Militante do tempo necessário

 

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Natural do Porto, onde nasceu a 9 de Abril de 1942, Adriano Maria Cor­reia Gomes de Oli­veira passou a infância e completou a instrução primária na Vila de Avintes, para onde os seus pais, Joaquim Gomes de Oliveira e Laura Correia, se mudaram quando tinha poucos meses. Na Quinta das Porcas, propriedade da família, foi criado num ambiente rural e aconchegante que o marcou impressivamente. Referia-se ao local como «o mais bonito do mundo».

A ele re­gressou amiúde ao longo da vida, não raras vezes fa­zendo-se acom­pa­nhar de amigos e ca­ma­radas, que ali, na margem es­querda do Douro, en­con­travam o que sempre acom­pa­nhou Adriano em toda a parte – portas abertas à ami­zade, à fra­ter­ni­dade e à luta pela li­ber­dade, a de­mo­cracia, a jus­tiça, o so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo.

Re­gressa ao Porto a partir de 1952 para cum­prir o en­sino li­ceal, mas mantém em Avintes raízes que ul­tra­passam o cír­culo fa­mi­liar. É na­quela vila que cul­tiva o gosto pelo des­porto e pelas artes de palco, e em 1957 está entre os fun­da­dores da União Aca­dé­mica de Avintes, pólo agre­gador da ac­ti­vi­dade ju­venil pro­gres­siva local. Pra­tica vo­leibol, des­brava com ou­tros jo­vens da terra os co­nhe­ci­mentos mu­si­cais e cé­nicos. Re­gres­sará sempre que pos­sível a Avintes para jogar, tocar, cantar e re­pre­sentar em festas e ini­ci­a­tivas, mas nunca trará con­sigo ti­ques de ve­deta nem so­bran­ceria.

 

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Do lado justo

 

Em 1959, Adriano Cor­reia de Oli­veira parte para Coimbra onde se ins­cre­vera no curso de Di­reito. Os es­tudos uni­ver­si­tá­rios são apenas uma parte da sua exis­tência pre­en­chida. Atleta da secção de vo­leibol da As­so­ci­ação Aca­dé­mica de Coimbra (AAC), tenor no Or­feão Aca­dé­mico, membro ac­tivo do Grupo Uni­ver­si­tário de Danças Re­gi­o­nais, do Con­junto Li­geiro da Tuna Aca­dé­mica e do Cír­culo de Ini­ci­ação Te­a­tral da Aca­demia de Coimbra, co­la­bo­rador dos Ca­dernos Cul­tu­rais, co­a­bita in­ten­sa­mente um tempo de vi­ragem em Por­tugal e no mundo, que per­cor­rerá em di­gres­sões co­lec­tivas.

Acom­panha e par­ti­cipa em acon­te­ci­mentos tais como os pri­meiros passos da re­vo­lução cu­bana (1 de Ja­neiro de 1959), que passa a apoiar para sempre com fervor; a fuga de dez di­ri­gentes do PCP do Forte de Pe­niche (3 de Ja­neiro de 1960); a vi­tória do mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo de­mo­crá­tico nas elei­ções para a AAC (cuja di­recção in­tegra a partir de 1962), e para a As­so­ci­ação da Casa de Es­tu­dantes do Im­pério, e as mo­vi­men­ta­ções es­tu­dantis que cul­minam com o luto aca­dé­mico de 1962 e com a vaga re­pres­siva do fas­cismo sobre a ju­ven­tude pro­gres­sista; o início da luta ar­mada por parte dos mo­vi­mentos de li­ber­tação na­ci­onal em An­gola, Cabo Verde e Guiné Bissau, as mo­vi­men­ta­ções mi­li­tares contra a Guerra Co­lo­nial e o as­salto ao pa­quete Santa Maria (1961); o as­sas­si­nato pela PIDE do fun­ci­o­nário do PCP e ar­tista plás­tico José Dias Co­elho (1961); a vaga de greves do pro­le­ta­riado ur­bano e rural que fa­riam do 1.º de Maio de 1962 o maior até então ce­le­brado em Por­tugal e trans­for­ma­riam o Dia do Tra­ba­lhador na mais im­por­tante jor­nada anual de re­sis­tência à di­ta­dura, lugar que até então era ocu­pado pelo 5 de Ou­tubro.

Adriano Cor­reia de Oli­veira é desde o início de 1960 membro do PCP. A mi­li­tância co­mu­nista é a sequência ló­gica da sua en­trega in­te­li­gente e ge­ne­rosa aos de­bates e ac­ções dos cír­culos da re­sis­tência an­ti­fas­cista, no­me­a­da­mente nas aca­de­mias de Coimbra e Lisboa, onde o Par­tido go­zava de forte im­plan­tação e in­fluência.

A mú­sica é para Adriano in­dis­so­ciável do com­bate ao fas­cismo e da con­quista de uma so­ci­e­dade sem ex­plo­ra­dores nem ex­plo­rados, que já então sabia ser o ob­jec­tivo maior da sua vida. É neste con­texto que, a par de ou­tros can­tores, com­po­si­tores e le­tristas seus con­tem­po­râ­neos, im­pul­siona a re­vo­lução nos con­teúdos e na es­té­tica do fado coim­brão, trans­mu­dando-os nas ba­ladas contra a di­ta­dura.

«A canção pode ter uma in­fluência de­ci­siva, mas é com­ple­mentar, e in­te­ressa que a arte, seja qual for, re­flicta exac­ta­mente aquilo que se está a passar em cada so­ci­e­dade. Se não, não é útil e falha subs­tan­ci­al­mente. Não cor­res­ponde à sua função», con­si­dera.

Os discos «Noites de Coimbra» (1960), «Ba­lada do Es­tu­dante» (1961), e dois in­ti­tu­lados Fados de Coimbra (1961 e 1962) pro­vocam furor. Adriano não se aco­barda. Nunca se aco­bar­dará. En­trega-se de corpo e alma fa­zendo o canto par­ti­cipar na luta, con­duta que não só não aban­dona, como cumpre vin­ca­da­mente até ao li­mite da sua pre­sença fí­sica entre os re­vo­lu­ci­o­ná­rios.

Quando em 1963 grava o álbum «Trova do Vento que Passa», Adriano Cor­reia de Oli­veira vive na re­pú­blica Rás-Ta-Parta, que é, si­mul­ta­ne­a­mente, a sede da can­di­da­tura de­mo­crá­tica às elei­ções para a AAC. «Foi a partir do aco­lhi­mento de uma canção como “A Trova do Vento que Passa” que co­mecei a sentir que es­tava do lado justo, do lado an­ti­fas­cista», dirá.

 

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Pre­sença im­po­nente e des­te­mida

 

A casa de Adriano é per­ma­nen­te­mente a casa da luta, e até ao 25 de Abril de 1974 está à dis­po­sição do Par­tido para reu­niões e es­ta­dias clan­des­tinas de ca­ma­radas per­se­guidos pela PIDE/​DGS.

Quando casa com Maria Ma­tilde Leite, em 1966, mãe dos seus dois fi­lhos, Isabel e José Ma­nuel de Oli­veira, Adriano Cor­reia de Oli­veira muda-se de­fi­ni­ti­va­mente para Lisboa. Com discos como «Lira» e «Me­nina dos Olhos Tristes» (1964), «Elegia» e «Adriano Cor­reia de Oli­veira» (1967), «Rosa de Sangue» (1968), «O Canto e as Armas» (1969), «Can­ta­remos» (1970), «Cantar da Emi­gração» e «Gente de Aqui e de Agora» (1971), «Ba­talha de Al­cácer Quibir» e «Lá­grima de Preta» (1972) ou «O Se­nhor Mor­gado» (1973), con­tinua a aliar a mú­sica e a luta an­ti­fas­cista.

Apesar da sua in­cor­po­ração no ser­viço mi­litar (1967 a 1970) e das ame­aças de envio para a frente de com­bate – para onde os «sub­ver­sivos» eram ge­ral­mente des­ta­cados –, pese em­bora a vi­gi­lância aper­tada da po­lícia po­lí­tica fas­cista e das proi­bi­ções de saída para o es­tran­geiro, das obri­ga­ções pro­fis­si­o­nais no Ga­bi­nete de Im­prensa da FIL e en­quanto pro­dutor na Orfeu, Adriano Cor­reia de Oli­veira impõe a sua pre­sença po­lí­tica im­po­nente e des­te­mida até à Re­vo­lução dos Cravos.

Canta para es­tu­dantes e, neste pe­ríodo, cada vez mais para as am­plas massas tra­ba­lha­doras em co­lec­ti­vi­dades ou salas de es­pec­tá­culo, onde for pos­sível. «Ao que­rermos in­tervir em de­ter­mi­nada luta com uma canção que a possa re­flectir, isso pode sig­ni­ficar subs­ti­tuir o factor do­mi­nante que é a luta po­lí­tica e não a tra­duzir em termos exactos. A canção pode per­fei­ta­mente apre­ender o sen­tido dessa luta, mas também pode acon­tecer o pro­blema de a ex­pri­mirmos ide­o­lo­gi­ca­mente e até fac­tu­al­mente de uma forma er­rada. O ca­minho que essa luta deve se­guir deve ser de­fi­nido pela classe ope­rária, pelos tra­ba­lha­dores e não por nós: po­deria haver o risco de es­tarmos a cair numa si­tu­ação falsa e de in­du­zirmos as ou­tras pes­soas em erro», disse.

So­li­da­riza-se com as lutas, as grandes e as pe­quenas. De­safia a re­pressão pro­fe­rindo dis­cursos po­lí­ticos entre can­ções que contêm crí­ticas à di­ta­dura fas­cista, abertas ou te­cidas nas en­tre­li­nhas. Canta em co­mí­cios nas «elei­ções» de 1969 e em ses­sões de listas apoi­adas pelo PCP para as­so­ci­a­ções aca­dé­micas. Está pre­sente nos con­gressos da Opo­sição De­mo­crá­tica de 1969 e 1973.

En­frenta a cen­sura, que irada in­ter­rompe de su­petão a trans­missão te­le­vi­siva do es­pec­tá­culo de uma queima das fitas em Coimbra, que des­ti­lando ódio de classe manda a po­lícia en­cerrar com vi­o­lência um con­certo de re­cepção ao ca­loiro na Fa­cul­dade de Me­di­cina de Lisboa, que de ca­beça per­dida sus­pende um di­recto de Adriano num pro­grama da Emis­sora Na­ci­onal, para o qual havia con­vi­dado Zeca Afonso, igual­mente odiado pelo re­gime.

A canção de in­ter­venção as­sume o seu papel na his­tória de Por­tugal e Adriano Cor­reia de Oli­veira é dis­tin­guido, em 1969, com o prémio Pozal Hen­ri­ques, que à época cons­ti­tuía o maior ga­lardão da cha­mada mú­sica li­geira na­ci­onal. «Para mim, a dis­tinção não foi in­di­vi­dual. Con­si­dero que re­pre­senta o re­co­nhe­ci­mento de de­ter­mi­nados pro­cessos de uma ten­ta­tiva de re­no­vação da mú­sica po­pular ac­tual. Por isso chamei ao palco todos os que co­la­bo­raram quer nas mú­sicas quer nas le­tras que nesse disco [«O Canto e as Armas»] in­ter­preto. A minha in­tenção seria chamar, se pu­desse, todos os que neste mo­mento co­la­boram na re­no­vação da mú­sica por­tu­guesa. O prémio é, para mim, de­di­cado a todos eles», dirá a pro­pó­sito.

Quando a 29 de Março de 1974 Adriano Cor­reia de Oli­veira par­ti­cipa num con­certo, re­a­li­zado no Co­liseu dos Re­creios, em Lisboa, in­ti­tu­lado Pri­meiro En­contro da Canção Por­tu­guesa, no qual par­ti­cipam, entre ou­tros, Ba­rata Moura, Vi­to­rino, José Jorge Le­tria, Fausto, Ma­nuel Freire, Zeca Afonso, Fausto, Carlos Pa­redes, Ary dos Santos e Ma­nuel da Fon­seca, já cheira a Abril. Já se vis­lumbra o pro­jecto eman­ci­pador ao qual Adriano Cor­reia de Oli­veira viria a de­dicar o me­lhor das suas forças.

 

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Cantar Abril, pro­jectar o Par­tido

 

Con­quis­tado o tempo novo após a der­rota da di­ta­dura fas­cista, Adriano Cor­reia de Oli­veira lança o álbum «Que Nunca Mais» (1975), tra­balho com di­recção mu­sical de Fausto e po­emas do seu ca­ma­rada Ma­nuel da Fon­seca que lhe vale a dis­tinção de Ar­tista do Ano pela Music Week. Pré­mios e ga­lar­dões con­gé­neres po­diam (e podem) in­su­flar al­guns, nunca um homem como Adriano Cor­reia de Oli­veira.

«Pra­tico aquilo que digo na canção. É uma con­dição fun­da­mental. O im­por­tante é que na vida haja co­e­rência ab­so­luta. Os can­tores têm a obri­gação de se com­portar de acordo com o que cantam, em­bora não mais do que o in­di­víduo que ouve e adere à canção. O ob­jec­tivo é que a canção per­tença a todos. Eu, por exemplo, no meu com­por­ta­mento pes­soal de vez em quando falho. Com cer­teza que as ou­tras pes­soas também. O que não quer dizer que eu não me re­prove quando isso acon­tece. Onde eu es­tiver quero ser eu», sa­li­enta.

Até à data da sua morte, edita «Para Ro­sália» (1976), «No­tí­cias de Abril» (1978» e «Can­tigas Por­tu­guesas» (1980); funda o Co­lec­tivo de Acção Cul­tural e as edi­toras Can­ta­bril e Era Nova; par­ti­cipa no I Fes­tival da Canção Livre, nas co­me­mo­ra­ções do 10.º Ani­ver­sário da CGTP-IN e em ini­ci­a­tivas de so­li­da­ri­e­dade para com os tra­ba­lha­dores e os povos em luta; in­tegra a Co­missão Or­ga­ni­za­dora da pri­meira Festa do Avante! e não fal­tará a ne­nhuma en­quanto viver. E não apenas para cantar, mas para fazer o que for pre­ciso no quadro do co­lec­tivo a que tinha or­gulho de per­tencer.

Acima de tudo e so­bre­tudo, Adriano canta Abril, canta para o povo, canta as suas con­quistas, re­a­li­za­ções e pro­pó­sitos. Canta em palcos com apa­re­lha­gens pro­fis­si­o­nais ou em cima de carros de bois. Tanto faz. Canta para muitos e para poucos.

Cal­cor­reia o País sem re­ga­tear can­saço ou re­tri­buição ma­te­rial. De Norte a Sul leva a ban­deira co­mu­nista a mul­ti­dões ope­rá­rias nas ci­dades e nos campos da Re­forma Agrária, a pe­quenos grupos de afoitos que nos lo­cais mais hostis ao Par­tido não se ame­drontam pe­rante as ame­aças do clero re­ac­ci­o­nário, dos grupos ter­ro­ristas e dos pro­vo­ca­dores a mando do ca­pital contra-re­vo­lu­ci­o­nário.

«A única luta pelo poder em que estou em­pe­nhado é a luta para que o povo por­tu­guês tome o poder e que nessa luta tenha um papel de­ter­mi­nante a ac­ti­vi­dade do apa­relho po­lí­tico or­ga­ni­zado que é o PCP, a que per­tenço», su­bli­nhou.

Ar­rasta con­sigo e forma nessas jor­nadas muitos in­te­lec­tuais sem verniz, muitos mú­sicos com­pro­me­tidos com Abril e os ideais re­vo­lu­ci­o­ná­rios. Uns manter-se-ão fieis à ex­pe­ri­ência, em­bora não poucos com va­ci­la­ções mais ou menos pro­lon­gadas. Ou­tros a re­ne­garão por com­pleto.

No es­paço de oito anos, mul­ti­plica amigos e ca­ma­radas por onde passa, seja entre a gente sim­ples tra­ba­lha­dora do Por­tugal de Abril ou nas di­gres­sões aos países so­ci­a­listas e aos con­ti­nentes afri­cano e ame­ri­cano.

Os dois úl­timos es­pec­tá­culos de Adriano Cor­reia de Oli­veira foram pre­ci­sa­mente em duas ini­ci­a­tivas do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês e ilus­tram o que acima se disse sobre a sua co­e­rência e dis­po­ni­bi­li­dade mi­li­tantes. No final do mês de Se­tembro cantou em Mondim de Basto, no dis­trito de Vila Real. Uma se­mana antes de su­cumbir a uma he­mor­ragia eso­fá­gica, a 16 de Ou­tubro de 1982, es­teve no Bar­reiro can­tando no­va­mente para os mi­li­tantes co­mu­nistas.

Também por isso os mi­li­tantes co­mu­nistas, o seu Par­tido e o seu Órgão Cen­tral ja­mais es­que­cerão Adriano Cor­reia de Oli­veira, o homem que soube estar à al­tura do sig­ni­fi­cado da pa­lavra ca­ma­rada.

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Fontes:

Avante! n.º 1767 de 11 de Ou­tubro de 2007

Avante! n.º 1740 de 5 de Abril de 2007

Avante! n.º 459, Série VII e Su­ple­mento n.º 25 de 21 de Ou­tubro de 1982

«Adriano Pre­sente!», Edi­tora Au­sência, Vila Nova de Gaia, 1999

 



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