícios a que são sujeitos no dia-a-dia e que atingem a esmagadora maioria dos portugueses».

Na saudação reafirma-se que «a luta vai continuar, contra o pacote da exploração e empobrecimento», desde logo «nos locais de trabalho, exigindo a justa actualização dos salários, defendendo o emprego e os direitos».

 

Comércio

 

«Fortes condicionalismos económicos e sociais» e «enorme pressão nos locais de trabalho» foram enfrentados corajosamente no sector do comércio, escritórios e serviços, como referiu o CESP/CGTP-IN, numa saudação em que reiterou o apelo a que os trabalhadores prossigam a luta «contra esta ofensiva global», em defesa da contratação colectiva e pelo aumento dos salários.

Durante o dia da greve, o sindicato foi dando informação sobre adesões relevantes, como nos três lares da APPACDM de Braga, nas portagens da Ascendi, nos escritórios dos ENVC e da Europac Viana, na Misericórdia de Viana do Castelo e em várias misericórdias do Algarve, em algumas grandes colectividades e cooperativas de consumo de Lisboa e Setúbal.

 

CGD

 

Nas empresas do Grupo CGD a adesão à greve superou os 50 por cento, com particular incidência na Caixa Geral de Depósitos, informou o STEC. Segundo o sindicato, muitos balcões encerraram ou funcionaram apenas para prestar informações, enquanto muitos outros estiveram a funcionar sem as condições mínimas de segurança. Os serviços centrais funcionaram «de forma reduzida e essencialmente à base de trabalhadores em regime de outsourcing».