Governo deixa de comparticipar

Passes escolares vão acabar

O Go­verno quer acabar, de vez, com os passes «4_14» e «sub23» a partir do pró­ximo ano lec­tivo. Para a JCP, com esta me­dida, os es­tu­dantes verão as des­pesas com o trans­porte es­colar au­mentar bru­tal­mente.

Os es­tu­dantes con­ti­nu­aram a sua luta

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«Re­lem­bramos que esta me­dida já havia sido anun­ciada para Ja­neiro deste ano, mas, de­vido à luta dos es­tu­dantes, foi adiada», sa­li­enta, em nota de im­prensa, o Se­cre­ta­riado da Di­recção Na­ci­onal da JCP, lem­brando que «foram mi­lhares de es­tu­dantes que, por todo o País, se ma­ni­fes­taram contra esta de­cisão, o que levou a que em vez do fim do passe, hou­vesse um corte de 50 por cento do apoio do Es­tado».

De­pois disso, acres­centam os jo­vens co­mu­nistas, «os es­tu­dantes con­ti­nu­aram a sua luta para que no mí­nimo se re­pu­sessem os 50 por cento de des­conto no passe».

Entre ou­tras ac­ções, des­taca-se a pe­tição da JCP «Em de­fesa do passe es­colar», que reuniu mais de 10 mil as­si­na­turas em apenas um mês, o que é re­ve­lador da in­sa­tis­fação que esta po­lí­tica com­porta. «Por isso, não é de es­tra­nhar o ti­ming para anun­ciar esta me­dida, no pe­ríodo em que a mai­oria dos es­tu­dantes se en­contra de fé­rias e al­guns a re­a­lizar exames», acusam os jo­vens co­mu­nistas.

Também o Mo­vi­mento de Utentes dos Ser­viços Pú­blicos (MUSP) se ma­ni­festou contra esta pro­posta do Go­verno, que vai deixar de com­par­ti­cipar a aqui­sição dos passes es­co­lares para os es­tu­dantes cujos ren­di­mentos do agre­gado fa­mi­liar sejam su­pe­ri­ores a 628 euros. «Num mo­mento em que a mai­oria das pes­soas e fa­mí­lias por­tu­guesas vivem em grandes di­fi­cul­dades aos ní­veis eco­nó­micos e so­ciais, o anúncio desta me­dida cons­titui-se como mais uma de cariz mar­ca­da­mente eco­no­mi­cista pondo se­ri­a­mente em causa a igual­dade de opor­tu­ni­dades no acesso dos jo­vens ao en­sino», cri­tica o MUSP.


Edu­cação versus lucro

 

A Uni­ver­si­dade do Porto (UP), com graves in­su­fi­ci­ên­cias nas con­di­ções ma­te­riais e hu­manas, apre­sentou, no seu Re­la­tório e Contas de 2011, 23 mi­lhões de euros de lucro, um au­mento de 143 por cento face a 2010.

«Esta des­res­pon­sa­bi­li­zação de fi­nan­ci­a­mento, se­guida do re­ju­bilo pela trans­for­mação bem su­ce­dida do en­sino num ne­gócio, acentua o ca­rácter eco­no­mi­cista da po­lí­tica que, através do Re­gime Ju­rí­dico das Ins­ti­tui­ções de En­sino Su­pe­rior e do sub­fi­nan­ci­a­mento, per­mite e em­purra as ins­ti­tui­ções para esta ló­gica per­versa», de­nuncia a JCP, dando conta que a UP apre­sentou re­cen­te­mente à co­mu­ni­dade aca­dé­mica uma pro­posta de re­or­ga­ni­zação da uni­ver­si­dade, cuja in­tenção de ren­ta­bi­li­zação dos re­cursos se mas­ca­rava na des­culpa de que as fa­cul­dades eram muitas e pouco ren­tá­veis.

Entre muitos ou­tros exem­plos, os jo­vens co­mu­nistas dão conta que «a Fa­cul­dade de Le­tras da Uni­ver­si­dade do Porto tem aulas de lín­guas com mais de 60 pes­soas, quando o li­mite para que a apren­di­zagem e acom­pa­nha­mento seja fru­tí­fero é de 25» e a «Fa­cul­dade de Belas-Artes da Uni­ver­si­dade do Porto não ga­rante ma­te­riais bá­sicos às dis­ci­plinas lec­ci­o­nadas, e a se­cre­taria fun­ciona num ho­rário des­li­gado da re­a­li­dade aca­dé­mica».

 

En­cer­ra­mento do curso de ce­no­grafia

 

O Se­cre­ta­riado da Di­recção Cen­tral do En­sino Su­pe­rior da JCP ma­ni­festou-se ainda contra o en­cer­ra­mento do curso de ce­no­grafia na Fa­cul­dade de Ar­qui­tec­tura da Uni­ver­si­dade Téc­nica de Lisboa, tendo já os pro­fes­sores sido des­pe­didos e os alunos in­for­mados do en­cer­ra­mento do curso. «Os es­tu­dantes são agora con­fron­tados com o en­cer­ra­mento do seu curso por falta de fi­nan­ci­a­mento. Esta me­dida é mais uma ex­pressão do que pre­co­niza o pacto de agressão as­si­nado entre o PS, o PSD e o CDS e a troika es­tran­geira (FMI/​UE/​BCE): um En­sino Su­pe­rior só para os que podem pagar, pra­ti­cando uma po­lí­tica de ex­clusão dos es­tu­dantes, não tendo o su­porte fi­nan­ceiro exi­gido, são ali­e­nados de um di­reito cons­ti­tu­ci­onal», de­nun­ciam os jo­vens co­mu­nistas.

Em nota de im­prensa, a JCP sa­li­enta ainda que o en­cer­ra­mento do curso de ce­no­grafia está in­ti­ma­mente li­gado ao pro­cesso de fusão da Uni­ver­si­dade de Lisboa (UL) com a Uni­ver­si­dade Téc­nica de Lisboa (UTL), «pro­cesso que está man­chado pela in­tenção de pas­sagem a fun­dação e pri­va­ti­zação de duas das mai­ores uni­ver­si­dades do País».

 



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