Em memória de Adriano

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Adriano Cor­reia de Oli­veira nasceu no Porto em 9 de Abril de 1942. Na pas­sada se­gunda-feira, teria com­ple­tado 70 anos de vida, não fosse a morte pre­ma­tura que o levou aos 40 anos.

Os seus úl­timos dias e grande parte da sua ju­ven­tude passou-os na fre­guesia gai­ense de Avintes. Mas foi em Coimbra, como es­tu­dante uni­ver­si­tário e, mais tarde, em Lisboa, que veio a re­velar-se como cantor e cri­ador, le­gando-nos uma obra com­posta por 90 tí­tulos, que o pro­jectou e con­sa­grou como um dos grandes au­tores e in­tér­pretes da mú­sica por­tu­guesa.

Numa nota di­vul­gada na data do ani­ver­sário do ar­tista, a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto re­corda-o como «um cantor, um cri­ador cul­tural de rara co­ragem que, entre es­pi­nhos e pe­rigos, se­meava a re­beldia, a in­qui­e­tação, fa­zendo da mú­sica uma lin­guagem entre iguais, le­vada aos lu­gares mais dis­tantes, às pes­soas mais ig­no­radas, para fazer de cada ou­vinte um par­ti­ci­pante. A todos ofe­recia can­ções na sua voz de cristal, onde voava a li­ber­dade, um canto lí­rico vol­tado não para si mesmo mas para a dá­diva e a par­tilha. A sua voz não se es­quece e, apesar de si­len­ciada no uni­verso me­diá­tico, muitos dos seus temas estão hoje a ser re­cri­ados por grupos mu­si­cais das novas ge­ra­ções.

«A me­mória de Adriano Cor­reia de Oli­veira chega até hoje, também, pelo seu le­gado cí­vico, de com­ba­tente pela li­ber­dade e a jus­tiça so­cial, que tinha Par­tido, co­mu­nista, que sempre de­fendeu e ajudou até ao seu úl­timo sopro de vida. Adriano para quem a can­tiga era uma arma feita de ideais e con­vic­ções, de amor e razão, de be­leza e en­can­ta­mento, contra a opressão e a guerra, pela paz e a de­mo­cracia, antes e de­pois do 25 de Abril.»

Sau­dando as ini­ci­a­tivas que têm evo­cado a sua vida e a sua obra, a DORP, re­fere de­sig­na­da­mente as que terão lugar no pró­ximo sá­bado, dia 14, em Avintes.

Também o Avante! evo­cará a vida e obra de Adriano Cor­reia de Oli­veira de­di­cando-lhe um su­ple­mento no pró­ximo nú­mero.



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