MDM alerta para desrespeito pela Constituição da República

Só há progresso quando as crianças têm direitos

Por oca­sião do Dia In­ter­na­ci­onal da Cri­ança, que se co­me­morou no dia 1 de Junho, o Mo­vi­mento De­mo­crá­tico de Mu­lheres (MDM) alertou para o agra­va­mento das con­di­ções de vida das mu­lheres e das cri­anças, cha­mando a atenção para o não cum­pri­mento, entre ou­tros, do Ar­tigo 69.º da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica, onde se lê que «as cri­anças têm di­reito à pro­tecção da so­ci­e­dade e do Es­tado, com vista ao seu de­sen­vol­vi­mento in­te­gral, es­pe­ci­al­mente contra todas as formas de aban­dono, de dis­cri­mi­nação e de opressão e contra o exer­cício abu­sivo da au­to­ri­dade na fa­mília e nas de­mais ins­ti­tui­ções».

«As me­didas im­postas pelos go­vernos PS e PSD/​CDS e os acordos as­si­nados por esses go­vernos com a troika co­locam Por­tugal num lugar ci­meiro no que toca ao au­mento das de­si­gual­dades com con­sequên­cias bru­tais na vida das cri­anças de­vido ao ataque às pres­ta­ções so­ciais, re­ti­rando o abono de fa­mília a cerca de 820 mil cri­anças e jo­vens, dei­xando um mi­lhão e 75 mil com um corte de 25 por cento e mais de 13 mil cri­anças e jo­vens sem bo­ni­fi­cação por de­fi­ci­ência, me­didas que, jun­ta­mente com o au­mento brutal do nú­mero de de­sem­pre­gados, a re­ti­rada de be­ne­fí­cios fis­cais, a de­te­ri­o­ração do nível de vida e acesso aos bens es­sen­ciais, são cada vez mais in­com­por­tá­veis à grande mai­oria das fa­mí­lias, sendo as cri­anças as mais vul­ne­rá­veis», re­fere, em nota de im­prensa, o MDM.

 

Agrava-se a po­breza

 

A po­breza está, por isso, a afectar a po­pu­lação por­tu­guesa, ha­vendo ten­dência para o seu agra­va­mento. «Cada vez mais cri­anças fazem apenas uma re­feição por dia, que é a que é dada na es­cola», de­nuncia o Mo­vi­mento, cri­ti­cando ainda o «en­cer­ra­mento de es­colas, que obriga as cri­anças a des­lo­ca­ções longas» e a «in­su­fi­ci­ência de cre­ches, in­fan­tá­rios e ATL's pú­blicos, bem como o au­mento dos seus preços».

Para con­tra­riar a si­tu­ação, o MDM con­si­dera que só com po­lí­ticas que per­mitam uma justa dis­tri­buição da ri­queza, uma pro­tecção so­cial digna, através da cri­ação de em­pregos e va­lo­ri­zando a eco­nomia na­ci­onal, se porá fim à pe­na­li­zação das cri­anças e das fa­mí­lias por­tu­guesas. De­fende, de igual forma, a ime­diata re­vo­gação do De­creto-Lei n.º 70/​2010 sobre as con­di­ções de acesso e atri­buição do abono de fa­mília, a re­po­sição da ma­jo­ração do abono de fa­mília em 25 por cento nos pri­meiros e se­gundos es­ca­lões, do abono de fa­mília no quarto e quinto es­ca­lões e a ces­sação da de­cisão da de­vo­lução de verbas do abono de fa­mília re­ce­bido «in­de­vi­da­mente».



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