Vibrante comício em Valongo

Tempo de grandes combates

Je­ró­nimo de Sousa par­ti­cipou, sá­bado, num grande co­mício em Va­longo, in­se­rido na cam­panha Pôr Fim ao De­sastre. Com o PCP, uma po­lí­tica e um go­verno pa­trió­ticos e de es­querda.

Cen­tenas de pes­soas não con­se­guiram en­trar no au­di­tório

Image 11750

A sala foi pe­quena, muito pe­quena, para todos quantos fi­zeram questão de, com a sua pre­sença, dar mais força ao co­mício que o PCP pro­moveu na­quele con­celho do dis­trito do Porto, fla­ge­lado, como ou­tros, pela vi­o­lência da ofen­siva que está em curso pela mão do Go­verno, com o apoio mais ou menos dis­si­mu­lado do PS e do Pre­si­dente da Re­pú­blica, e da troika es­tran­geira. Às cen­tenas de pes­soas que trans­bor­davam por com­pleto a sala do Fórum Vallis Longus jun­tavam-se, no ex­te­rior, ou­tras tantas, im­pos­si­bi­li­tadas de en­trar por falta de es­paço.

Na sua in­ter­venção, Je­ró­nimo de Sousa re­a­firmou que a pro­posta de Or­ça­mento do Es­tado apre­sen­tada pelo Go­verno PSD/​CDS «só pode me­recer o re­púdio ge­ne­ra­li­zado dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês». Trata-se, acres­centou, de um Or­ça­mento que é «pro­duto do ile­gí­timo pacto de agressão das troikas e de um go­verno que não tem sus­ten­tação po­lí­tica nem so­cial e que a luta do nosso povo pode e deve der­rotar, e com ele o pró­prio Go­verno e o pacto que exe­cuta».

Uma coisa é certa para o Se­cre­tário-geral do PCP: «o País não tem fu­turo com esta po­lí­tica, com este Go­verno e com o pacto de agressão e cada dia que passa se afirma como inequí­voca a in­dis­pen­sa­bi­li­dade de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva.» Je­ró­nimo de Sousa acres­centou em se­guida ser pre­ci­sa­mente com o ob­jec­tivo de con­cre­tizar uma tal po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda, e pro­mover um go­verno que a con­cre­tize que o PCP «tem ape­lado à con­ver­gência de todos os de­mo­cratas e pa­tri­otas, das forças e sec­tores que ver­da­dei­ra­mente se dis­po­nham a as­sumir a rup­tura com a po­lí­tica de di­reita».

Luta é res­posta ne­ces­sária

A luta é, para o Se­cre­tário-geral do Par­tido, a «res­posta ne­ces­sária e in­dis­pen­sável para romper o cerco das ine­vi­ta­bi­li­dades e der­rotar esta po­lí­tica e este Go­verno». É, mesmo, a «grande arma que os tra­ba­lha­dores e povo têm para de­fender os seus in­te­resses e os in­te­resses do País».

Re­al­çando que esta luta tem vindo a as­sumir uma grande am­pli­tude e que é pre­ciso in­ten­si­ficá-la, va­lo­rizá-la e apoiá-la, Je­ró­nimo de Sousa sa­li­entou que neste tempo de «grandes com­bates e muitas ta­refas», há que dar «força e am­pli­tude às muitas lutas em curso e, par­ti­cu­lar­mente, à greve geral da CGTP-IN, mar­cada para o pró­ximo dia 14 de No­vembro». Esta, con­cluiu, de­verá cons­ti­tuir uma «grande e mas­siva res­posta dos tra­ba­lha­dores e do povo a um Go­verno que é já do pas­sado».

Re­do­brar o em­penho

Antes de Je­ró­nimo de Sousa, Jo­a­quim Del­gado, da Co­missão Con­ce­lhia de Va­longo do PCP, sa­li­entou as «con­sequên­cias pro­fun­da­mente ne­ga­tivas para os tra­ba­lha­dores, para o povo e para os pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios» da apli­cação da po­lí­tica de di­reita. Com a con­cre­ti­zação do pacto de agressão das troikas, acres­centou, tudo pi­orou: nos ser­viços pú­blicos de Saúde e Edu­cação, nos trans­portes, na ha­bi­tação so­cial, no poder local.

O di­ri­gente con­ce­lhio de­nun­ciou ainda a apro­vação, pela As­sem­bleia Mu­ni­cipal, do cha­mado Plano de Ajus­ta­mento Fi­nan­ceiro do con­celho, que se en­quadra no fa­mi­ge­rado PAEL. Este plano, acres­centou, apro­vado por PSD e CDS (com a abs­tenção do PS e do BE) vi­go­rará por 14 anos e vin­cula o mu­ni­cípio à «apli­cação da re­ceita já em curso – pri­va­ti­za­ções, baixa do in­ves­ti­mento, en­cer­ra­mento de equi­pa­mentos mu­ni­ci­pais, como pis­cinas, pa­vi­lhões, bi­bli­o­tecas e cen­tros cul­tu­rais, au­mento de taxas e im­postos, dí­vida ga­lo­pante».

César Fer­reira, da Co­missão de Fre­guesia de Va­longo do PCP, sau­dando a pre­sença de Je­ró­nimo de Sousa, deixou um apelo que, a julgar pelo en­tu­si­asmo das cen­tenas de pes­soas pre­sentes, será le­vado em conta: «Vamos re­do­brar o em­penho! A re­a­li­dade con­firma a ac­tu­a­li­dade e per­ti­nência do ideal co­mu­nista. Há boas con­di­ções para atrair novos mi­li­tantes.»



Mais artigos de: PCP

<font color=0093dd>Tribuna do Congresso</font>

Fazer o Congresso   A aproximação da data de realização do XIX Congresso do Partido Comunista Português é o mote para a reflexão em torno da concepção que os comunistas portugueses têm do seu congresso. Qual o...

Cerrar fileiras e unir vontades

Perto de 300 militantes e simpatizantes comunistas estiveram presentes no comício do PCP, em Fafe, na sexta-feira, que contou com a presença do Secretário-Geral do Partido. Numa iniciativa inserida na campanha Pôr Fim ao Desastre, foram muitas e duras as...

O Partido reforça-se

Inseridas, de certa forma, na preparação do Congresso (na medida em que debatem a situação social e política e projectam o reforço do Partido), estão as assembleias das organizações. No dia 14, teve lugar a Assembleia da Organização Concelhia de...

Ataque ao regime democrático

Numa con­fe­rência de im­prensa re­a­li­zada se­gunda-feira, o PCP re­alçou que a ofen­siva em curso no sector da co­mu­ni­cação so­cial põe em causa o re­gime de­mo­crá­tico con­quis­tado com a Re­vo­lução de Abril.

Fome atinge quem trabalha

No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala a 17 de Outubro, o PCP alertou para o «preocupante quadro social que se vive em Portugal, marcado pela existência de milhões de portugueses e suas famílias em risco de pobreza, ao mesmo...

Encontro com reitores

Jerónimo de Sousa, Secretário geral do PCP, e Jorge Pires, da Comissão Política, receberam, anteontem, na Soeiro Pereira Gomes, uma delegação de reitores da Universidade de Lisboa, composta pelos professores Sampaio da Nóvoa, da Universidade de Lisboa, e António...