No âm­bito da pre­pa­ração do XIX Con­gresso do PCP, re­a­lizou-se em Évora, no dia 15, uma sessão pú­blica sobre a de­mo­cracia cul­tural como pilar de de­sen­vol­vi­mento. A ini­ci­a­tiva contou com a par­ti­ci­pação de José Ca­sa­nova, do Co­mité Cen­tral, e com a pre­sença de três de­zenas de mi­li­tantes e sim­pa­ti­zantes do Par­tido.

Nas vá­rias in­ter­ven­ções sa­li­entou-se a im­por­tância da de­mo­cracia cul­tural para a afir­mação e luta pela de­mo­cracia po­lí­tica, so­cial e eco­nó­mica. Foi ainda re­al­çado o papel da cul­tura para a iden­ti­dade do País, sendo em si mesma uma afir­mação da so­be­rania na­ci­onal, ac­tu­al­mente tão ame­a­çada.

Estes as­pectos são tão mais im­por­tantes quanto o ca­pi­ta­lismo, através do Go­verno PSD/​CDS e com a co­ni­vência do PS, es­cu­dados pela troika, con­tinua a atingir com gra­vi­dade os di­reitos à cul­tura, ao tra­balho, à saúde e a uma vida digna dos por­tu­gueses. Assim, con­cluiu-se na sessão, a luta em de­fesa da cul­tura en­quadra-se na luta mais geral dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês e a rei­vin­di­cação da afec­tação de um por cento do Or­ça­mento do Es­tado para a cul­tura pode obter um con­senso alar­gado.

Também a po­lí­tica local es­teve em des­taque na sessão, com o re­alce dado ao ataque que a Câ­mara Mu­ni­cipal de Évora, de mai­oria PS, tem vindo a fazer à cul­tura, aos agentes cul­tu­rais, ao mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo e aos cri­a­dores ar­tís­ticos do con­celho. O não pa­ga­mento de com­pro­missos as­su­midos de apoios fi­nan­ceiros desde 2009, a não cri­ação dos equi­pa­mentos es­tru­tu­rantes para a cul­tura e o pros­se­gui­mento de uma visão po­lí­tica da cul­tura como um ne­gócio e com uma ló­gica mer­can­ti­lista estão a co­locar Évora num es­tado de de­fi­nha­mento cul­tural e sem pers­pec­tivas de fu­turo, de­nun­ciou-se. Também aqui se afirmou que a luta contra esta po­lí­tica do PS e a fu­tura mu­dança po­lí­tica na Câ­mara de Évora são ob­jec­tivos im­por­tantes.