Marcha com mais razão

O cons­tante au­mento do nú­mero de de­sem­pre­gados con­firma a jus­teza da Marcha contra o De­sem­prego, que a CGTP-IN vai pro­mover de 5 a 13 de Ou­tubro, de­clarou a cen­tral, na sexta-feira, 31 de Agosto, co­men­tando a taxa de de­sem­prego de 15,7 por cento, re­la­tiva a Julho, di­vul­gada nesse dia pelo Eu­rostat. Este in­di­cador, o ter­ceiro mais ele­vado da zona euro, é o mais alto de sempre que o ga­bi­nete de es­ta­tís­tica da Co­missão Eu­ro­peia re­gistou para Por­tugal, as­si­nalou a Inter.

O de­sem­prego au­mentou, mesmo numa época em que, desde há uns anos, o em­prego sa­zonal ab­sorvia parte dos de­sem­pre­gados e não per­mitia a su­bida da taxa ofi­cial. Jun­tando aos dados do Eu­rostat os inac­tivos dis­po­ní­veis e in­dis­po­ní­veis e o tra­balho a tempo par­cial, que o INE in­dicou para o se­gundo tri­mestre, a CGTP-IN afirma que o nú­mero real de de­sem­pre­gados su­pera um mi­lhão e 382 mil tra­ba­lha­dores.

No dis­trito de Braga – de onde de­verá partir a Marcha – o de­sem­prego atinge já 80 mil tra­ba­lha­dores, não pára de au­mentar e irá agravar-se por efeito da al­te­ração do Có­digo do Tra­balho. O alerta foi dei­xado pelo co­or­de­nador da USB/​CGTP-IN, Jo­a­quim Da­niel, an­te­ontem, numa con­fe­rência de im­prensa em que foram apre­sen­tadas in­for­ma­ções sobre a si­tu­ação dra­má­tica vi­vida em sec­tores como a cons­trução civil, a me­ta­lurgia, o co­mércio, os trans­portes ou o en­sino.

A União dos Sin­di­catos de Viana do Cas­telo, após um en­contro, a 21 de Agosto, com o bispo da di­o­cese, des­tacou que o IEFP tinha re­gis­tado em Julho um cres­ci­mento do de­sem­prego, pela pri­meira vez desde há 20 anos.

Sobre estes nú­meros do IEFP, a União dos Sin­di­catos de Aveiro as­si­nalou o au­mento do nú­mero de de­sem­pre­gados re­gis­tados (42 225), apesar do ha­bi­tual cres­ci­mento das ocu­pa­ções tem­po­rá­rias, e in­sistiu no facto re­le­vante que é a dis­pa­ri­dade entre aquela cifra e a soma dos ins­critos men­sal­mente desde De­zembro (63 379), per­gun­tando onde param os 21 154 que faltam. Par­tindo dos dados do INE para o se­gundo tri­mestre, a es­tru­tura dis­trital da CGTP-IN es­tima que o nú­mero real de de­sem­pre­gados es­teja pró­ximo dos 84 mil.

No dis­trito de Coimbra – onde a Marcha es­tará a 9 de Ou­tubro, vinda de Aveiro – a União dos Sin­di­catos des­tacou re­cen­te­mente o facto de as taxas de cres­ci­mento do de­sem­prego serem das mais ele­vadas do País.

Exi­gindo que o pri­meiro-mi­nistro e ou­tros res­pon­sá­veis do Go­verno, que o PSD fez des­filar por Cas­telo de Vide, passem da cons­ta­tação do de­sem­prego à acção para o travar, a União dos Sin­di­catos do Norte Alen­te­jano de­clarou, no dia 31, que tudo vai ser feito para que a Marcha da CGTP-IN (que en­volve também o Mo­vi­mento dos Tra­ba­lha­dores De­sem­pre­gados) seja as­su­mida por todos os que estão sem em­prego, têm o em­prego ame­a­çado ou têm fa­mi­li­ares nestas si­tu­a­ções.




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