Localizado na Avenida da Liberdade da Quinta da Atalaia, quase mesmo à beira do Palco 25 de Abril, o Espaço da Emigração salientou a organização dos comunistas na diáspora como a única que defende consequentemente os direitos de gerações de emigrantes e a que está na primeira linha de combate às políticas de retrocesso social em Portugal e no mundo.
O desmantelamento da rede consular e o ataque ao ensino da língua portuguesa, impostos pelo Governo PSD/CDS-PP, têm mobilizado para a luta, nos últimos meses, milhares de portugueses e luso-descendentes em diversos países. O facto não passou em claro a quem visitou o Espaço da Emigração na Festa do Avante!, ficando igualmente informado das propostas do PCP e consciente da necessidade de reforço do Partido no momento em que, a par da dinamização da resistência dos emigrantes à ofensiva governamental, preparamos o XIX Congresso do Partido sob o lema Democracia e Socialismo – Os valores de Abril no futuro de Portugal.
O Espaço da Organização das Mulheres Comunistas convidava a um momento de pausa, e não foram poucos os que o fizeram desfrutando da vista privilegiada sobre a Festa proporcionada pela esplanada.
Superiormente decorado sob a consigna da defesa dos direitos das mulheres e da rejeição do pacto de agressão, o pavilhão da mulher afirmava que «este é o teu Partido» e destacava as lutas a que a organização respondeu afirmativamente, em particular a jornada de comemoração e protesto do 8 de Março.
No sábado, o debate promovido sobre «O PCP e a luta emancipadora das mulheres», realizado na Bar da Igualdade, acrescentou conteúdo político e, sobretudo, contribuiu para esclarecer e estimular para a luta quem nele participou.
Deslocado este ano para terrenos mais próximos do polidesportivo da Festa do Avante!, o Espaço da Imigração não perdeu, por isso, o melhor do que sempre ofereceu aos visitantes: o seu cariz multicultural e festivo, mas atento à dura realidade vivida pelos imigrantes e a urgência de a combater e superar.
No pavilhão pintado com cores quentes, lembrava-se que o PCP é o partido dos imigrantes, a organização de classe que une a luta daqueles à dos trabalhadores portugueses, contra a exploração, pela igualdade e a justiça social, por uma vida melhor.
Imigrantes, povo trabalhador, é no PCP que encontram o lugar de defesa dos direitos e luta pela sua aplicação, foi, no fundamental, o apelo que durante três dias se lançou a partir da Quinta da Atalaia, o qual, acreditamos, calou fundo nos que fruíram das tardes e noites dançadas, ou mataram saudades da gastronomia africana, brasileira e leste-europeia.
O cinema de animação foi, desta feita, o tema do Espaço Criança, dinamizado pela Associação «Os Pioneiros de Portugal». Mas podia ter sido outro, que a alegria contagiante das crianças e a sua capacidade para brincar, essa, aproveita qualquer tema.
Entre os aparelhos do parque de diversões e os insufláveis, os pequenos entretidos uns com os outros (muitos dos quais não resistiram a pintar a cara ou a saborear uma goma no bar pioneiral) permitiram o merecido descanso aos pais, os quais, no tempo que nos compete viver, não têm apenas de correr para acompanhar o ritmo dos seus petizes, mas, também, correr para que nada lhes falte, fazendo face às crescentes dificuldades colocadas por 36 anos de política direita.
Ali estiveram, na Festa, os pais empenhados em lutar por um País onde os seus filhos possam ser felizes. Ali estiveram os seus filhos, ainda desprendidos das exigências da vida adulta, gozando sem preocupação do que lhes proporcionou a Festa nascida com Portugal de Abril, projecto luminoso que perdura e que vamos voltar a concretizar. Quanto mais não seja porque as crianças merecem que assim seja.