Serpa
Trabalhadores e populares receberam com protestos a ministra da Agricultura, segunda-feira, 1, durante uma deslocação de Assunção Cristas ao concelho. Aproveitando a sua presença na inauguração de um lagar na Herdade Maria da Guarda, em Vale de Vargo, os trabalhadores da RTS denunciaram os salários e subsídios em atraso.Fátima Messias, do Sindicato da Cerâmica do Sul, explicou à Lusa que a empresa que labora em Montemor-o-Novo e Beja deve mais de três meses de salários aos trabalhadores, bem como os subsídios de Natal de 2011 e de férias deste ano, e sublinhou que os funcionários da RTS não podem «continuar a pagar para trabalhar».
«O dono da empresa é um senhor bem conhecido da região», denunciou ainda a sindicalista, aludindo ao facto de João Paulo Ramôa ter sido Governador Civil de Beja e, até há bem pouco tempo, ter coordenado o grupo de trabalho para o Aeroporto.Apesar de haver dinheiro na empresa, o patrão deixa os trabalhadores à míngua e decidiu, entretanto, abalar para Moçambique, onde detém uma empresa de pré-fabricados de cimento, constituída, aliás, com os lucros acumulados na RTS, e, inclusivamente, levou máquinas da unidade alentejana, precisou a dirigente.Na ocasião, Fátima Messias confirmou igualmente que os trabalhadores e o sindicato tinham agendadas para anteontem reuniões com a Autoridade para as Condições de Trabalho, em Évora, e com a administração da RTS.
À entrada da herdade, Assunção Cristas também foi confrontada por professores, reformados e populares, que repudiaram o roubo nos salários e pensões, o desemprego, o encerramento de serviços públicos e a extinção de freguesias.