VIVA A Festa do Avante!

«E na se­gunda-feira, a luta con­tinua. Mais par­ti­ci­pada e mais forte»

Na in­ter­venção que pro­feriu no con­vívio de sá­bado pas­sado com os cons­tru­tores da Festa do Avante!, o Se­cre­tário-geral do PCP su­bli­nhou o pro­fundo sig­ni­fi­cado po­lí­tico pa­tente no facto de a cons­trução da Festa, fruto de um gi­gan­tesco es­forço mi­li­tante do co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista, ocorrer num tempo mar­cado por uma in­tensa cam­panha ide­o­ló­gica de di­fusão do con­for­mismo, da re­sig­nação, da acei­tação pas­siva das «ine­vi­ta­bi­li­dades» de­cre­tadas pelos exe­cu­tantes da po­lí­tica de di­reita e pro­fu­sa­mente di­fun­didas pelos seus pro­pa­gan­distas de ser­viço.

Com efeito, o pro­cesso de cons­trução da Festa do Avante!, su­por­tado pela de­ter­mi­nação, pela de­di­cação e pela en­trega ex­tremas de muitos mi­lhares de mi­li­tantes co­mu­nistas – os quais, como re­feriu Je­ró­nimo de Sousa, cons­troem a Festa com o seu tra­balho vo­lun­tário e são, de­pois, seus vi­si­tantes, cada um com­prando a sua EP – esse pro­cesso é, por um lado, o es­ti­lhaçar dessa cam­panha ide­o­ló­gica e é, por outro lado, a de­mons­tração plena da força ina­ba­lável da in­ter­venção cons­ci­ente, con­victa e or­ga­ni­zada das massas.

É assim na cons­trução da Festa do Avante! e é assim no com­bate à po­lí­tica de di­reita e an­ti­pa­trió­tica que as troikas vêm le­vando à prá­tica – uma po­lí­tica de afun­da­mento na­ci­onal que é ne­ces­sário der­rotar para pôr termo à si­tu­ação dra­má­tica exis­tente. E que é pos­sível der­rotar através da luta or­ga­ni­zada das massas tra­ba­lha­doras e po­pu­lares.

Sobre o es­tado a que a po­lí­tica das troikas con­duziu o País, ele é vi­sível à vista de­sar­mada, basta olhar: o de­sem­prego cresce e os des­pe­di­mentos mul­ti­plicam-se – agora, 15 a 18 mil pro­fes­sores vão ficar no de­sem­prego, na sequência da­quele que é o maior des­pe­di­mentos co­lec­tivo de sempre –, au­menta o nú­mero de tra­ba­lha­dores com sa­lário em atraso, a po­breza alastra,

su­cedem-se a um ritmo alu­ci­nante as fa­lên­cias de em­presas, as pri­va­ti­za­ções in­ten­si­ficam-se, as con­di­ções de tra­balho e de vida da imensa mai­oria dos por­tu­gueses agravam-se todos os dias, não param os ata­ques ao Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, à Es­cola Pú­blica e à Se­gu­rança So­cial, enfim, um brutal e de­vas­tador tsu­nami abate-se, sem dó nem pi­e­dade sobre Por­tugal e os por­tu­gueses. Além de que a in­de­pen­dência e a so­be­rania na­ci­o­nais so­frem cada vez mais pro­fundas ma­cha­dadas e a de­mo­cracia tem cada vez menos con­teúdo de­mo­crá­tico.

Tudo isto en­quanto os ver­da­deiros res­pon­sá­veis pela si­tu­ação – a troika ocu­pante e a troika co­la­bo­ra­ci­o­nista, ambas re­pre­sen­tantes dos in­te­resses do grande ca­pital na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal – co­lo­cados pe­rante a tra­gédia que pro­vo­caram, trocam acu­sa­ções entre si, todos sa­cu­dindo a água do ca­pote mas todos sa­tis­feitos com a obra feita e todos de­fen­dendo a con­ti­nu­ação da po­lí­tica de afun­da­mento, com mais aus­te­ri­dade, com mais aten­tados e roubos aos di­reitos e in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo, com mais de­clínio na­ci­onal. O que fazem é o que querem fazer. Todos.

É mais do que tempo, então, de dizer basta! a esta po­lí­tica e de a subs­ti­tuir por uma po­lí­tica ao ser­viço dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País. É ne­ces­sário – mais do que ne­ces­sário, in­dis­pen­sável – pro­vocar a rup­tura com a po­lí­tica pra­ti­cada pelas troikas e con­trapor-lhe uma po­lí­tica al­ter­na­tiva e uma al­ter­na­tiva po­lí­tica, ini­ci­ando assim o di­fícil mas im­pe­rioso pro­cesso de re­so­lução dos muitos e graves pro­blemas cau­sados por trinta e seis anos de po­lí­tica an­ti­pa­trió­tica e de di­reita.

Esse é um ob­jec­tivo sem dú­vida di­fícil de al­cançar, mas que, sem dú­vida também, está ao al­cance dos tra­ba­lha­dores e do povo se or­ga­ni­zados e de­ter­mi­nados a lutar com todas as suas forças – numa luta que é ne­ces­sário que seja cada vez mais par­ti­ci­pada, mais in­tensa e mais forte e que, como sempre, con­tará com a in­ter­venção ac­tiva do PCP o qual, ocu­pando a pri­meira fila do com­bate, cumpre o seu papel de par­tido da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores.

Assim sendo, o for­ta­le­ci­mento do Par­tido – com o es­trei­ta­mento da sua li­gação às massas e com o seu re­forço or­gâ­nico, in­ter­ven­tivo e ide­o­ló­gico – cons­titui uma con­dição in­dis­pen­sável para que a luta das massas tra­ba­lha­doras e po­pu­lares seja mais forte e mais eficaz e con­duza mais ra­pi­da­mente aos ob­jec­tivos de­se­jados.

É justo dizer que o grande es­forço que tem vindo a ser de­sen­vol­vido pelo co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista, no âm­bito da acção vi­sando o re­forço do Par­tido, tem tido re­sul­tados apre­ciá­veis: muitos novos mi­li­tantes ade­riram ao Par­tido, com ele­vada per­cen­tagem de jo­vens; novos or­ga­nismos foram cri­ados e ou­tros re­for­çados, de­sig­na­da­mente nas em­presas e lo­cais de tra­balho; muitos novos qua­dros, que pas­saram pelos cursos de for­mação po­lí­tica e ide­o­ló­gica, foram cha­mados a ta­refas de maior res­pon­sa­bi­li­dade… Mas é ne­ces­sário que o Par­tido seja ainda mais forte.

E a Festa do Avante! – que, pelo seu sig­ni­fi­cado e pelo seu con­teúdo, cons­titui um mo­mento único da nossa vida co­lec­tiva – é um im­por­tante factor de re­forço do Par­tido.

Amanhã, ao fim da tarde, a Festa abrirá as suas portas aos mi­lhares de vi­si­tantes, mi­li­tantes e não mi­li­tantes co­mu­nistas vindos de todo o País e das emi­gra­ções.

E a Festa co­me­çará com o ha­bi­tual co­mício de aber­tura, no de­correr o qual o Se­cre­tário-geral do Par­tido dará as boas vindas aos vi­si­tantes e as­si­na­lará al­guns dos as­pectos mais ac­tuais da si­tu­ação po­lí­tica na­ci­onal. De­pois… a festa con­tinua… até do­mingo, dia em que ocor­rerá o mo­mento po­lí­tico de maior re­le­vância: o grande co­mício de en­cer­ra­mento, também ele, na­tu­ral­mente, com a par­ti­ci­pação do ca­ma­rada Je­ró­nimo de Sousa.

E na se­gunda-feira a luta con­tinua. Mais par­ti­ci­pada e mais forte.