Jerónimo de Sousa na Marinha Grande

A luta tem que crescer ainda mais

O País não está con­de­nado ao de­sastre para onde o estão a con­duzir as troikas na­ci­onal e es­tran­geira, ga­rantiu Je­ró­nimo de Sousa, no dia 5 de Ou­tubro. 

Só com a in­ten­si­fi­cação da luta será pos­sível uma al­ter­na­tiva

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Par­ti­ci­pando num al­moço na Ma­rinha Grande, que contou com a par­ti­ci­pação de 700 mi­li­tantes e sim­pa­ti­zantes do Par­tido, o Se­cre­tário-geral co­mu­nista re­a­firmou a al­ter­na­tiva que o PCP propõe e cor­po­riza: uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda. Como re­alçou Je­ró­nimo de Sousa, tal po­lí­tica é pa­trió­tica pois «rompe com a cres­cente sub­missão e su­bor­di­nação ex­ternas e re­co­loca no centro da ori­en­tação po­lí­tica a afir­mação de um de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico e so­be­rano». E é de es­querda porque «rompe com a po­lí­tica de di­reita, ins­creve a ne­ces­si­dade da va­lo­ri­zação do tra­balho, a efec­ti­vação dos di­reitos so­ciais e das fun­ções so­ciais do Es­tado, uma dis­tri­buição do ren­di­mento mais justa, o con­trolo pú­blico dos sec­tores es­tra­té­gicos da eco­nomia e as­sume a de­fesa dos tra­ba­lha­dores e de todas as ca­madas e sec­tores não-mo­no­po­listas».

Para que tal po­lí­tica possa ser le­vada à prá­tica, es­cla­receu o di­ri­gente co­mu­nista, terá de existir um go­verno também ele pa­trió­tico e de es­querda, que rompa com a su­bor­di­nação ex­terna e seja capaz de afirmar a so­be­rania na­ci­onal e re­jeitar o fe­de­ra­lismo im­posto pela União Eu­ro­peia.

Para além de ex­plicar a na­tu­reza e con­teúdo de tão avan­çada pro­posta po­lí­tica, o Se­cre­tário-geral do PCP re­a­firmou o ca­minho para a al­cançar: a in­ten­si­fi­cação e mul­ti­pli­cação da luta de massas dos tra­ba­lha­dores e de ou­tras ca­madas so­ciais an­ti­mo­no­po­listas. Uma luta que «tem cres­cido e vai crescer ainda mais, iso­lando o Go­verno», va­lo­rizou, des­ta­cando a Marcha contra o De­sem­prego, que ter­mina de­pois de amanhã, em Lisboa, e a greve geral de 14 de No­vembro como as mais im­por­tantes ba­ta­lhas a travar no ime­diato.

País ao con­trário

In­ter­vindo no dia da im­plan­tação da Re­pú­blica, o Se­cre­tário-geral do PCP re­feriu-se ao facto de, pela pri­meira vez desde há anos, as co­me­mo­ra­ções se terem re­a­li­zado num lugar «es­con­dido, com medo do povo e com medo do pro­testo». Nos anos an­te­ri­ores, lem­brou, as co­me­mo­ra­ções do 5 de Ou­tubro eram pú­blicas – re­a­li­zadas na Praça do Mu­ni­cípio, em Lisboa (onde foi pro­cla­mada a Re­pú­blica) – ao passo que este ano ti­veram lugar no Pátio da Galé, no Ter­reiro do Paço, um «pátio de acesso re­ser­vado». Mas apesar de todos estes «cui­dados», o pro­testo fez-se ouvir…

Um outro epi­sódio destas co­me­mo­ra­ções me­receu o co­men­tário do di­ri­gente co­mu­nista: o facto de a ban­deira na­ci­onal ter sido has­teada ao con­trário. Para Je­ró­nimo de Sousa, mais grave do que isto é o Go­verno, com o apoio do Pre­si­dente da Re­pú­blica, estar a pôr o País «de ca­beça para baixo, de pernas para o ar». No fundo, o epi­sódio da ban­deira, apesar de não ter sido in­ten­ci­onal, é como que um re­trato do es­tado do País.

Re­al­çando estar a falar numa terra de «re­fe­rência da luta ope­rária», o Se­cre­tário-geral do Par­tido acusou o Go­verno de estar a levar o País para o de­sastre, para o «fundo do pre­ci­pício». Mas o PS não ficou livre das crí­ticas, não só pelas res­pon­sa­bi­li­dades que tem no es­tado do País (pela sua ac­tu­ação nos úl­timos 36 anos), como pela con­ver­gência, no fun­da­mental, com a acção deste Go­verno.

O País não pode «es­perar por 2015», como de­fende o PS, re­alçou Je­ró­nimo de Sousa, con­si­de­rando ser esta uma ideia «opor­tu­nista e elei­to­ra­lista» vinda de um par­tido que pro­cura estar sempre «na­quela po­sição em cima de um muro: nem não, nem sim, nem mais ou menos».



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