O slide e a parede de escalada foram uma experiência que centenas de pessoas, de todas as idades, não quiseram falhar. O repto era forte. Percorrer suspenso, no ar, os cerca de 160 metros daquele que é um dos maiores cabos de slide do País ou testar a agilidade e destreza numa subida que desafia as leis da gravidade, não é para todos nem é todos os dias que há oportunidade de o fazer.
Por isso, nos seus períodos de funcionamento, foram ininterruptas as filas para qualquer um dos equipamentos. No caso da escalada foram sobretudo crianças e jovens, todos eles sempre devidamente orientados por uma equipa de jovens ligados à Santa Casa da Misericórdia do Seixal, sob a liderança de Carlos Codinha.
Para este animador sócio-cultural daquela instituição, já com uma colaboração assídua na Festa, a modalidade voltou assim a despertar enorme interesse junto dos visitantes, em particular dos mais novos. Nada que o surpreenda, a ele, que, aos 39 anos, tem um surpreendente historial de trabalho junto dos mais jovens, designadamente de trabalho humanitário. Tudo começou aos 13 anos, quando contactou de perto com «situações de abandono e pobreza», vivência que o levaria mais tarde a outros questionamentos sociais e políticos que o aproximaram de «valores progressistas e de esquerda», como salientou ao Avante!.
Desigualdades que assumiram para si uma expressão ainda mais violenta na sua passagem por países como a Itália, os EUA ou o México. Foi neste último, revelou-nos, que sentiu porventura o choque mais brutal ao ver «crianças a viver nas ruas, em esgotos».
A trabalhar com jovens dos bairros sociais do concelho do Seixal, é esse sentido de missão e de «ajuda ao outro» que o levará dentro de algum tempo, adiantou ao nosso jornal, a partir para o Congo, onde trabalhará com deslocados junto à fronteira com o Ruanda.