Unidade, luta e confiança
para mudar de política e de Governo

A força que a marcha mostra

Nos pri­meiros dias da «Marcha Contra o De­sem­prego, por um Por­tugal com Fu­turo», pelas ruas do Minho, do Al­garve, do Porto, do Alen­tejo e da Beira Li­toral des­fi­laram mi­lhares de tra­ba­lha­dores, com e sem em­prego, no ac­tivo e apo­sen­tados, jo­vens e idosos, mu­lheres e ho­mens, unidos no com­bate contra a po­lí­tica de di­reita e o pacto de agressão, de­ter­mi­nados a pros­se­guir a luta para travar o passo ao Go­verno e impor uma al­ter­na­tiva ao rumo das troikas.

A CGTP-IN in­siste que há al­ter­na­tiva ao de­sem­prego e ao de­sastre

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Pro­mo­vida pela CGTP-IN, com o Mo­vi­mento dos Tra­ba­lha­dores De­sem­pre­gados, a marcha teve início nos dis­tritos de Braga e de Faro, no fe­riado de 5 de Ou­tubro – um dia que também ficou as­si­na­lado pelo re­curso à greve, em vá­rias em­presas e sec­tores, contra a re­dução do valor do tra­balho su­ple­mentar.

Para o ar­ranque da «co­luna Norte», cen­tenas e cen­tenas de pes­soas con­cen­traram-se, cerca das dez horas, na Ave­nida da Li­ber­dade, em Braga – in­cluindo tra­ba­lha­dores e di­ri­gentes sin­di­cais do dis­trito de Viana do Cas­telo. Após uma in­ter­venção do Se­cre­tário-geral da CGTP-IN, a marcha partiu para um per­cursos de quatro qui­ló­me­tros, até São Paio de Arcos, ao som de bombos e in­ces­santes pa­la­vras de ordem. Muitos se­guiram daqui, em au­to­carros dos sin­di­catos ou em au­to­mó­veis, para o parque de Caldas das Taipas. De­pois do al­moço, a marcha pros­se­guiu até à Praça do Toural, no centro de Gui­ma­rães, ven­cendo mais sete qui­ló­me­tros de pro­testos so­noros e ex­pres­sões de apoio e so­li­da­ri­e­dade, com muitas pes­soas jun­tando-se aos mar­chantes. Aqui es­teve também uma de­le­gação da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Braga do PCP.

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No Al­garve, a marcha teve par­tidas si­mul­tâ­neas em Lagos e em Vila Real de Santo An­tónio, com duas co­lunas a con­ver­girem para Faro, onde se en­con­traram ao fim da tarde, de­pois de pas­sarem em Ta­vira, Olhão e Rio Seco, e em Por­timão, Al­bu­feira e Pa­tacão.

Também no dia 5, foram re­a­li­zadas na Re­gião Au­tó­noma dos Açores duas ini­ci­a­tivas, in­te­gradas na marcha, nas ci­dades de Angra do He­roísmo e Ponta Del­gada.

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Na manhã de sá­bado, dia 6, a marcha passou pelas prin­ci­pais ar­té­rias de Faro e de Loulé. Numa tri­buna pú­blica aqui re­a­li­zada, in­ter­veio Ar­ménio Carlos. A tarde da «co­luna do Sul» co­meçou em Ou­rique, o pri­meiro con­celho alen­te­jano no per­curso. De­pois de uma pas­sagem em Castro Verde, os mar­chantes e muitos apoi­antes reu­niram-se numa tri­buna pú­blica, em Al­jus­trel, e re­a­li­zaram de­pois um des­file pelas ruas da vila mi­neira.

A Norte, o se­gundo dia de­correu no dis­trito do Porto. De manhã, um mi­lhar de pes­soas per­correu cerca de quatro qui­ló­me­tros, da Se­nhora da Hora até à lota de Ma­to­si­nhos; à tarde, duas mil pes­soas mar­charam du­rante quase três horas, desde Er­me­sinde ao Alto da Maia e à Areosa. No final de cada per­curso in­ter­veio João Torres, da Co­missão Exe­cu­tiva da CGTP-IN e co­or­de­nador da União dos Sin­di­catos do Porto.

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No do­mingo, dia 7, a marcha passou por uma zona for­te­mente afec­tada pelo de­sem­prego, entre Vi­la­rinho e São Mar­tinho do Campo, no con­celho de Santo Tirso, onde se es­tima que mais de doze mi­lhões de euros sejam de­vidos a tra­ba­lha­dores de em­presas en­cer­radas, so­bre­tudo do têxtil e ves­tuário. A «co­luna Sul» saiu de Moura, onde teve lugar uma con­cen­tração, frente à Câ­mara Mu­ni­cipal, e um des­file pela ci­dade, com grande par­ti­ci­pação da po­pu­lação. A etapa se­guinte de­correu na vila de Pias. Cerca das 12 horas, os mar­chantes en­traram em Serpa, per­cor­rendo as ruas prin­ci­pais, para uma con­cen­tração, na Praça do Mu­ni­cípio. O nú­cleo fixo de mar­chantes per­noitou em Beja, ca­pital de um dis­trito com mais de 13 mil de­sem­pre­gados e onde a po­lí­tica de di­reita se­meou de­ser­ti­fi­cação e emi­gração.

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Em Beja, a marcha foi re­to­mada se­gunda-feira, dia 8, com uma tri­buna pú­blica junto ao IEFP, per­cor­rendo de­pois vá­rias das prin­ci­pais ruas, até ao Parque da Ci­dade. Ao meio dia, a marcha ocupou a Praça da Re­pú­blica, na Vi­di­gueira, onde in­ter­vi­eram o Se­cre­tário-geral da CGTP-IN, o co­or­de­nador da União dos Sin­di­catos de Beja e o pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal.

A «co­luna Norte» es­teve no dis­trito de Aveiro. Saiu de Santa Maria de Lamas (Feira), junto à Amorim & Ir­mãos, passou no Suil Park e se­guiu para S. João da Ma­deira, pas­sando junto à Oliva, à de­le­gação da ACT, ao Tri­bunal e à Câ­mara Mu­ni­cipal. A manhã ter­minou com uma con­cen­tração frente à Ca­lifa. A tarde foi pas­sada nas ruas da ca­pital do dis­trito, desde a Mo­ve­a­veiro até à Praça Melo Freitas, onde de­correu uma tri­buna pú­blica.

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Na terça-feira, dia 9, esta co­luna passou a manhã em Coimbra, co­me­çando na zona in­dus­trial da Pe­drulha, onde nos úl­timos dez anos en­cer­raram mais de 50 em­presas e foram des­truídos mais de 6500 postos de tra­balho. Al­gumas cen­tenas de pes­soas mar­charam até ao Centro de Em­prego e à Praça 8 de Maio, dis­tri­buindo à po­pu­lação o ma­ni­festo da Marcha Contra o De­sem­prego. Numa tri­buna pú­blica, in­ter­vi­eram os se­cre­tá­rios-ge­rais da CGTP-IN e da Fen­prof. Ao pre­si­dente da Câ­mara, uma de­le­gação en­tregou um dos­sier sobre a si­tu­ação so­cial. A marcha se­guiu até junto do Por­tugal dos Pe­que­ninos. De tarde, Ar­ménio Carlos in­ter­veio num ple­nário de tra­ba­lha­dores junto às ins­ta­la­ções da Uni­tefi, de onde a marcha se­guiu até aos Paços do Con­celho da Fi­gueira da Foz, onde se re­a­lizou uma tri­buna pú­blica e foi en­tregue ao pre­si­dente da Câ­mara um dos­sier sobre a si­tu­ação so­cial. Cerca das 17 horas, a marcha chegou à Do­ca­pesca, onde era es­pe­rada por tra­ba­lha­dores da con­ser­veira Co­fisa e dos ex-Es­ta­leiros Na­vais do Mon­dego.

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Vinda de Avis, cerca das 9.30 horas, a «co­luna do Sul» es­teve numa tri­buna pú­blica, junto à CM de Ar­rai­olos, para onde pouco antes ti­nham mar­chado ac­ti­vistas sin­di­cais re­gi­o­nais. Por volta das 11.30, a marcha ligou a zona in­dus­trial da Adua ao IEFP, em Mon­temor-o-Novo. À tarde, o per­curso a pé foi feito desde a zona in­dus­trial de Vendas Novas até junto da Caixa Agrí­cola, onde se re­a­lizou uma tri­buna pú­blica.




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