IV Assembleia da Organização Regional do Litoral Alentejano

Um Partido mais forte!

Com o lema Cons­truir um Par­tido mais forte com Abril, cons­truir o fu­turo, re­a­lizou-se no sá­bado, em Sines, a IV As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação do Li­toral Alen­te­jano, que contou com a pre­sença de Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do PCP.

Um tempo de grande exi­gência para o PCP

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Os tra­ba­lhos ini­ci­aram-se com a in­ter­venção de Ma­nuel Va­lente, res­pon­sável pela Or­ga­ni­zação do PCP no Li­toral Alen­te­jano, que alertou para o facto de a re­gião estar hoje mais en­ve­lhe­cida, por «falta de po­lí­ticas de em­prego que pos­si­bi­litem a fi­xação de jo­vens», e mais des­po­voada, tendo per­dido 2058 ha­bi­tantes re­la­ti­va­mente a 2001. «Este é o re­sul­tado da des­truição da Re­forma Agrária, do en­cer­ra­mento de cen­tenas de pe­quenas e mé­dias em­presas, da falta de po­lí­ticas de em­prego e da des­truição de ser­viços pú­blicos», acusou, con­de­nando o au­mento do de­sem­prego, apesar dos mi­lhares de postos de tra­balho pro­me­tidos.

Aos 160 de­le­gados pre­sentes e a ou­tros tantos con­vi­dados, a mai­oria ope­rá­rios e em­pre­gados, o di­ri­gente do PCP falou ainda do pe­ríodo que de­correu entre a ter­ceira e a quarta as­sem­bleias, que ficou mar­cado «por uma grande in­ten­si­dade na vida po­lí­tica e par­ti­dária». «Um tempo de quatro anos em que acon­te­ceram três greves ge­rais, cinco elei­ções na­ci­o­nais, vá­rias cam­pa­nhas na­ci­o­nais do Par­tido», re­cordou, dando conta de ou­tras «lutas, ac­ções e ini­ci­a­tivas re­gi­o­nais». Um tra­balho que se­gundo Ma­nuel Va­lente foi «po­si­tivo».

 

Rup­tura com a po­lí­tica de di­reita

 

Sobre o re­forço das or­ga­ni­za­ções do Par­tido nas em­presas e lo­cais de tra­balho, Telma Ca­pucho su­bli­nhou que o «mo­mento po­lí­tico, eco­nó­mico e so­cial» que vi­vemos «con­firma a ne­ces­si­dade de rup­tura com a po­lí­tica de di­reita». «Mas, para que tal acon­teça, é ne­ces­sário um Par­tido for­te­mente en­rai­zado junto dos ope­rá­rios e tra­ba­lha­dores», afirmou. Nesse sen­tido, a jovem di­ri­gente avançou com uma pro­posta, que passa por re­crutar e or­ga­nizar por local de tra­balho, até Março de 2013, 35 novos mi­li­tantes, no­me­a­da­mente do Com­plexo In­dus­trial e Por­tuário de Sines.

Por seu lado, Maria Al­berto Branco falou das pro­postas do Par­tido para a re­gião, que visam o «au­mento da pro­dução e a cri­ação de em­prego com di­reitos». Re­feria-se, por exemplo, como se pode ler no texto da Re­so­lução Po­lí­tica, apro­vada por una­ni­mi­dade, ao re­forço das po­ten­ci­a­li­dades in­ter­na­ci­o­nais do porto e da zona lo­gís­tica de Sines e à exi­gência de uma nova Re­forma Agrária.

Nesta As­sem­bleia de Or­ga­ni­zação – que contou com a pre­sença de Luísa Araújo, do Se­cre­ta­riado, e João Dias Co­elho, da Co­missão Po­lí­tica – abordou-se ainda os pro­blemas na área da saúde e a luta das co­mis­sões de utentes, no­me­a­da­mente pela «cons­trução da ma­ter­ni­dade do Hos­pital do Li­toral Alen­te­jano». «É inad­mis­sível que uma po­pu­lação de cem mil ha­bi­tantes seja pri­vada desse ser­viço», acusou Ma­riano Paixão, adi­an­tando que «os ser­viços de ur­gência do hos­pital não têm ca­pa­ci­dade de res­posta às ne­ces­si­dades da po­pu­lação», que «os cen­tros de saúde devem re­cu­perar o seu fun­ci­o­na­mento de 24 horas» e que «as ex­ten­sões dos cen­tros de saúde das fre­gue­sias devem estar abertas e ter a pre­sença de mé­dicos e de en­fer­meiros». Ma­riano Paixão exigiu ainda a cons­trução do novo centro de saúde de Sines.

 

Sempre com os tra­ba­lha­dores e as po­pu­la­ções

 

De Al­cácer do Sal veio a in­for­mação do au­mento do nú­mero de mi­li­tantes. «Aquando da re­a­li­zação da nossa VI As­sem­bleia de Or­ga­ni­zação Con­ce­lhia, em Março de 2009, tí­nhamos 234 mi­li­tantes com ficha ac­tu­a­li­zada e 255 por ac­tu­a­lizar. Hoje, temos 367 mi­li­tantes com ficha ac­tu­a­li­zada e 242 com ficha por ac­tu­a­lizar. Re­a­li­zámos, até ao final de 2011, 42 re­cru­ta­mentos», va­lo­rizou Fran­ce­lina Oli­veira. Na sua in­ter­venção, falou ainda das úl­timas elei­ções au­tár­quicas, onde a CDU con­quistou mais uma junta de fre­guesia: Santa Maria do Cas­telo. Para as pró­ximas elei­ções, Fran­ce­lina Oli­veira traçou como ob­jec­tivo a re­con­quista da Câ­mara Mu­ni­cipal, «um ob­jec­tivo que está ao nosso al­cance».

Vítor Pro­ença, que é também pre­si­dente da Câ­mara de San­tiago do Cacém, falou sobre a re­forma da Ad­mi­nis­tração Local pre­ten­dida pelo Go­verno, que vai «con­di­ci­onar a ca­pa­ci­dade das au­tar­quias», e des­tacou que o pro­jecto po­lí­tico do PCP, no quadro da CDU, «é o que está em me­lhores con­di­ções para res­ponder às ne­ces­si­dades das po­pu­la­ções e ao de­sen­vol­vi­mento in­te­grado do Li­toral Alen­te­jano».

Já Rúben Fe­li­ci­dade, de Grân­dola, sa­li­entou os «es­forços» dos co­mu­nistas «no sen­tido de in­ten­si­ficar o es­cla­re­ci­mento das po­pu­la­ções e dos tra­ba­lha­dores» re­la­ti­va­mente aos pro­blemas da «in­se­gu­rança», da «falta de con­di­ções dos agri­cul­tores», da «água ca­na­li­zada que não chega a todos os pontos do con­celho», da «inépcia na ma­nu­tenção do pa­tri­mónio pú­blico», da «au­sência de in­fra­es­tru­turas bá­sicas», da «in­ter­dição de acesso a praias e ar­ribas» e dos «aten­tados am­bi­en­tais na Lagoa do Car­va­lhal».

De Ode­mira veio a cer­teza de que a Or­ga­ni­zação do Par­tido «está di­fe­rente». Neste sen­tido, Bruno Mar­tins acen­tuou o au­mento do nú­mero de mi­li­tantes com ficha ac­tu­a­li­zada, «mais 70 do que há quatro anos».

 

An­ga­ri­ação de fundos

 

Nesta As­sem­bleia, re­a­li­zada no Salão da Mú­sica da So­ci­e­dade Mu­sical União Re­creio e Sport Si­ne­ense, em des­taque es­teve ainda a si­tu­ação fi­nan­ceira do Par­tido no Li­toral Alen­te­jano, sendo fun­da­mental, se­gundo Emília Al­meida, «uma ati­tude di­fe­rente pe­rante a ne­ces­si­dade de an­ga­ri­ação de fundos», com «base na quo­ti­zação, nas con­tri­bui­ções dos mi­li­tantes e dos eleitos nas ins­ti­tui­ções, nas ac­ções de an­ga­ri­ação de fundos e numa gestão ri­go­rosa e cri­te­riosa do seu pa­tri­mónio», o que per­mi­tirá «manter a nossa in­de­pen­dência po­lí­tica e fi­nan­ceira».

Du­rante os tra­ba­lhos, onde foram apro­vadas por una­ni­mi­dade e acla­mação duas mo­ções, uma sobre o pacto de agressão da troika e outra sobre a ex­tinção de fre­gue­sias, de­nun­ciou-se também os vín­culos pre­cá­rios da mai­oria dos tra­ba­lha­dores jo­vens do Com­plexo In­dus­trial de Sines, «com con­tratos de um mês ou à hora, que se vão re­no­vando con­so­ante a von­tade do pa­trão». Dai a ne­ces­si­dade, re­forçou Cris­tina Car­doso, da JCP, da par­ti­ci­pação de todos na ma­ni­fes­tação con­vo­cada pela CGTP-IN para o pró­ximo dia 16 de Junho, em Lisboa, e na acção da In­ter­jovem, a 14 de Julho.

No final foi apro­vada, também por una­ni­mi­dade e acla­mação, a nova Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Li­toral Alen­te­jano, com­posta por Adriano Luz, Ana Car­valho, An­tero Anjos, An­tónio Ba­lona, An­tónio Ro­berto, Bruno Mar­tins, Carlos Qua­resma, Da­niel Sil­vério, Fá­tima Luzia, Flo­rival Sil­vestre, Fran­ce­lina Oli­veira, Hélder Guer­reiro, Hélder Vi­la­nova, Hélia Ro­dri­gues, José Passos, José Paulo, Ma­nuel Mar­tins, Ma­nuel Re­bola, Ma­nuel To­másia, Mar­ga­rida Santos, Maria Al­berto Branco, Maria Emília Al­meida, Ma­riano Paixão, Nuno Fran­cisco, Ri­cardo Ba­lona, Telma Ca­pucho e Vítor Pro­ença.

 

Je­ró­nimo de Sousa
Cons­truir um ca­minho novo para Por­tugal

 

Je­ró­nimo de Sousa, no final dos tra­ba­lhos, va­lo­rizou as «de­ci­sões im­por­tantes» to­madas pela IV As­sem­bleia de Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Li­toral Alen­te­jano, quer «para o re­forço no nosso Par­tido e do mo­vi­mento de massas», quer «no plano das pro­postas para o de­sen­vol­vi­mento» da re­gião, que de­mons­tram que o PCP tem «so­lu­ções para re­solver os pro­blemas do País, mas também res­postas para o de­sen­vol­vi­mento de cada uma das suas re­giões».

Na sua in­ter­venção, o Se­cre­tário-geral do PCP alertou, de se­guida, para o au­mento da taxa do de­sem­prego, que anda na ordem dos 21,5 por cento. «Aqui e em todo o Alen­tejo o drama do de­sem­prego as­sume con­tornos ainda mais graves. O in­ves­ti­mento tão ne­ces­sário para di­na­mizar a eco­nomia e criar em­prego re­grediu para os ní­veis de me­ados dos anos no­venta», in­formou, lem­brando que, a nível na­ci­onal, «mi­lhões de por­tu­gueses en­frentam um ace­le­rado pro­cesso de em­po­bre­ci­mento em re­sul­tado da di­mi­nuição do valor dos seus ren­di­mentos».

Numa re­gião for­te­mente mar­cada pela agri­cul­tura, Je­ró­nimo de Sousa re­flectiu ainda sobre os im­pactos de um ano de apli­cação do pacto de agressão, com os «cortes no in­ves­ti­mento pú­blico agro-flo­restal e no PRODER», com «as baixas nos preços à pro­dução», com «os au­mentos bru­tais dos im­postos», com «os au­mentos es­pe­cu­la­tivos dos custos dos com­bus­tí­veis, da elec­tri­ci­dade agrí­cola, dos adubos e pes­ti­cidas, da ma­qui­naria agrí­cola» e com «o au­mento do custo com os se­guros e com o cré­dito ban­cário».

Por estas e muitas ou­tras ra­zões «é tempo de dizer basta!» e pôr «fim a esta po­lí­tica antes que dê cabo do resto do País e des­trua a vida de mi­lhões de por­tu­gueses». «In­ten­si­ficar e mul­ti­plicar a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, am­pliar a con­ver­gência e in­ter­venção de todos os de­mo­cratas e pa­tri­otas que não se con­formam com a li­qui­dação da so­be­rania do seu país, re­forçar o PCP – é este o ca­minho que con­du­zirá à der­rota desta po­lí­tica, e os seus prin­ci­pais pro­mo­tores», frisou, re­fe­rindo a ma­ni­fes­tação pro­mo­vida pelo PCP, no sá­bado, em Lisboa, onde se exigiu «uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda».

 



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