Se o Serviço Nacional de Saúde, construído com esforço e dedicação de milhares de profissionais como expressão do direito de todos consagrado na Constituição de Abril, colocou Portugal entre os países com melhores indicadores, a política de sucessivos ataques ao SNS e aos seus trabalhadores está a degradar as estatísticas e a condenar muitos portugueses a morrerem mais cedo.
A afirmação ficou abundantemente fundamentada no debate de sábado, ao fim da tarde, no Fórum, dirigido por Jorge Pires, da Comissão Política do PCP, e no qual participaram os camaradas Silva Santos e Pilar Vicente, médicos, Pedro Frias, enfermeiro, e Paula Santos, deputada na AR. Com os lugares sentados todos preenchidos e algumas dezenas de pessoas a ouvirem, de pé, os oradores foram lembrando que a taxa de suicídios está a aumentar, a taxa de mortalidade infantil piora, bem como o índice de acidentes laborais por mil trabalhadores, a hipertensão e doenças cardíacas, a depressão. Se a altura média dos portugueses subiu 10 centímetros, nas três décadas após o 25 de Abril, agora regista-se que estão mais gordos, porque com má comida se mata a fome, quando não há dinheiro para comer correctamente.
Os recuos afectam os utentes, o acesso aos cuidados de saúde e as condições em que são prestados, mas prejudicam de igual forma os profissionais do SNS, que são em número insuficiente e têm as condições de trabalho muito degradadas. Os cortes orçamentais levaram a que se deixasse de fazer educação para a saúde.
Às dificuldades, os comunistas respondem com esclarecimento, unidade e desenvolvimento da luta de trabalhadores e de utentes, e também com propostas alternativas, em cada área e no Parlamento, como sucedeu recentemente com a apresentação de um programa de emergência para a saúde. Mas será determinante alargar este combate e, assim, reforçar a luta mais geral, para também na saúde mudar o rumo de desastre.
À mesma hora...
Não faltou público, em regra, para a generalidade dos debates e conversas no Espaço Central. À mesma hora em que no Fórum se falava de saúde, Fernanda Mateus e Rita Rato estavam À Conversa... sobre o combate à pobreza e a afirmação de direitos sociais, enquanto Bruno Dias e Nuno Boavida falavam sobre tecnologias abertas de informação e comunicação, para servirem o povo e o País (e ouviam intervenções, até de uma visitante brasileira, que relatou a experiência de Minas Gerais). Este tema, do ponto de vista da partilha do conhecimento no mundo digital, voltou ao Auditório na tarde de domingo.
A tarde de sábado começou, no Auditório, com a defesa do direito à habitação e a luta contra a lei dos despejos, pelas vozes de Armindo Miranda, Manuela Pinto Ângelo, Paulo Sá e Odete Santos.
Os problemas da educação, a par da luta por uma escola e um ensino públicos ao serviço do desenvolvimento do País, estiveram em foco no Auditório, sábado à noite, com a participação de Vladimiro Vale, Francisca Goulart, João Oliveira e Mário Nogueira. À mesma hora, João Frazão, Carlos Gonçalves e Ana Sofia Correia estavam ali perto, À Conversa... sobre a importância de resistir, lutar e aderir ao PCP.
Durante toda a Festa, num espaço preparado para conversas à volta de duas ou três mesas, dirigentes e eleitos comunistas ajudaram a concretizar a importante decisão pessoal de entrar para as fileiras do Partido.