Ben Bella, um símbolo da libertação da Argélia
Ahmed Ben Bella, um dos líderes mais conhecidos da guerra pela independência da Argélia do jugo francês, e primeiro presidente da República (1962-1965), faleceu dia 11, aos 96 anos, na sua residência em Argel.
Sem nunca ter aderido ao marxismo, Ben Bella introduziu políticas progressistas de orientação socialista, designadamente com os programas de reforma agrária, destacando-se, no plano internacional, como um dos promotores do Movimento dos Não-Alinhados.
Apesar das suas posições claramente patrióticas e anti-imperialistas, tomou decisões contraditórias no plano interno, nomeadamente a interdição do Partido Comunista Argelino, em 1962, esquecendo a contribuição abnegada de muitos comunistas que sacrificaram a própria vida na luta comum contra o colonialismo.
Mais tarde, Bella viria também a ser vítima de disputas internas, sendo destituído pelo golpe de Estado de 19 de Junho de 1965, dirigido pelo então ministro da Defesa, Houari Boumedienne. Permaneceu em prisão domiciliária até ser libertado, em Outubro de 1980, por decisão do novo presidente Chadli Bendjedid.