O título deste texto foi roubado ao de um poema de Ary dos Santos, escrito há mais de trinta anos, e não foi por acaso. Homenagem ao poeta de Abril? Certamente. Mas é sobretudo uma constatação: a de que o Partido está maior e que isso se reflectiu na dimensão do comício de encerramento da Festa do Avante!.
Escusado será dizer (mas dizemo-lo de qualquer maneira) que o relvado não foi suficiente para acolher toda a gente que nele participou e que as ruas que desembocam no recinto do palco e os espaços das organizações que o enquadram estavam também eles cheios de militantes e amigos do Partido empunhando bandeiras e seguindo atentamente as intervenções de Jerónimo de Sousa; do director do Avante!, José Casanova; e do membro da Comissão Política da DN da JCP, Miguel Violante (que transcrevemos na íntegra nas páginas seguintes).
Em destaque nos discursos esteve a dramática situação que se vive no País das troikas, as suas causas e responsáveis; as lutas que todos os dias se travam, nas empresas e nas ruas, em defesa dos direitos; da alternativa que o PCP propõe e corporiza e o caminho a percorrer para que este seja uma realidade. E esteve também o Partido. A sua combatividade e coerência. A sua determinação e o seu projecto. Os seus objectivos imediatos e o propósito último de construir em Portugal uma sociedade liberta da exploração, da opressão, da injustiça, da desigualdade – o socialismo e o comunismo.
Mas foi o colectivo partidário a estar no centro das três intervenções. Aquele colectivo que transbordava por completo o recinto; que ergueu a pulso a Festa em milhares de horas de trabalho voluntário; que trava a luta todos os dias de forma combativa e abnegada; que tem um papel central na concretização da alternativa que o Partido propõe.
Um generoso colectivo que está mais combativo, mais determinado na luta que se intensifica. E que está maior, como afirmou do palco 25 de Abril Jerónimo de Sousa ao revelar que desde o início do ano aderiram ao Partido 900 novos militantes. Antes já Miguel Violante tinha anunciado que só nos três dias da Festa do Avante! 243 jovens tinham decidido aderir ou participar na JCP. Este alargamento do Partido, nestes tempos duros em que vivemos, não é um acaso, antes fruto da combatividade, da coerência, da postura dos comunistas. É como dizia Ary dos Santos: Sendo nós o que sempre fomos/Seremos cada vez mais.