Não há Festa como esta!

Alexandre Araújo (Membro do Secretariado)

Esta se­mana apre­sen­tamos os traços es­sen­ciais da 36.ª edição da Festa do Avante!. En­tramos numa nova fase em que se ace­lera toda a pre­pa­ração da Festa até que no pró­ximo dia 7 de Se­tembro as portas da Quinta da Ata­laia se abrirão para aco­lher os mi­lhares de vi­si­tantes que não dis­pensam estes três dias de con­vívio, de so­li­da­ri­e­dade e de luta para re­tem­pe­rarem forças para o ano que aí vem.

A Festa de­monstra a ca­pa­ci­dade de re­a­li­zação dos co­mu­nistas

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Acon­te­ci­mento in­con­tor­nável na vida po­li­tica e cul­tural no nosso País, a Festa do Avante!, Festa de Abril que o povo, os tra­ba­lha­dores e a ju­ven­tude tor­naram como sua, cons­titui uma im­por­tante de­mons­tração da ca­pa­ci­dade de re­a­li­zação dos co­mu­nistas por­tu­gueses. A Festa do Avante! cons­titui um mo­mento alto na luta de re­sis­tência à po­lí­tica de di­reita, uma afir­mação de de­ter­mi­nação de todos aqueles que lutam por uma so­ci­e­dade mais justa, na afir­mação dos va­lores e pro­jecto do PCP.

Er­guida em mi­lhares de horas de tra­balho vo­lun­tário, fruto da mi­li­tância de mi­lhares de ho­mens, mu­lheres e jo­vens que se en­tregam com de­di­cação às múl­ti­plas ta­refas ne­ces­sá­rias e in­dis­pen­sá­veis à sua re­a­li­zação: a sua cons­trução, a pre­pa­ração dos con­teúdos, a mo­bi­li­zação para ga­rantir todos dos as­pectos do seu fun­ci­o­na­mento, a di­vul­gação, a venda da EP’s, as­pecto es­sen­cial para ga­rantir o seu êxito. A pre­sença na Festa do Avante! de todas as or­ga­ni­za­ções re­gi­o­nais do PCP, de norte a sul, re­giões au­tó­nomas e Emi­gração são o re­trato de Por­tugal, das suas re­a­li­dades re­gi­o­nais, do seu ar­te­sa­nato e gas­tro­nomia, mas também do Por­tugal que tra­balha e luta, uma mostra da in­tensa ac­ti­vi­dade que o PCP de­sen­volve.

Des­taque para a ex­po­sição que, no Pa­vi­lhão Cen­tral, será de­di­cada à si­tu­ação do País de­cor­rente da ofen­siva que as troikas na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal estão a impor com pacto de agressão e o seu pro­jecto de au­mento da ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês, ao ser­viço dos in­te­resses do grande ca­pital. Uma ex­po­sição que de­nun­ciará e evi­den­ciará que mais de um ano pas­sado sobre o pacto de agressão, o País está mais em­po­bre­cido e de­pen­dente, num rumo de de­clínio eco­nó­mico e re­tro­cesso so­cial que é pre­ciso in­verter; que des­ta­cará a pro­jecção das pro­postas do PCP para uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda e a im­por­tância da re­a­li­zação do XIX Con­gresso do Par­tido, sob o lema De­mo­cracia e So­ci­a­lismo – Os va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal, mo­mento de in­con­tor­nável sig­ni­fi­cado na afir­mação do PCP e de re­forço da sua or­ga­ni­zação.

Temas que terão re­flexo e tra­ta­mento nas mais de três de­zenas de de­bates que se re­a­li­zarão ao longo dos três dias de Festa e que não dei­xarão de ser abor­dados pelo Se­cre­tário-geral do Par­tido no do­mingo, no grande co­mício da Festa.

 

Es­paço de ale­gria e cul­tura

 

Também no Pa­vi­lhão Cen­tral uma ex­po­sição de fo­to­grafia de­di­cada ao tra­balho e aos tra­ba­lha­dores pro­cura va­lo­rizar e dig­ni­ficar os tra­ba­lha­dores por­tu­gueses e de todo o mundo. Uma ex­po­sição que dá tes­te­munho de uma ver­dade es­sen­cial, sem o tra­balho e sem os tra­ba­lha­dores e as suas lutas não ha­veria nem ri­queza criada, nem pro­gresso eco­nó­micos e so­cial. Uma ex­po­sição tão mais ac­tual quanto nos dias de hoje a des­va­lo­ri­zação do tra­balho e o brutal ataque a di­reito e con­quistas dos tra­ba­lha­dores são um in­to­le­rável re­tro­cesso so­cial.

Serão evo­cados em grandes pai­néis te­má­ticos Ary dos Santos e Adriano Cor­reia de Oli­veira a pro­pó­sito dos 75 e 70 anos dos seus nas­ci­mentos, res­pec­ti­va­mente; Bento Gon­çalves nos 100 anos do seu nas­ci­mento e dos 70 anos do seu as­sas­si­nato no Campo do Tar­rafal; e os 50 anos da Rádio Por­tugal Livre. No es­paço das artes o mote prin­cipal serão os 75 anos da pin­tura Guer­nica, uma das mais no­tá­veis obras do sé­culo XX, uma das mais im­plo­rantes ex­pres­sões de arte po­li­tica.

No Es­paço In­ter­na­ci­onal, a so­li­da­ri­e­dade, a co­o­pe­ração e a luta dos povos de todo o mundo face à crise do ca­pi­ta­lismo e à vi­o­lenta ofen­siva do im­pe­ri­a­lismo es­tará em evi­dência.

O pro­grama da Festa do Avante! que pela sua va­ri­e­dade é uma marca dis­tin­tiva e pela cons­tante ino­vação e re­no­vação, cons­titui um ele­mento de atracção para todos os que a vi­sitam ano após ano ou para aqueles que a pro­curam pela pri­meira vez. Um pro­grama em que se des­tacam os es­pec­tá­culos nos seus 10 palcos e ou­tros es­paços de ani­mação e onde, no Palco 25 Abril, a Festa volta a abrir com um es­pec­tá­culo que pela sua qua­li­dade e sin­gu­la­ri­dade não deixar in­di­fe­rente nin­guém que a ele as­sistir.

A pre­sença do Te­atro, com a Com­pa­nhia de Te­atro de Al­mada, do Te­atro dos Aloés e d' O Bando, entre ou­tras. O Ci­nema por­tu­guês, com mais de 20 obras de re­a­li­za­dores por­tu­gueses, entre os quais João Ca­nijo, Edgar Pêra, José Fi­lipe Costa e João Sa­la­viza.

O es­paço da Ci­ência, abor­dando as ques­tões da ali­men­tação sob o lema Mudar a tempo para ga­rantir ali­mento, com apre­sen­tação de ex­pe­ri­ên­cias e de­mons­tra­ções ci­en­tí­ficas.

O Des­porto com mi­lhares de atletas e de­zenas de mo­da­li­dades em re­pre­sen­tação de mais de 300 co­lec­ti­vi­dades em que se des­taca a já tra­di­ci­onal cor­rida, este ano com cerca de 12 Km e em que o nu­mero de par­ti­ci­pantes não tem pa­rado de crescer.

O Palco Novos Va­lores, com as bandas ven­ce­doras dos con­cursos pro­mo­vidos pela JCP, em todo o País. A ins­crição de cerca 200 bandas e a re­a­li­zação de 40 eli­mi­na­tó­rias, afirmam este con­curso como um dos mai­ores pro­mo­vidos no nosso País, abrindo es­paço à afir­mação de novos pro­jectos.

A Festa do Livro onde um dos lan­ça­mentos que mar­cará a Festa deste ano é a tra­dução por­tu­guesa de José Ba­rata Moura do Tomo IV de O Ca­pital, de Karl Marx.

Pelo em­penho que co­lo­camos na sua re­a­li­zação, pela re­cep­ti­vi­dade que es­tamos certos a Festa do Avante! de 2012 con­ti­nuará a ter junto dos tra­ba­lha­dores, da ju­ven­tude e do povo por­tu­guês es­tamos certos que po­de­remos con­ti­nuar a afirmar que Não há Festa como esta!.



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