- Nº 2024 (2012/09/13)
Momentos de solidariedade

Abraço fraterno

Festa do Avante!

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Os momentos de solidariedade que decorreram nos espaços das organizações regionais do Partido voltaram a confirmar o seu sucesso na Festa. Centenas de pessoas compareceram às iniciativas realizadas em Braga, Setúbal, Porto e Alentejo.

Nelas expressou-se o vivo afecto dos comunistas portugueses para com os objectivos e combates dos povos. Assim foi no caso da iniciativa em torno da Palestina, cujo povo aspira a uma pátria independente e soberana, luta já quase secular travada «contra adversários muito mais poderosos» e que tem atravessado «contextos e épocas históricas», reveladora, de facto, da «maturidade política daquele povo», lembrou Carlos Almeida.

«Todos os dias casas e campos agrícolas são arrasados» e «prisioneiros palestinianos são torturados», disse o dirigente do MPPM, antes de notar a importância de nunca deixarmos de apoiar a Palestina e participar nas iniciativas com esse fim. «Valorizando-as e promovendo-as, bem como à luta do povo palestiniano», já que, acrescentou, «nós que lutámos contra o fascismo sabemos bem a importância que a solidariedade internacional teve nesse combate».

Já Moussa Abou Naime salientou que «o conflito não é nem étnico nem religioso, mas político pela autodeterminação e contra a ocupação israelita, em prol de uma paz justa e duradoura».

A verdade, disse o dirigente da Organização da Libertação da Palestina, é que a ideia de um conflito entre árabes e judeus «serve os interesses sionistas de manipulação da opinião pública e de ocultação da situação nos territórios», de difusão da ideia de que «reconhecer a independência da Palestina é um favor».

Israel tem sido o principal obstáculo à paz, continuou Abou Naime, para quem os sucessivos cancelamentos de acordos e negociações por parte dos israelitas, bem como a continuação dos crimes e da barbárie, são disso prova evidente.

Resistir e vencer

Igualmente participados foram os momentos de solidariedade realizados no Porto e no Alentejo para com os povos de Cuba e da Venezuela. No primeiro, Angel Reys, do Partido Comunista de Cuba (PCC), confirmou que «não renunciamos ao socialismo» porque «no actual contexto de crise capitalista mundial, o socialismo prova ser a única alternativa».

Angel Reys agradeceu o apoio que sempre recebeu do povo e do Partido Comunista Português, e explicou que, apesar da administração Obama projectar uma imagem de maior brandura para com Cuba, a realidade é que a sua prática é mais agressiva e intensa do que a de anteriores governos.

Reys salientou ainda a enorme importância que assume para Cuba o apoio aos processos progressistas e revolucionários em curso na América Latina, e para com os mecanismos e estruturas de cooperação multilateral, os quais, pela primeira vez na história, não dependem nem se encontram dominados pelos EUA.

A revolução bolivariana e a transcendental importância da vitória de Hugo Chávez e das forças democráticas, progressistas e revolucionárias que o apoiam nas presidenciais do próximo dia 7 de Outubro, foram sublinhadas, igualmente, no momento de solidariedade que decorreu no Espaço do Alentejo. Dali se endereçou um enorme abraço fraterno ao povo da Venezuela, e expressou-se a confiança de que prosseguirá o caminho encetado desde a primeira eleição de Chávez para a presidência.

Pela paz e o progresso

«Na Colômbia enfrentamos uma situação muito especial», afirmou Carlos Lozano no momento de solidariedade ocorrido em Setúbal. Na ocasião, o director do semanário Voz e dirigente do Partido Comunista Colombiano explicou que essa particularidade decorre da abertura de uma oportunidade de pacificação do país.

O governo e as FARC acordaram iniciar conversações, mas para Carlos Lozano o que pretende o regime «despótico, belicista, servil dos interesses imperialistas e das multinacionais», actualmente liderado agora por Juan Manuel Santos, é a rendição do movimento guerrilheiro sem tocar nas causas que originam o conflito social e armado.

«Por isso falamos de uma paz com democracia e justiça social. Por isso este processo não pode ser desenvolvido nas costas do povo colombiano e das organizações políticas, sociais e sindicais».

Por isso, acrescentou, «entendemos que só a pressão popular pode abrir caminho à paz num país democrático», com o povo a assumir-se como «protagonista principal das mudanças políticas, económicas e sociais necessárias», sintetizou.

HJ