Resultado de uma parceria público-privada, a Câmara de Odivelas vai pagar, durante 25 anos, mais de 55 milhões de euros por um pavilhão e uma escola básica. Só no primeiro ano a autarquia vai desembolsar cerca de dois milhões de euros.
A maioria PSD/PS na Câmara de Odivelas (CMO) aprovou, dia 12 de Abril, com os votos contra da CDU, os contratos de arrendamento a celebrar com a Odivelas Viva, relativos à Escola dos Apréstimos e ao Pavilhão Multiusos, construídos por uma parceria público privada. Os eleitos do PCP votaram contra este desastroso «negócio» para o município porque a CMO fica obrigada a pagar, só no primeiro ano, um milhão e 800 mil euros de renda, que, com a actualização anual fixa de dois por cento, significará que no fim do prazo, em 2036, a autarquia estará a pagar quase três milhões de euros.
Ou seja, no final do contrato, a CMO terá pago mais de 55 milhões de euros por dois equipamentos cujas obras foram avaliadas, pelos serviços municipais, em dez milhões e 495 mil euros.
Em nota de imprensa, a CDU recorda que este processo «é o culminar de uma escandalosa opção» do PS/PSD que, com esta parceria público privada, triplicou o custo para o município dos referidos equipamentos. «Em vez de assumir directamente as suas competências e responsabilidades, para construir a escola e o pavilhão, a Câmara decidiu criar e participar numa sociedade, em minoria, a quem entregou dois terrenos municipais, claramente subavaliados», denunciam os eleitos do PCP, informando ainda que a CMO «não só possuía os terrenos como tinha os projectos da escola e do pavilhão, decidindo largar mão desses meios».