Privatização da ANA
Os eleitos do PCP na Assembleia Municipal do Porto apresentaram, no dia 10, uma moção para «rejeitar a privatização da ANA – Aeroportos de Portugal e do Aeroporto do Porto». No documento, os comunistas recordam que a ANA, desde a sua fundação, alcançou «um excelente desempenho com resultados crescentemente positivos». Só na década de 90, esta empresa «realizou um volume global de investimentos de mais de 88 milhões de contos e obteve mais de 45 milhões de contos de resultados líquidos positivos, com um volume de negócios que ultrapassava, à data, os 50 milhões de contos por ano».
Em 2005, no conjunto dos sete aeroportos que são da sua responsabilidade, a ANA processou cerca de 20,3 milhões de passageiros e 221 894 aeronaves e atingiu resultados de 32,4 milhões de euros e um volume de investimentos de 124,4 milhões de euros.
Entretanto, tem-se consolidado uma tendência de crescimento sustentado. «A ANA dá lucros de muitos milhões e o encaixe conjuntural com a privatização terá como contrapartida uma redução de receitas e o aumento de despesas no futuro – como aconteceu com a privatização de outras empresas estratégicas de que são exemplo a EDP e a GALP, colocando o País a pagar rendas ao exterior por uma rede de infraestruturas nacional, a troco de um encaixe conjuntural feito para pagar juros à banca», condenaram os eleitos do PCP, lembrando ainda que a privatização da ANA «põe em risco a viabilidade de todo o sector aéreo nacional e contribui para a concentração monopolista do sector à escala europeia, num processo que, sendo favorável às grandes potências da União Europeia, degradaria ainda mais a soberania do País».
Sobre o Aeroporto do Porto, os comunistas dão conta de que o mesmo beneficiou recentemente de investimentos no valor de 400 milhões de euros, que resultaram na sua modernização, no reforço da sua capacidade de tráfego e na melhoria da qualidade do serviço prestado.