- Nº 2032 (2012/11/8)

Greves na indústria

Trabalhadores

Durante quatro dias, por períodos de hora e meia, de manhã e de tarde, os trabalhadores da Lisnave e da Lisnaveyards fizeram greve, com adesão praticamente total, incluindo de pessoal das empresas sub-empreiteiras, o que provocou a paralisação da produção no estaleiro da Mitrena. No último dia, 26 de Outubro, os trabalhadores concentraram-se junto ao edifício da administração, onde entregaram uma resolução, exigindo actualização de salários, manutenção dos direitos, designadamente no pagamento do trabalho suplementar, e a sua aplicação por igual naquelas duas empresas.

Desde Agosto, quando a administração escolheu aplicar o Código do Trabalho em vez da contratação colectiva, trabalhadores da Lisnave, Lisnaveyards, Repropel e Rebocalis estão em greve ao trabalho suplementar e em dias de descanso e feriados.

Na Fisipe, no Barreiro, as greves de 24 horas, nos dias 31 de Outubro e 2 de Novembro, terão provocado prejuízos de cerca de um milhão de euros, quando a solução para o conflito custaria à fábrica de fibras sintéticas, do grupo alemão SGL, 150 mil euros, tanto quanto a empresa pretende cortar no pagamento do trabalho suplementar e em dias feriados, explicou à agência Lusa um dirigente do SITE Sul. O sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN convocou para hoje um plenário e tem agendada para dia 13 uma reunião com a administração.

Os trabalhadores da BA Vidro (antiga Barbosa & Almeida) voltaram a fazer greve, no dia 1 de Novembro, reafirmando assim a mensagem da forte paralisação de 5 de Outubro: não aceitam a redução do pagamento do trabalho suplementar e em dias feriados. Na fábrica da Marinha Grande, a adesão à greve foi mais uma vez praticamente total, chegando a 50 por cento em Avintes, Vila Nova de Gaia. Aqui, reagindo ao sucesso da greve do mês passado, a administração suspendeu um dirigente sindical e acentuou o clima de intimidação, como denunciou à Lusa uma dirigente do STIV e da Feviccom/CGTP-IN. Etelvina Rosa notou que a greve de Outubro abrangeu outras empresas (como a Cobert Telhas e a Santos Barosa), mas apenas na BA Vidro o conflito está por resolver.