Recolha de fundos e difusão do Avante!

Tarefas cruciais para o presente e para o futuro

No PCP «não existem mi­li­tantes com di­versas ca­te­go­rias, mas sim com di­versas res­pon­sa­bi­li­dades» – pa­la­vras de Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do Par­tido, pro­fe­ridas du­rante o ter­ceiro con­vívio de mi­li­tantes co­mu­nistas com ta­refas de fundos e di­fu­sores do Avante! da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto, e que se re­a­lizou no pas­sado dia 1 ao fim da tarde, no Centro de Tra­balho da Bo­a­vista. Par­ti­ci­param mais de duas cen­tenas de mi­li­tantes, de­mons­trando que tais ta­refas, pela sua na­tu­reza, en­volvem um sig­ni­fi­ca­tivo es­forço e en­vol­vi­mento dos mi­li­tantes do PCP.

Nos úl­timos dois anos foram dados passos im­por­tantes

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O con­vívio ini­ciou-se com um lanche, num am­bi­ente de ca­ma­ra­dagem fra­terna, onde, à se­me­lhança da ge­ne­ra­li­dade das ini­ci­a­tivas do PCP, se ob­serva os laços cri­ados pela mi­li­tância e pela luta – em muitos casos ao longo de muitos anos – elos par­ti­lhados também pelos mi­li­tantes mais novos, tra­du­zindo um sen­ti­mento de um Par­tido unido e de­ter­mi­nado, onde a li­gação entre os seus mi­li­tantes ul­tra­passa a mera con­vi­vência no de­sen­volver desta ou da­quela ta­refa.

Houve ainda lugar a um mo­mento mu­sical, com a voz do mi­li­tante João Tei­xeira, pre­sença ha­bi­tual em muitas ini­ci­a­tivas do PCP, que se acom­pa­nhou à viola, vi­a­jando por um re­por­tório onde abun­daram can­ções de Adriano Cor­reia de Oli­veira, José Afonso e ou­tros. Can­ções a que muitos que as ou­viram re­a­giram acom­pa­nhando as le­tras efu­si­va­mente.

As in­ter­ven­ções po­lí­ticas foram abertas por José Mo­reira, membro da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto do PCP, que re­a­firmou a im­por­tância da­quele con­vívio, con­si­de­rando que tem dado um im­por­tante con­tri­buto para a me­lhoria do tra­balho de re­colha de fundos e di­fusão do Avante!. Nestes úl­timos dois anos, sa­li­entou, «demos passos im­por­tantes no au­mento da ca­pa­ci­dade fi­nan­ceira do Par­tido que é da maior jus­tiça va­lo­rizar», re­ma­tando no en­tanto que «é pos­sível ir mais além, e é nosso dever tudo fazer para o con­se­guir».

 

De­pender apenas dos mi­li­tantes

 

Se­guiu-se o Se­cre­tário-geral do PCP que des­tacou estar pe­rante ca­ma­radas que, dentro da grande di­ver­si­dade de ta­refas le­vadas a cabo pelos mi­li­tantes, «se ocupam e levam a cabo ta­refas cru­ciais» para o Par­tido como são as ta­refas de re­colha de fundos e a di­fusão do Avante!. Cru­ciais e «fun­da­men­tais» para «res­ponder às grandes ques­tões da po­lí­tica na­ci­onal» e ao «de­sen­vol­vi­mento da luta de massas» e para «afirmar o Par­tido como uma força al­ter­na­tiva a esta po­lí­tica e a este Go­verno».

Re­fe­rindo-se à lei do Fi­nan­ci­a­mento dos Par­tidos, Je­ró­nimo de Sousa con­si­derou que ela foi apro­vada «tendo como ob­jec­tivo e alvo pre­fe­ren­cial o Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês»: basta com­parar as exor­bi­tantes sub­ven­ções es­ta­tais que são ca­na­li­zadas para os par­tidos que se vão al­ter­nando no poder com as cres­centes di­fi­cul­dades cri­adas ao fi­nan­ci­a­mento dos par­tidos por parte dos seus mi­li­tantes.

Para o Se­cre­tário-geral do PCP, a ten­ta­tiva de ti­tular todos os pa­ga­mentos nas ini­ci­a­tivas, tal como a Festa do Avante!, é um bom exemplo do ataque per­pe­trado ao PCP, como o é a con­si­de­ração das re­ceitas das ini­ci­a­tivas sem que sejam con­si­de­radas as des­pesas. «E isto é assim feito porquê?», ques­ti­onou Je­ró­nimo de Sousa, ao que re­tor­quiu: «Porque os ou­tros não têm Festa do Avante!» e, com­ba­tendo o ar­gu­mento de que «a lei é para todos», o di­ri­gente co­mu­nista afirmou: «Pois é! Mas como eles não têm ini­ci­a­tivas desta en­ver­ga­dura» as normas «nunca são apli­cadas aos ou­tros par­tidos».

O Se­cre­tário-geral do PCP re­feriu-se ainda às enormes di­fi­cul­dades le­van­tadas «a todo o ins­tante» pelas au­to­ri­dades, acres­cen­tando que «quando têm dú­vidas, aplicam multas». Pe­rante tal pa­no­rama, afirmou Je­ró­nimo de Sousa, a luta «também tem de ser contra esta lei que visa im­pedir que o PCP viva, não à custa do Es­tado, nem do ca­pital» mas que «o Par­tido viva à custa da con­tri­buição dos seus mi­li­tantes». Para que o PCP con­tinue a ser «um Par­tido que não de­pende de nin­guém a não ser dos seus mi­li­tantes».


In­vi­sí­veis im­pres­cin­dí­veis

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Como disse Je­ró­nimo de Sousa no con­vívio do Porto, no pas­sado dia 1, não existem mi­li­tantes com di­fe­rentes ca­te­go­rias mas sim com di­fe­rentes res­pon­sa­bi­li­dades. Da mesma forma que não há ta­refas mai­ores e me­nores – há ta­refas do Par­tido! Mas isto não sig­ni­fica que não haja al­gumas que, pela sua na­tu­reza, sejam es­tru­tu­rais para todo o fun­ci­o­na­mento do Par­tido – po­dendo-se mesmo afirmar que sem elas não ha­veria Par­tido, pelo menos este Par­tido. São os casos das ta­refas de re­colha de fundos e da di­fusão do Avante!.

Dos mi­lhares de mi­li­tantes que as levam a cabo – dia após dia, se­mana após se­mana, em todas as or­ga­ni­za­ções do Par­tido – poucos serão co­nhe­cidos muito para além da­queles de quem re­cebem a quo­ti­zação ou a quem en­tregam o jornal. Mas são im­pres­cin­dí­veis. Pois são eles que tecem a densa teia que liga os mi­li­tantes à or­ga­ni­zação do Par­tido e esta às massas. Ou seja, têm muita res­pon­sa­bi­li­dade no facto do PCP ser aquilo que é: um Par­tido de ma­triz le­ni­nista, or­ga­ni­zado, re­vo­lu­ci­o­nário.

Os tempos em que vi­vemos não são fá­ceis. O grande ca­pital e o Go­verno, es­cu­dados na troika es­tran­geira, levam a cabo uma vi­o­lenta ofen­siva que ar­rasa di­reitos e ga­ran­tias, li­mita li­ber­dades, ataca or­ga­ni­za­ções po­lí­ticas, sin­di­cais e quem mais lhes faça frente. Duras ba­ta­lhas estão já a ser tra­vadas e muitas mais – por­ven­tura mais duras – serão tra­vadas no fu­turo.

Ao Par­tido Co­mu­nista estão co­lo­cadas ta­refas ár­duas e res­pon­sa­bi­li­dades imensas. A exigir fir­meza e com­ba­ti­vi­dade. E uma or­ga­ni­zação forte, coesa, oleada – ba­seada no cum­pri­mento de ta­refas apa­ren­te­mente tão sim­ples mas de tão grande sig­ni­fi­cado.

G.C.


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