«De quatro em quatro anos é sistemático: aparecem mais crianças nas colectividades para fazer ginástica». Quem o diz é Cláudia Reis, técnica e profunda conhecedora da realidade associativa no concelho do Seixal. «O Verão traz-lhes uma vontade enorme de praticar aquele desporto olímpico e inscrevem-se sempre mais crianças», refere, aludindo à importância de começar cedo a praticar desporto e às motivações e incentivos que lhe podem (e devem) estar subjacentes.
Isto porque é na expressão de massas das diferentes modalidades que se criam as bases de onde nascem os valores, os campeões. Ora o Desporto na Festa é sem dúvida um espelho desta orientação, deste princípio.
A maior parte das colectividades que participam fazem-no com classes de competição, além, naturalmente, no caso da gímnica, da «ginástica para todos» e da ginástica de manutenção. E em todas estas colectividades que apresentam classes de competição há uma base de ginástica de formação – e é aí que reside o desporto de massas. «É impossível ter uma classe de competição sem ter uma base pelo menos com o triplo dos ginastas a fazerem formação», lembra.
Foram essas classes de competição, com a qualidade a que já nos habituaram em edições anteriores, que voltaram a marcar presença na Festa, explicando, em larga medida, a elevadíssima adesão desse público participativo e entusiasta que nas noites de sexta-feira e sábado se deixou prender ao encanto e mestria dos participantes nos festivais e galas de ginástica, patinagem artística, danças de salão, hip-hop e artes marciais. Onde não faltou a «ginástica para todos», relativamente à qual, como anotou Cláudia Reis, «basta saber fazer uma cambalhota e, para nós, está perfeito».