Profunda indignação patente no dia 15

Da revolta faz-se luta

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Os pro­testos de sá­bado, em Lisboa, no Porto e nou­tras ci­dades, por todo o País, cons­ti­tuíram uma ma­ni­fes­tação clara da pro­funda in­dig­nação da so­ci­e­dade por­tu­guesa, de vá­rios sec­tores e ca­madas so­ciais, que estão re­vol­tados com esta po­lí­tica e com as me­didas anun­ci­adas pelo pri­meiro-mi­nistro e pelo mi­nistro Vítor Gaspar, co­mentou Je­ró­nimo de Sousa. Em de­cla­ra­ções aos jor­na­listas, du­rante uma vi­sita às festas da Moita, o Se­cre­tário-geral do PCP as­si­nalou a im­por­tância que tem um grito de re­volta e de in­dig­nação, para de­mons­trar o es­tado de es­pí­rito no País, e re­a­firmou que a luta é de­ter­mi­nante e es­tra­té­gica, para travar a acção do Go­verno, conter a sua po­lí­tica e in­verter a si­tu­ação.

Mi­guel Tiago, de­pu­tado co­mu­nista pre­sente na ma­ni­fes­tação em Lisboa, con­si­derou tratar-se de uma im­pres­siva de­mons­tração da von­tade do povo por­tu­guês de re­jeitar o pacto de agressão e de um grande mo­mento para en­grossar as lutas que con­ti­nuam, no­me­a­da­mente a ma­ni­fes­tação de dia 29, con­vo­cada pela CGTP-IN, como se re­fere na breve nota pu­bli­cada no sítio do Par­tido na In­ternet.

Nesta ma­ni­fes­tação par­ti­cipou uma de­le­gação da CGTP-IN, que in­cluiu o Se­cre­tário-geral. Para Ar­ménio Carlos, o pro­testo de dia 15 foi um sinal claro de que os dias do Go­verno che­garam ao fim, mos­trando que o exe­cu­tivo está des­cre­di­bi­li­zado e sem con­di­ções para con­ti­nuar a go­vernar.

Con­vo­cada nas redes so­ciais da In­ternet por um grupo de pes­soas, que re­cu­saram qual­quer li­gação a par­tidos po­lí­ticos ou cen­trais sin­di­cais, sob a pa­lavra de ordem «Que se lixe a troika! Que­remos as nossas vidas!», a ma­ni­fes­tação de 15 de Se­tembro juntou em Lisboa muitos mi­lhares de pes­soas, que se con­cen­traram na Praça José Fon­tana e des­fi­laram pela Ave­nida da Re­pú­blica e Ave­nida de Berna, até à Praça de Es­panha. A ini­ci­a­tiva ga­nhou apoios e teve re­per­cussão em grandes ma­ni­fes­ta­ções que ocor­reram em cerca de quatro de­zenas de ci­dades, de quase todos os dis­tritos do Con­ti­nente e nas re­giões au­tó­nomas dos Açores e da Ma­deira, bem como junto a al­guns con­su­lados por­tu­gueses.

«Não somos po­lí­ticos, mas temos in­te­li­gência su­fi­ci­ente para ver que estas po­lí­ticas só nos afundam cada vez mais», disse um dos pro­mo­tores, no Porto, numa con­fe­rência de im­prensa dada a meio da tarde.




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