Nas câmaras municipais e juntas de freguesia, nas escolas, nos hospitais, nos tribunais, nas repartições e outros serviços, a adesão à greve geral mostrou o elevado nível de descontentamento dos trabalhadores da Administração Pública.
Numa saudação divulgada anteontem, o STAL/CGTP-IN situou a adesão, na administração local e regional, incluindo bombeiros e empresas municipais, em «mais de 80 por cento», o que fez desta greve «um poderoso grito de revolta contra as políticas de austeridade» e vem dar «força ao combate que vamos continuar, pelos salários, pelos direitos, pelo emprego, pelos serviços públicos e pela democracia».
Assinalando «um contexto de intimidação, chantagem e silenciamento», o STML/CGTP-IN destacou «a coragem, a determinação e, principalmente, a consciência» que demonstraram os trabalhadores do Município de Lisboa, num sinal inequívoco de contestação ao Governo e também ao executivo camarário.
A Fenprof atribui «um significado especial» à adesão de milhares de docentes, que «levou ao encerramento de centenas de estabelecimentos de ensino (desde jardins de infância a escolas dos ensinos Básico e Secundário)» e que deixou «milhares de alunos» sem aulas, «mesmo em estabelecimentos que não encerraram». Numa nota emitida cerca das 14 horas, a federação lembrou que «são fortíssimas as pressões sobre os professores – ao nível do emprego, da estabilidade, dos salários e da própria carreira», mas também «nunca o descontentamento foi tão grande e nunca os professores tomaram uma consciência tão forte de que as políticas em curso se destinam a destruir muitos dos direitos que construíram ao longo de décadas».
A Federação Nacional dos Médicos assinalou «uma adesão elevada», com muitos blocos operatórios fechados, consultas externas hospitalares adiadas, centros de saúde em actividade diminuta. Contra «uma política de pressão e de intimidação», valeu «a coragem dos médicos que aderiram à greve».